A tradição do Marabaixo, dança afro-amapaense reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo Iphan, está sendo usada como ferramenta pedagógica na Escola Professora Maria Esmeralda, no município de Amapá. Desde 2023, mais de 50 alunos participam do projeto que busca fortalecer o ensino da história e cultura afro-brasileira, aproximando os estudantes de suas raízes por meio da música, dança e ancestralidade.

Idealizado por professores como João Ataíde, o projeto surgiu em resposta a problemas de relações inter-raciais dentro da escola. De acordo com o docente, muitos estudantes não se reconheciam como parte das tradições afro-amapaenses.
Recentemente, os alunos se apresentaram no Centro de Cultura Negra, em Macapá, durante a abertura da programação do Ciclo do Marabaixo 2025. A celebração tradicional, que ocorre entre abril e junho, neste ano homenageia o centenário de Tia Biló, importante matriarca do Marabaixo do bairro do Laguinho.
Durante as atividades, os alunos formam rodas e cantam os ladrões de Marabaixo, músicas que abordam a luta e a resistência dos povos quilombolas. A prática envolve oficinas de dança, percussão e história, permitindo um aprendizado interdisciplinar que valoriza a identidade cultural local e amplia a compreensão dos estudantes sobre suas origens.
Entre os participantes está Ana Paula, aluna que hoje também é uma das cantoras do grupo. Ela conta que passou a se identificar com a cultura marabaxeira após entrar no projeto em 2024.
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