Sociedade

Projeto ‘Parentas que Fazem’ promove o protagonismo de mulheres indígenas na sociobioeconomia

Com a capacitação de 374 mulheres e apoio a cinco associações indígenas do Amazonas, o projeto “Parentas que Fazem” concluiu sua primeira fase em um evento marcante na Fundação Amazônia Sustentável (FAS), na última sexta-feira, 13 de dezembro. 

Imagem: Márcio Oliveira

A iniciativa busca fortalecer organizações de mulheres indígenas atuantes na sociobioeconomia por meio de oficinas, mapeamento de atividades e apoio ao desenvolvimento sustentável. O encerramento foi celebrado com uma roda de conversa e um desfile exclusivo da coleção “Muiraquitã”, assinada pelo estilista Kaixana Maurício Duarte, que já brilhou no New York Fashion Week.

A coleção, concebida em parceria com artesãs indígenas participantes do projeto, reflete a união entre a moda contemporânea e os saberes tradicionais da Amazônia. Tecidas à mão com materiais como fibras de tucum, escamas de pirarucu e sementes de açaí, as peças simbolizam a conexão entre sustentabilidade e cultura. 

Durante o desfile, Maurício destacou o impacto de sua colaboração: “Ver essas mulheres vendo suas criações na passarela me fortalece. Esse trabalho só faz sentido se emocionar e transformar vidas”, declarou.

Imagem: Márcio Oliveira

Com o apoio de parceiros como Google.org, Coiab e Makira-E’ta, o projeto promoveu ações significativas nas cinco associações selecionadas: AMARN, AMISM, AMIARN, ASSAI e AMIMSA. Segundo Maria Nazaré, presidente da ASSAI, o projeto trouxe avanços diretos às artesãs. 

“Participamos de feiras, aprendemos novas técnicas e promovemos melhorias na nossa sede. Os recursos beneficiaram muito nosso trabalho coletivo”, afirmou.

Ao longo de um ano, cinco oficinas de empreendedorismo capacitaram artesãs para aprimorar suas práticas e fortalecer a cadeia de artesanato indígena. Rosa dos Anjos, do povo Mura e coordenadora da Agenda Indígena da FAS, ressaltou a riqueza de histórias presentes em cada criação.

“Essas peças carregam alegrias e lutas. Trabalhamos para que cada vez mais mulheres possam transformar sua cultura em fonte de renda e empoderamento”.

Para além do aprendizado técnico, o projeto também mapeou 118 organizações indígenas na Amazônia, identificando potenciais iniciativas de investimento prioritário em sociobioeconomia. 

 

Imagem: Márcio Oliveira

Marciely Ayap Tupari, da Coiab, reforçou a importância do projeto na preservação de saberes ancestrais: “Quando uma mulher indígena cria um artesanato, ela garante a transmissão de conhecimento para futuras gerações”.

As atividades incluíram oficinas de tingimento natural em São Gabriel da Cachoeira, produção de grafismos em Manaus e técnicas de tecelagem em Tefé, conectando associações e comunidades em diferentes municípios. Ao unir moda, empreendedorismo e a valorização de culturas indígenas, o “Parentas que Fazem” não apenas fortaleceu o papel das mulheres na economia local, mas também ajudou a manter viva a memória cultural da Amazônia, reforçando o compromisso com a sociobioeconomia como caminho para o desenvolvimento sustentável.

Sobre a Coiab

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) é uma organização indígena com 35 anos de atuação na defesa dos direitos indígenas à terra, saúde, educação, cultura e sustentabilidade, considerando a diversidades de povos, e visando sua autonomia por meio de articulação política e fortalecimento das organizações indígenas. É a maior organização indígena regional do Brasil em número de povos incluídos e área de abrangência. Atua em nove estados da Amazônia Brasileira (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e está articulada com uma rede composta por associações locais, federações regionais, organizações de mulheres, professores, estudantes indígenas, e subdividida em 64 regiões de base.

Sobre a Makira E’ta

A Makira E’ta – Rede de Mulheres Indígena do Estado do Amazonas é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) independente, privada, de interesse público, sem vínculos político-partidários, com fins não econômicos, fundada no dia 29 de julho de 2017. Tem como missão a promoção e o desenvolvimento social, político e econômico, com prioridade à mulher indígena. A Makira E’ta acredita em uma sociedade com igualdade de oportunidades a todas as pessoas e neste o protagonismo da mulher indígena, principalmente nas comunidades que não são alcançadas pelas políticas públicas estaduais e municipais.

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