Thaís Andrade; 24/11/2022 às 11:00

Pulitzer Center promove curso sobre a Amazônia no Antropoceno na UFAM

A formação já percorreu quatro cidades da Amazônia Legal e irá realizar o seu quinto e último módulo na Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Com o objetivo de discutir a Amazônia, os impactos da crise ambiental, social e climática que afetam a região e o seu histórico de desenvolvimento, o quinto e último módulo do curso itinerante “Amazônia no Antropoceno: reportando o presente e discutindo o futuro da floresta” ocorrerá nos dias 29 e 30 de novembro, a partir das 9h, no Auditório Rio Negro do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). As inscrições podem ser feitas pelo link. 

Imagem: Divulgação

Organizado pelo Pulitzer Center, em parceria com universidades federais do Pará (UFPA), do Oeste do Pará (Ufopa), do Acre (UFAC) e do Amazonas (UFAM), o curso é gratuito e ocorre nos formatos virtual e presencial. A formação já percorreu quatro cidades da Amazônia Legal, com um tema diferente sendo debatido de acordo com a realidade local de cada cidade. O primeiro módulo, realizado em Belém, abordou as histórias de desenvolvimento e devastação na Amazônia, enquanto Santarém debateu a mineração na região. Já em Altamira os palestrantes e o público dialogaram sobre energia e infraestrutura, e os participantes de Rio Branco, no Acre, discutiram as ameaças às áreas protegidas.

Por meio de mesas de debates com jornalistas, especialistas e povos da floresta, o curso busca analisar o histórico de desenvolvimento da Amazônia e quais ferramentas de cidadania podem ser utilizadas para buscar soluções para a região. 

“Em Manaus, vamos enfocar a resistência fruto desse histórico, que gerou uma criação única de movimentos sociais, étnicos, políticos e de interação entre território e sociedade. Vamos buscar entender a Amazônia como gestora de seu próprio mundo, como região não só autônoma de ideias, mas também fundamental para a construção de novas formas de a sociedade se ver e se relacionar”, explica Maria Rosa Darrigo, coordenadora da iniciativa pelo Pulitzer.

O curso “Amazônia no Antropoceno” já possui cerca de 800 inscritos, e a estrutura híbrida e organizada em módulos permite que os alunos participem de modo síncrono e assíncrono. Ao se inscrever no curso, o estudante irá receber os links para os vídeos dos módulos anteriores e, ao fim da formação, o certificado de participação.

Na UFAM, o evento é dividido em duas etapas: na primeira delas, no dia 29 de novembro, Adevaldo Dias, da Associação dos produtores de Carauari (Asproc); Dada Baniwa, da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN); Felipe Rossoni, do Operação Amazônia Nativa (OPAN); Francisca Pereira, representante do Movimento das Quebradeiras de Coco de Babaçu; e Joed Melo, da Rede Maniva de Agroecologia (REMA), falarão sobre bioeconomia, economia comunitária e o futuro da Amazônia. A mesa será moderada por Thiago Cardoso, professor da UFAM e coordenador local do evento.

No dia 30 de novembro, Charles Trocate, do Movimento pela Autonomia Popular na Mineração (MAM), a professora da UFAM Katia Schweickardt e o professor Thiago Cardoso, também da UFAM, serão os palestrantes da mesa “Saberes territoriais, ideias globais: perspectivas amazônidas”, que terá mediação de Maria Rosa Darrigo, que é também coordenadora de educação na bacia amazônica do Pulitzer Center.

Para o professor Thiago Mota Cardoso, coordenador do Laboratório de Antropologia da Vida, Ecologia e Política da UFAM, a parceria das universidades federais com o Pulitzer Center fortalece a formação dos estudantes. 

“Tanto para pensar a Amazônia numa perspectiva crítica como construtiva, a iniciativa de envolver projetos de pesquisa, iniciativas acadêmicas e personalidades da pesquisa, do jornalismo e de povos indígenas em conexão com a arte de reportar e narrar crises acaba por incentivar o agir para contar histórias relevantes sobre os tempos sombrios que vivemos”, ressalta Thiago.

Mais informações sobre o curso podem ser acessadas por meio do link, ou pelo e-mail amazonianoatropoceno@gmail.com.

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