Thaís Andrade; 13/02/2023 às 09:00

Pesquisadora amazonense está entre as oito brasileiras listadas na 3ª edição do ’25 Mulheres na Ciência América Latina’

Larissa Anjos e outras sete pesquisadoras brasileiras conquistaram colocação na lista

Em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência 2023, em 11 de fevereiro, a 3M anuncia as vencedoras da 3ª edição do “25 Mulheres na Ciência América Latina”. Entre as vencedoras está a pesquisadora amazonense Larissa Anjos.

A iniciativa busca destacar mulheres que promovam e desenvolvam projetos no campo científico. O Brasil é representado por oito pesquisadoras de sete estados. Completam o time profissionais da Colômbia, do Chile, da Costa Rica e do México.

O projeto tem como objetivo ampliar a visibilidade das mulheres em iniciativas científicas e os impactos gerados na sociedade, inspirando meninas, jovens e mulheres em países latino-americanos a estudar as disciplinas STEM (em português, Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), além de reforçar a importância de sua participação em áreas majoritariamente dominadas por homens.

Segundo dados da UNESCO, em todo o mundo, as mulheres representam apenas 35% dos que buscam o ensino superior em STEM, e menos de 30% dos pesquisadores científicos. O desequilíbrio de gênero limita as possibilidades de inovação e de novas perspectivas para solucionar desafios atuais e futuros.

A equipe brasileira reconhecida na edição deste ano traz representantes das cidades de Jaboatão dos Guararapes (PE), Porto Alegre (RS), Pelotas (RS), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE) e Florianópolis (SC). Os projetos contemplam questões ambientais e de saúde.

Confira a lista de vencedoras brasileiras e seus projetos

Larissa Anjos (Manaus, AM) – Desenvolvimento de pesquisa sobre o acesso geográfico à saúde em ambientes anfíbios da Amazônia Brasileira. A pesquisa tem o objetivo de realizar um levantamento socioambiental da área e propor possíveis soluções de acesso à saúde para as populações tradicionais da região.

Patrícia Severino (Aracaju, SE) – Estudos sobre curativo polimérico em bicamada com liberação rápida de anestésico e controle de antibiótico nanoparticulado para controle imediato da dor, cicatrização e atividade antimicrobiana para lesões crônicas infectadas.

Valéria Vidal de Oliveira (Florianópolis, SC) – Desenvolvimento de tecnologia de purificação do ar, já patenteada, que promove como efeito colateral a redução drástica ou a eliminação total de sintomas de síndromes respiratórias como gripes, covid-19, sinusite ou rinossinusite, bronquite e pneumonias, entre outras doenças.

Dominique Rubenich (Porto Alegre, RS) – Desenvolvimento de software com base em machine learning para identificar a plasticidade morfológica de células imunes de pacientes oncológicos e sua relação com a progressão tumoral, visando testes de baixo custo e amplo acesso, além de novas frentes de prognóstico e detecção precoce.

Caroline Maria Bezerra de Araujo (Jaboatão dos Guararapes, PE) – Projeto sobre hidrogel à base de grafeno e ágar feito para uso em coluna de adsorção, fenômeno físico-químico no qual o componente em uma fase gasosa ou líquida é transferido para a superfície de uma fase sólida, podendo contribuir para a despoluição ambiental.

Giana Lima (Pelotas, RS) – Criação de composições odontológicas poliméricas que contêm metacrilatos metálicos na formulação de sistemas adesivos, selantes, cimentos e compósitos. Com ação antimicrobiana, elas têm aplicação em prótese, dentística, ortodontia, odontopediatria e implantodontia, entre outras áreas. 

Bárbara Maria Ribeiro Guimarães de Oliveira (Fortaleza, CE) – Projeto sobre a produção de painéis OSB (oriented strand board; chapas feitas com um material super-rígido, estável e resistente a impactos) a partir de fibra de bambu com adição de nanopartículas de celulose de torta de mamona, em substituição aos adesivos tradicionalmente usados na indústria de painel, o qual é altamente tóxico para a saúde humana. 

Renata Libonati (Rio de Janeiro, RJ) – Criação de sistema de alerta rápido de queimadas e incêndios florestais por meio de satélite – um aliado contra a destruição de dois refúgios da biodiversidade brasileiros: a Amazônia, maior floresta tropical do planeta, e o Pantanal, considerado a maior área alagável do mundo.

Processo de avaliação

Assim como nas edições anteriores, o processo de avaliação foi conduzido por um júri de representantes da área de Pesquisa & Desenvolvimento da 3M na região, e convidados externos com ampla experiência nas áreas de ciência, pesquisa, inovação, sustentabilidade e empreendedorismo. Entre os critérios avaliados estavam: potencial de impacto social direto ou indireto na região, inovação e viabilidade do projeto; maturidade da ideia demonstrada pelos resultados dos testes/pilotos iniciais; capacidade e experiência da candidata para desenvolver o projeto apresentado, problemas a serem resolvidos, inovação e/ou solução, e o impacto a nível local e/ou na comunidade após a implementação.

Para se inscreverem as participantes precisavam ser maior de idade, nascidas e formadas e/ou residentes em um país latino-americano; serem autoras ou terem participado na liderança de pelo menos um projeto com ao menos um protótipo/piloto de teste da ideia de inovação científica com base em STEM; possuir documentação que validasse a propriedade intelectual e/ou a fé do projeto inscrito; e ter interesse em dar visibilidade à ciência a partir de uma perspectiva feminina, apoiando o empoderamento das mulheres no campo das disciplinas STEM.

“A 3M acredita no poder da ciência para a resolução de qualquer desafio e na diversidade como motor para a inovação. Reconhecer mulheres que se dedicam ao campo científico é uma forma de inspirar novas gerações sobre caminhos profissionais na ciência e mostrar que espaços preenchidos atualmente em sua maioria por homens podem e devem ser ocupados com perfis mais diversos, contribuindo com o desenvolvimento de um ecossistema equilibrado, bem como com uma sociedade inclusiva”, completa Marcia Ferrarezi, gerente técnica da 3M e líder do WLF-Tech (Technical Women Leadership Forum – em português, Fórum de Liderança Técnica Feminina) da área técnica da 3M para a América Latina.

As 25 mulheres cientistas vencedoras farão parte de uma plataforma de visibilidade científica com a inclusão de seus projetos no livro comemorativo “25 Mulheres na Ciência América Latina” e terão suas trajetórias e seus projetos divulgados no Blog de Curiosidade da 3M e nas redes sociais da empresa.

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