Brasília recebe, entre os dias 1º e 5 de setembro, a segunda edição da Semana da Sociobiodiversidade, evento que reúne mais de 300 lideranças, juventudes, coletivos e organizações extrativistas de todo o país.
A programação discute o fortalecimento de economias sustentáveis em segmentos como borracha, pirarucu, castanha-da-Amazônia e pesca artesanal em Reservas Extrativistas Marinhas e Costeiras.
Sob o tema “Fortalecendo Economias Sustentáveis, Pessoas, Culturas e Gerações”, o encontro busca ampliar o debate sobre a valorização de territórios tradicionais e modos de vida baseados na sociobiodiversidade.
Debates e participação
Coordenada pelo Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e pela Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos (CONFREM), a iniciativa conta com o apoio de instituições socioambientais, governamentais e do setor privado.
Para Dione Torquato, secretário-executivo do CNS, a Semana da Sociobiodiversidade é uma oportunidade de diálogo amplo:
“É um momento para dialogarmos com o Governo Federal e reafirmar a importância dos conhecimentos tradicionais e da floresta em pé. Queremos mostrar a interdependência entre conservação ambiental, equidade social e desenvolvimento econômico justo”, afirma.
A programação inclui blocos temáticos sobre gestão territorial, mudanças climáticas, políticas públicas, comércio justo, protagonismo das juventudes e estratégias de participação na COP30, prevista para 2025, em Belém (PA).

Atividades abertas ao público
Durante o período, os participantes também acompanham a sessão solene em homenagem ao Dia da Amazônia, no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, e a manifestação pré-COP30 “A Resposta Somos Nós”, marcada para a Praça dos Três Poderes.
Outro destaque é a Feira da Sociobiodiversidade, aberta ao público, que reúne produtos de territórios extrativistas.
O espaço terá castanha-da-Amazônia, pirarucu, óleos essenciais, frutas, artesanato e moda sustentável, reforçando a importância econômica e cultural da floresta em pé.
Produção de documentos
Ao fim da semana, serão lançadas três cartas de referência para orientar políticas públicas e mobilizações futuras: a Carta da Semana da Sociobiodiversidade 2025, a Carta da Juventude: Rumo à COP30 e a Carta da CONFREM Brasil: pré-COP dos Oceanos.
Também está previsto o anúncio do programa Arpa Comunidades, voltado para populações extrativistas da Amazônia.
Segundo José Alberto de Lima Ribeiro, vice-coordenador da CONFREM, os resultados do encontro reforçam uma agenda coletiva:
“Queremos fortalecer as organizações extrativistas, valorizar a sociobiodiversidade e preparar nossa participação na COP30. É uma agenda construída coletivamente, que reafirma a importância de manter a floresta em pé e os oceanos saudáveis para atuais e futuras gerações”, afirma.

*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.