Isabella Botelho; 09/02/2022 às 17:00

Você se sente seguro para sair após o isolamento?

Relatos de casos de síndrome da cabana tem se tornado cada vez mais comuns

Desde dezembro de 2019, com o início da pandemia de Covid-19, o isolamento social foi uma das principais e mais eficientes formas de evitar o contágio pelo coronavírus. Neste período, atividades cotidianas presenciais ficaram restritas a situações urgentes, tornando-se estritamente digitais, e ficar em casa virou sinônimo de salvar vidas. 

Nos últimos meses, a vacinação avançou pelo Brasil e possibilitou que algumas atividades presenciais fossem retomadas pouco a pouco, mediante o respeito aos protocolos sanitários determinados. No entanto, este processo tem sido diferente para as pessoas: enquanto algumas já se sentem confortáveis para sair e socializar, outras ainda evitam deixar suas casas – para elas, o receio de ir para outro lugares, ter contatos, se contaminar e colocar outras pessoas em perigo toma conta.

Essa constante sensação de medo de sair de casa tem uma denominação: síndrome da cabana. Nesta situação, a pessoa só se sente segura quando está isolada pois enxerga sua casa como um porto seguro, um lugar onde não poderá sofrer qualquer tipo de ameaça e, quando sai dessa zona de conforto, não consegue socializar. Devido a pandemia do coronavírus e a incerteza do que acontecia do lado de fora das paredes do lar, a síndrome da cabana tornou-se cada vez mais comum. 

De acordo com publicação do site Brasil de Fato, o termo síndrome da cabana foi mencionado pela primeira vez em 1900, nos Estados Unidos, como uma referência aos caçadores que passavam muito tempo isolados por conta dos invernos rigorosos e, depois, tinham dificuldade para socializar no retorno ao convívio em sociedade. Desta mesma forma comportam-se pessoas que passaram um longo período confinadas em casa devido a pandemia. 

Considerada um fenômeno social, a síndrome da cabana não faz parte da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), da Organização Mundial da Saúde (OMS), logo, não é classificada enquanto doença. Apesar disso, precisa de atenção, visto que a falta de acompanhamento e o não tratamento dos sintomas pode acarretar no desenvolvimento de outros quadros e distúrbios, como ansiedade e depressão. 

Entre os principais sintomas da síndrome da cabana estão: inquietação, irritabilidade, excesso de sono, tristeza frequente, perda de foco e falta de apetite. Se você ou alguém que você conhece está sofrendo com a síndrome da cabana, está tudo bem. Entender o que está acontecendo e procurar ajuda de um especialista é essencial.

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