A temática sexualidade e identidade de gênero é de grande importância para uma sociedade mais inclusiva e respeitosa, porém ainda complicada de entender para algumas pessoas que não fazem parte da comunidade LGBTQIA+. Essa falta de informação acaba levando a diversas expressões preconceituosas para o meio em que vivem e quando se comunicam com quem é parte da comunidade.
Tendo em mente que a comunidade LGBTQIA+ é bastante diversa e abrange muitas pessoas em que para cada grupo há uma forma de se comunicar, vamos nos abster aqui primeiramente ao grupo de pessoas transgêneros.
A identidade de gênero de um indivíduo é declarada, em sua primeira instância, ao nascimento, tendo como referência a genitália com a qual nasce. Por mais que para algumas pessoas a identidade e expressão de gênero sejam firmados à identificação do sexo ao nascimento, para as pessoas trans e variabilidades de gênero, a identidade ou expressão de gênero não se relacionam ao sexo atribuído ao nascer.
A identidade de gênero é uma sensação e sentimento pessoal em que a pessoa se sente pertencida ao gênero masculino (homem), gênero feminino (mulher) ou os dois, independente do sexo que lhe foi atribuído ao nascer. Ela pode ou não sentir a necessidade de realizar transformações corporais, vestimentas e performances.
Sendo assim, mesmo que uma pessoa pareça fisicamente de forma socialmente classificada como masculina, ela pode se sentir uma mulher e cabe ao outro respeitar e lhe tratar pela forma com a qual a pessoa deseja. Para que não tenha desrespeito por ignorância de saber, aqui vai um pequeno manual de exemplos de como ter comunicação responsável com pessoas trans.
“Mas se você nasceu homem, então é um homem”
A identidade de gênero é diferente de sexo. A identidade de gênero é uma percepção pessoal em que a pessoa se sente pertencer. Nascer com determinada genitália não significa se sentir, agir e ser como o gênero atribuído socialmente ao sexo.
Desvalidar a forma de uma pessoa se sentir é uma forma de exclusão.
“Se você nasceu mulher então é ela/dela”
É um direito pessoal que a pessoa trans possa ser tratada pelo pronome com o qual se identifica. Além de não custar nada para a pessoa que lhe chama, demonstra respeito pela forma de ser da pessoa trans.
Se tiver dúvida de qual pronome usar, pergunte à pessoa, dessa forma você saberá como tratá-la corretamente.
“Mas ela/ele foi batizada(o) com esse nome que está nos documentos, é assim que deve ser chamada(o)”
Além do pronome escolhido, a pessoa trans tem o direito por lei de usar o nome social em documentos pessoais, em preenchimento de formulários e qualquer documentação, assim como também ser chamada pelo nome social contribui para o acolhimento livre de transfobias e discriminações.
Não determine heterossexualidade na pessoa trans. Identidade de gênero não é o mesmo que orientação sexual. Uma mulher trans ou um homem trans pode sentir interesse por homens, por mulheres, pelos dois ou por nenhum.
“Coitado (a) escolheu ser trans no país que mais mata pessoas por isso”
1º: Ninguém escolhe a identidade pela qual se identifica.
2º: Não vitimize a pessoa trans, ela tem consciência de como pessoas como ela são tratadas, pois sente na pele.
“Sendo desse jeito só vai conseguir emprego na esquina”
Não presuma que toda mulher trans é profissional do sexo. Mesmo que o mercado de trabalho ainda marginalize a comunidade, quem as faz sentir sem opção é a sociedade preconceituosa.
“Você vai fazer a cirurgia para mudar de sexo agora?”
Mesmo que comum, pessoas trans não precisam optar e nem realizar cirurgias para aproximar sua aparência à identidade de gênero.
É importante promover um ambiente acolhedor para que o indivíduo sinta liberdade com as suas escolhas.
Atitudes que geram inclusão
Opção “Nome Social” em fichas e formulários de coleta de dados;
Distribuição de cartazes em postos de saúde e educação sobre o direito ao uso do nome social, leis específicas, símbolos e sinais LGBTQIA+;
Sinalização de banheiros utilizados de acordo com a identidade de gênero cada pessoa;
Divulgação de acolhimento para a comunidade trans vítimas de violência.
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