A menstruação ainda é um tema cercado de tabus e barreiras, sendo uma delas a falta de acesso a produtos básicos que garantem a higiene e a segurança das pessoas que menstruam: a pobreza ou precariedade menstrual. Diante deste cenário, a social tech Transforma Brasil e a ONG Fluxo sem Tabu se uniram para distribuir dois mil kits de higiene íntima, contendo um pacote de absorvente, um pacote de lenços umedecidos e um sabonete, para duas mil mulheres em situação de vulnerabilidade social nos estados do Rio Grande do Norte, Amazonas, Paraná e no Distrito Federal.
“Um em cada quatro adolescentes que menstruam não tem acesso a absorventes, sendo que estudantes perdem, em média, 45 dias de aulas por ano devido à falta desses itens”, aponta Luciana Scapin, CEO da Transforma Brasil. No Brasil, pessoas que menstruam que estão entre as 5% mais pobres precisam trabalhar até cinco anos para custear os absorventes que utilizarão ao longo da vida, algo em torno de seis mil unidades.
A pobreza menstrual vai muito além da falta de dinheiro para comprar absorventes. De acordo com o relatório “Pobreza menstrual no Brasil – Desigualdades e violações de direitos”, elaborado pelo Unicef, cerca de 321 mil alunas, 3% do total de meninas nas escolas, estudam em lugares sem banheiros em condições de uso. A pesquisa mostrou que, no Brasil, 1,24 milhão de meninas (11,6%) não têm à disposição papel higiênico nos banheiros das escolas. Entre essas meninas, 66,1% são pretas/pardas.
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