Poliany Rodrigues; 06/12/2024 às 14:12

Associação Arte & Fato encerra temporada do espetáculo ‘A Maravilhosa História do Sapo Tarô Bequê’ em São Paulo

Espetáculo foi encenado em três teatros da capital paulista em novembro e reforça a importância de Márcio Souza para a dramaturgia brasileira

Foto: Divulgação

A Associação de Artistas Cênicos do Amazonas – Arte & Fato concluiu uma bem-sucedida circulação em São Paulo, onde apresentou o espetáculo “A Maravilhosa História do Sapo Tarô Bequê” em três importantes teatros da capital: Teatro Arthur Azevedo, Centro Cultural Olido e Teatro Flávio Império. As apresentações integraram a XIV edição do Circuito de Teatro em Português, realizada em novembro.

Escrita pelo dramaturgo amazonense Márcio Souza (in memoriam), a peça presta tributo ao povo Tucano, do Alto Rio Negro, abordando temas universais como a preservação da identidade cultural e os riscos da fragmentação social. O projeto contou com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

De acordo com o ator Leonel Worton, a circulação revelou algo significativo: que estudantes de artes cênicas em São Paulo já estudaram a dramaturgia de Márcio Souza em disciplinas de direção e atuação, valorizando sua relevância como referência nacional.

“Contudo, ver a obra interpretada por uma companhia amazônica, com a propriedade de quem vive e respira a cultura da região, foi um diferencial que emocionou e cativou o público. Eles destacaram que, embora outras versões tenham explorado a obra, nossa montagem trouxe um ganho artístico e cultural singular, ampliando ainda mais o legado popular e grandioso de Márcio Souza”, declarou.

Michel Guerrero, também integrante do elenco, compartilhou sua experiência de se apresentar para um novo público.

“Embora não costume ficar nervoso, senti um frio na barriga em São Paulo. Era uma nova praça, com uma nova audiência, mas fomos acolhidos pela proposta do espetáculo. Minha personagem conseguiu capturar o imaginário do público paulistano, e isso abriu espaço para possíveis futuras parcerias”, afirmou.

Trajetória

Foto: Divulgação

Acácia Mié, atriz do espetáculo, destacou a trajetória de mais de duas décadas da obra.

“Tive o privilégio de apresentar esta peça subindo e descendo rios da Amazônia há mais de 20 anos, em uma montagem dirigida por Nonato Tavares. Esta é a quarta vez que participamos do Circuito de Teatro em Português, sempre contando histórias dos povos indígenas”, relembrou. Ela também citou comentários do público paulista: “Eles elogiaram a obra como fantástica, com personagens marcantes e um elenco que demonstrou grande entrega artística”.

Regina Santos, responsável pela direção musical, ressaltou o impacto do espetáculo em São Paulo.

“O público elogiou o trabalho de pesquisa e o cuidado artístico em cada detalhe. Foi gratificante fazer parte desse momento do teatro amazonense”, destacou.

Já o preparador corporal Branco Souza apontou as interações com o público, especialmente no Teatro Flávio Império, na Penha.

“A dramaturgia instigante de Márcio Souza e a encenação de Douglas Rodrigues geraram risos, reflexões e aplausos, confirmando a força estética e narrativa da peça”, disse.

Uma das áreas de apresentação da Associação Arte & Fato em São Paulo possui um circo com o nome Lona Miss Jujuba, em homenagem à artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM), o que se tornou simbólico para o grupo.

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