O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado nesta quinta-feira, 11, como um marco para a promoção da igualdade de direitos entre homens e mulheres em todos os níveis do sistema educacional, principalmente nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
De acordo com uma pesquisa recente realizada pela UNESCO sobre a participação das mulheres na ciência, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a igualdade de gênero nesse campo se torne realidade. O relatório “Decifrar o código: educação de meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)” aponta que menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres e o número de mulheres reconhecidas como líderes em sociedades de alto prestígio ou por meio de premiações permanece baixo.
Em homenagem à data, selecionamos 6 nomes da ciência a nível mundial, nacional e regional que você deve conhecer.
Marie Curie
A polonesa Marie Curie foi uma das mulheres mais importantes da ciência mundial, a primeira a receber um Prêmio Nobel duas vezes, um em Física, ao demonstrar a existência da radioatividade natural em 1903, e outro em Química, pela descoberta de dois novos elementos químicos em 1910.
Nascida num lar em que a ciência era o centro da família, Curie sempre se interessou pela educação e pelo conhecimento, com a pretensão de seguir uma carreira universitária. No entanto, ela vivia num país dominado pela Rússia czarista, onde o acesso das mulheres à educação formal e a muitos outros setores da sociedade eram proibidos. Por isso, montava grupos de estudos clandestinos para aprender e promover o acesso ao conhecimento para outras pessoas.
Em 1891, mudou-se para Paris, onde ingressou no curso de licenciatura em Física da Faculté de Sciences, finalizando em 1893. Em 1894, ela concluiu o curso de Matemática. Em sua tese de doutorado, Marie Curie escolheu o tema raios urânicos, radiação que havia sido descoberta pelo físico inglês Becquerel. No trabalho, ela conseguiu provar que o óxido de urânio é um mineral capaz de eliminar a radiação armazenada nos átomos.
A partir dessa pesquisa, então, Marie descobriu a radioatividade, já que Becquerel não prosseguiu com seus estudos com o urânio. Marie e Pierre Curie, seu marido, continuaram a buscar outros minerais na natureza que pudessem também apresentar atividade radioativa. Nessas pesquisas, eles desenvolveram uma técnica laboratorial denominada cristalização fracionada, que consiste em aquecer um material a elevadas temperaturas e resfriar gradativamente.
No ano de 1898, Marie e Pierre apresentaram ao mundo científico a descoberta de dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio.
Katherine Johnson
Nascida na cidade de White Sulphur Springs, na Virgínia, Estados Unidos, aos dez anos de idade Katherine Johnson já cursava o ensino médio. Entrou para a Universidade Estadual de West Village, onde se graduou em Matemática e Francês com honras máximas em 1937 e, posteriormente, passou a trabalhar como professora numa escola pública para negros.
Em 1952, um parente lhe disse que havia vagas na seção de computação da ala oeste, onde trabalhavam os afro-americanos, do Laboratório Langley da Naca, a agência que antecedeu a Nasa. Por isso, ela e seu marido decidiram se mudar para Hampton, na Virgínia.
No trabalho, Katherine não se limitou a fazer cálculos e pediu para participar das reuniões com os engenheiros, algo inédito para uma mulher e afro-americana, mas finalmente o conseguiu, o que lhe abriu o caminho e fez com que ganhasse o respeito de seus colegas. Ela trabalhou no centro Langley até 1989, tempo durante o qual participou de diversos projetos e foi autora e coautora de mais de 20 estudos científicos.
Sua história é contada no filme Estrelas Além do Tempo, baseado no livro Hidden Figures, de Margot Lee Shetterly.
Nise da Silveira
A alagoana Nise da Silveira revolucionou a história da psiquiatria no Brasil e no mundo. Nascida em 1905, ela ficou conhecida por humanizar o tratamento psiquiátrico, sendo contrária às formas agressivas usadas como tratamento na época.
Inspirada em Carl Jung, um dos pais da psiquiatria, Nise foi uma das primeiras mulheres a se formar em medicina no Brasil. Em meados de 1940, ela foi pioneira na terapia ocupacional, método que utiliza atividades recreativas no tratamento de distúrbios psíquicos. A alagoana se destacou por usar a arte como uma forma de expressão e de dar voz aos conflitos internos vivenciados principalmente pelos esquizofrênicos, que tiveram suas obras expostas ao redor do mundo.
Para conhecer um pouco mais sobre a psiquiatra alagoana, você pode assistir ao filme Nise – O coração da Loucura.
Margareth Dalcolmo
Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e uma das principais e mais experientes pneumologistas do Brasil, a brasileira Margareth Dalcolmo atua desde o início da pandemia do coronavírus no tratamento aos pacientes. Tornou-se participante ativa dos principais telejornais e programas brasileiros com o intuito de alertar a população aos riscos da doença e difundir a ciência para os telespectadores.
Dalcolmo se formou em Medicina em 1978 pela Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM). Posteriormente, realizou sua residência médica em pneumologia na Fiocruz. Após uma ampla formação de especializações em 1999, recebeu seu doutoramento na Escola Paulista de Medicina, vinculada à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com a tese “Regime de curta duração, intermitente e parcialmente supervisionado, como estratégia de redução do abandono no tratamento da tuberculose no Brasil”.
Desde 2002, é professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
Meiruze Sousa Freitas
Servidora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2007, a farmacêutica Meiruze Sousa Freitas, ganhou destaque nos últimos meses ao ser a relatora responsável por deliberar as vacinas do Instituto Butantan e de Oxford para uso emergencial no Brasil.
Atualmente diretora substituta da Anvisa, cargo o qual apenas ocupou no ano passado, ela dedica ao menos 14 horas do seu dia à facilitação da distribuição das vacinas contra a Covid-19 pelo território brasileiro.
Rosemary Pinto
Rosemary Costa Pinto foi uma farmacêutica bioquímica de formação básica e epidemiologista de carreira da Fundação de Vigilância em Saúde, formada pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz – ENSP/Fiocruz. Foi uma das idealizadoras da FVS-AM, juntamente com um grupo técnico composto por sanitaristas, epidemiologistas e infectologistas.
Atuou como gerente de epidemiologia e como diretora de vigilância em saúde da SUSAM, assessora técnica de vigilância em saúde e diretora técnica da FVS-AM, cargo onde atuou nos últimos cinco anos.
Desde o início da pandemia do coronavírus, Rosemary esteve na linha de frente no combate à doença desde o começo da pandemia, antes mesmo do primeiro caso confirmado no estado. Durante todo esse tempo, ela foi uma voz sábia e sensata que guiou os amazonenses com maestria através de suas ações na liderança da FVS-AM, sempre prestando as melhores informações e esclarecimentos sobre o coronavírus.
Há 22 anos atuava como representante do Amazonas na Câmara Técnica de Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS). Com experiência no controle de surtos, epidemias e situações inusitadas.
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