Festival (RE)EXISTIR destaca a experiência LGBTQIAP+ amazônida frente à crise climática

Nos dias 21 e 22 de janeiro acontece em Belém, no Pará, a segunda edição do festival (Re)existir. Com o tema “Das identidades dissidentes dos territórios amazônicos frente às crises climáticas”, o evento é organizado pela Liga Acadêmica de Cuidados Integrais à Diversidade Sexual e de Gênero (LACIGS+) em parceria com a produtora cultural Na Cuia, e busca chamar para ação as populações amazônidas LGBTQIAP+, pretas e periféricas, que são as mais atingidas pelas mudanças climáticas na região amazônica. 

O primeiro dia de festival terá mesas, rodas de conversas e mostra visual, que desdobram-se do tema do evento, trazendo debates e reflexões de diversos enfoques, olhares e vivências de pessoas LGBTQIAP+ que estão nos centros urbanos e nos interiores e são atravessadas pela injustiça climática. Já o segundo dia tem a arte e a cultura como seu principal enfoque para abordar a temática do evento, em espaço que contará com a presença de empreendedores, expositores, performances e apresentações musicais.

O festival (Re)existir tem como proposta principal levar visibilidade à comunidade LGBTQIA+ do Norte do Brasil, mostrando os desafios enfrentados por essa população dentro de uma região que, historicamente, é invisibilizada e silenciada. A primeira edição, em 2019, levou experiência e conhecimento para mais de cem pessoas durante três dias de programação. “Assim como a primeira edição foi um ato político, frente ao cenário que estávamos vivendo em 2019, a segunda edição também nasce das nossas inquietações e desejos de mudanças a partir de articulações, formações e construções coletivas”, reflete Aline Queiroz, coordenadora do projeto.

Para 2023, a parceria com a Na Cuia colaborou com a construção do projeto, que foi aprovado e obteve financiamento por meio do edital “Pequenos apoios para ampliação do espaço cívico e mobilização na Amazônia Brasileira”, da aliança Pulsante e Vozes pela Ação Climática Justa da Fundación Avina (VAC Brasil), o que concretizou a realização desta segunda edição do festival. A proposta é alcançar mais gente com ciência, arte e empreendedorismo.

“A submissão e aprovação do edital foi, com certeza, um momento de muita felicidade para todos da Liga. Pautar nossas ações, mobilizar todes pras nossas resistências e reexistências é algo que demanda, obviamente, tempo e dinheiro. Embora tivéssemos nos doado muito em todas as atividades, a questão financeira sempre foi um empecilho persistente. Mas conseguimos, com a ajuda do edital, da parceria com a Na Cuia e dos apoiadores, superar essa situação. É muito gratificante contar com pessoas tão solidárias e humanas, que apoiam nossas construções e sonhos coletivos”, comenta Aline Queiroz. 

A entrada do evento é gratuita, e os interessados em receber certificado de participação devem se inscrever por meio da plataforma Even3.

Confira a programação:

Dia 21 – Local: Hotel Sagres (Auditório Amazonas), Av. Gov. José Malcher, 2927 – São Brás

8h às 10h | Mesa de abertura: As vivências das identidades dissidentes da Amazônia frente às crises climáticas

10h15 às 12h | Mesa 1 – Identidades transamazônidas: o corpo trans que existe e resiste na Amazônia 

14h às 15h30 | Mesa 2 – Themonias da Amazônia: o corpo themonizado na resistência da arte

15h30 às 17h | Mesa 3 – Territorialidades na Amazônia: juventude e vivências dissidentes 

17h17 às 19h | Cine debate

• Ystalação Cabokéticas
• Curta Negritar Filmes e Produções/Telas em Movimento

Dia 22 – Local: El Gueto, Av. Alm. Tamandaré, 979 – Campina

15h às 18h | Exposição visual, feirinha de empreendedores e apresentações

18h às 23h30 | DJs, performances e apresentações musicais