Hilana Rodrigues; 22/02/2022 às 12:00

Autora indígena de Macapá lança livro de poesias que enaltece as belezas da Amazônia

O livro retrata as lembranças de infância da educadora enquanto morava na cidade natal

Na última segunda-feira, 21, a professora indígena Lucia Morais Tucuju, oriunda da etnia Kumarumã, do Amapá, fez o lançamento de seu primeiro livro, denominado Tucumã, com poesias infantis inspiradas na Amazônia e prefácio de Daniel Munduruku.

Realizado na Livraria da Travessa de Botafogo, Rio de Janeiro, Lucia é professora, educadora, militante da Literatura e da Educação, e criadora da projeto “Pequenalegria”, uma iniciativa especializada em projetos variados que levam livros, leitura e conhecimento para favelas, feiras livres e escolas públicas.

Após dez anos de projetos de incentivo à leitura, em 2022, nasce sua primeira obra. “Este livro é um sonho realizado. Ele traz todo o sabor e o cheiro da minha infância, das histórias que a minha avó contava, e que agora, viraram poesia”, lembra Lucia.

O livro Tucumã é o primeiro de muitos que Lucia pretende lançar (Ilustração: Adilson Dias)

Morando no Rio de Janeiro há 22 anos, a autora explica que “Tucumã” possui poesias que falam das lendas do Norte, animais presentes da nossa fauna e a flora Amazônica, tudo com o propósito de manter viva a cultura indígena e apresentar aos moradores de outras localidades a essência do Norte do país.

“Nós, os povos originários, temos um elo com a natureza. É parte da nossa cultura. Neste livro, tento passar isso às crianças, aos educadores, aos pais, e a seja lá quem estiver comigo. Outro recado importante é o cuidado com a natureza e com a vida. Os povos indígenas lutam por isso e transformar esta luta em poesia também é resistência. É continuar o nosso legado”, afirma Lucia, graduada em Pedagogia, com pós em Psicopedagogia e pós em Literatura Infantil e Juvenil.

Com um trabalho focado em disseminar a cultura dos povos originários na literatura, na educação e no ensino infantil, Lucia atualmente dá palestras e cursos nos quais desmistifica estereótipos da população indígena.

“É preciso ensinar às crianças e aos professores a nossa cultura, nosso saber milenar. Os brasileiros estão querendo aprender idiomas, enquanto a nossa língua de origem foi esquecida. O meu trabalho também passa por esse resgate da sabedoria e das tradições dos povos originários”, explica a autora que, em breve, pretende lançar um segundo livro de poemas com foco no universo feminino.

A obra foi publicada via Lei de Incentivo à Cultura (ISS), pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, com apoio da GKO Informática e realização da Ganzá Produções.

Fonte: Assessoria

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