Reconhecido por dar visibilidade à diversidade cultural da periferia do Norte, o Festival Psica marcou a cena musical da Amazônia nas últimas 14 edições.

Com público superior a 100 mil pessoas apenas em 2024, o evento se consolida como um dos maiores festivais independentes do país.
Agora, o Psica amplia seu alcance e anuncia uma nova fase: a criação da Casa Dourada, um centro cultural permanente em Belém do Pará, que funcionará durante e após a COP30, integrando cultura, meio ambiente e inovação social.
“Pra gente, era mais importante criar um espaço que ficasse como legado para a região e que seguisse gerando movimento”, afirma Jeft Dias, diretor da Psica Produções.
A Casa Dourada
Localizada no marco zero de Belém, a Casa Dourada será a sede do Instituto Psica, organização criada na periferia da região metropolitana de Belém para desenvolver projetos culturais e socioambientais que valorizem a identidade Pan-Amazônica.
Com capacidade para 1.280 pessoas por dia e estimativa de 5.600 visitantes durante as ativações da COP30, o espaço homenageia o peixe dourado do Rio Amazonas e será um hub de conexões criativas, abrigando:
- Exposições e performances artísticas;
- Rodas de conversa e talks sobre juventude e justiça climática;
- Shows e apresentações de artistas amazônicos;
- Gastronomia regional;
- Espaço de coworking para organizações da Pan-Amazônia.

Parcerias e propósito
O projeto da Casa Dourada é uma realização do Instituto Psica em parceria com a consultoria Impact Beyond, com apoio financeiro de fundações filantrópicas e marcas como o Instituto HEINEKEN, a Open Society Foundations e a World Climate Foundation.
O objetivo é impactar 5 milhões de pessoas nos próximos cinco anos, fortalecendo a ideia de que preservar a cultura ancestral é uma estratégia concreta de enfrentamento à crise climática.
“Unir clima e cultura é uma decisão estratégica. Precisamos de novas formas de aproximar pessoas da pauta climática, e a cultura é a porta de entrada”, ressalta Gerson Dias, da Psica Produções.
Durante a COP30, a Casa Dourada funcionará como ponto de articulação e diálogo entre artistas, lideranças e comunidades amazônicas, mas o diferencial está na continuidade do projeto após a conferência.
“A Casa Dourada será mais do que um centro de conexões durante a COP30: será um ponto pulsante de troca. E continuará ativa como espaço permanente de fortalecimento cultural em Belém”, destaca Iago Hairon, da Open Society.
A Vânia Guil, Head do Instituto HEINEKEN, reforça que apoiar o projeto é também um investimento no futuro:
“Projetos como a Casa Dourada valorizam as riquezas culturais da Amazônia e impulsionam soluções criativas para os desafios globais”.
Formação e economia criativa amazônica
Entre as ações do Instituto Psica está o Psica Profissional, programa que forma e insere novos talentos da periferia no mercado da produção cultural.
Os participantes atuam em eventos como o próprio Festival Psica e em projetos parceiros.
O Instituto também mantém editais abertos para aceleração de iniciativas culturais periféricas, apoiando artistas e coletivos locais.
Em 2023, o projeto “Rio que Chove” revitalizou uma praça no bairro do Guamá, em Belém, levando arte, cultura e sustentabilidade para uma das regiões mais populares da cidade.
“A Casa Dourada chega como essa encruzilhada de águas que confluem para Belém — um farol cultural e um berço de soluções baseadas na natureza e na cultura”, resume Flora Bitancourt, cofundadora da Casa e líder da World Climate Foundation no Brasil.

*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.