Sofia Lourenço; 30/12/2024 às 14:45

Chamada Elos da Amazônia 2024 impulsiona empreendedorismo indígena científico

Objetivo é reconhecer e apoiar empreendedores indígenas que desenvolvam tecnologias disruptivas a partir da biodiversidade amazônica

Apesar de representarem apenas 1% da força de trabalho em grandes empresas no Brasil e ocupar somente 0,1% das posições de liderança, os indígenas têm seu protagonismo reforçado com a iniciativa Chamada Elos da Amazônia 2024 – Edição Empreendedorismo Científico Indígena. 

Com inscrições abertas até 24 de janeiro de 2025, o edital busca reconhecer startups lideradas por indígenas que desenvolvam tecnologias inovadoras a partir da biodiversidade amazônica.

Imagem:  Michael Dantas

A chamada selecionará duas startups sediadas em estados da Amazônia Ocidental ou no Amapá, com até cinco anos de existência. Os projetos devem propor soluções tecnológicas aplicáveis ao mercado, estejam elas em fase de protótipo, validação ou operação. Além do reconhecimento, as startups escolhidas receberão suporte técnico e financeiro, incluindo R$ 1 milhão por empreendimento para aceleração de negócios e desenvolvimento tecnológico.

O edital é promovido pelo Idesam, PPBio, INDT e conta com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e da Suframa. As inscrições são feitas exclusivamente pelo site oficial Elos da Amazônia, marcando uma oportunidade única para startups indígenas impulsionarem a inovação com identidade amazônica e impacto global.

De acordo com Carlos Koury, diretor de Inovação em Bioeconomia do Idesam e coordenador do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), a iniciativa vai além de criar oportunidades no mercado. 

“Ela valoriza o patrimônio natural e cultural da Amazônia, incentivando soluções inovadoras e sustentáveis. É uma forma de unir tradição, ciência e mercado em favor do desenvolvimento regional e do empoderamento indígena”, ressaltou.

Os projetos selecionados terão acesso a conexões com incubadoras e aceleradoras, bem como recursos da Embrapii para desenvolver tecnologias em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT). As propostas devem apresentar sistemas ou aplicações que promovam o uso consciente dos recursos florestais, unindo inovação e sustentabilidade.

Geraldo Feitoza, Diretor Executivo do INDT, reforçou o compromisso de integrar saberes tradicionais ao empreendedorismo de base tecnológica. “Acreditamos que soluções podem surgir tanto de experiências empíricas quanto de pesquisas laboratoriais. O essencial é preparar essas ideias para o mercado, gerando impacto econômico e social nas comunidades indígenas”, destacou.

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