Se uma parte do mundo celebra o Halloween com um olhar assustador aos mortos, os mexicanos têm uma data especial para relembrar aqueles que se foram de uma maneira alegre e colorida, o Dia de Los Muertos. Comemorada entre 31 de outubro e 2 de novembro, se assemelha também ao Dia de Finados Brasileiro, mas, diferentemente daqui, a data não é marcada por tristeza, isso porque a cultura mexicana em si lida com o processo de luto de uma maneira mais natural.
De acordo com registros históricos, a origem da festa vem de muito antes dos espanhóis chegarem ao território mexicano. Civilizações tradicionais que já habitavam a área, como maias e astecas, tinham rituais para homenagear os mortos e acreditavam que seus espíritos retornavam à Terra uma vez ao ano.
Considerado a maior festividade do país, o Dia dos Mortos, na tradução literal ao português, tem como finalidade reviver a memória de pessoas queridas. Segundo a tradição, nesses dias, os espíritos têm a possibilidade de voltar ao Reino dos Vivos para visitar seus parentes. Assim, para receber as almas em celebração, os vivos constroem altares enfeitados com fotos e oferendas como flores, velas, comidas e bebidas em casa.
Tradicionalmente, o altar é construído com algumas particularidades e regras que devem ser seguidas. A primeira, diz respeito aos níveis em que pode ser construído, são três opções, segundo a Revista da Babbel: 1) dois andares para diferenciar os mundos terrestre celestial; 2) três andares para representar o céu, a terra e o submundo; 3) sete andares pelos quais a alma deve passar até chegar ao céu e que fazem referência ao modo como a pessoa morreu na cultura asteca e aos pecados capitais na tradição católica.
Pelas cidades, também é comum ver decorações coloridas, além de fantasias de caveiras e esqueletos. Outro dos principais símbolos que representa a festa é a figura La Catrina, um esqueleto feminino vestido com roupas coloridas e um chapéu. Ela foi inspirada no quadro La Calavera Catrina, de José Guadalupe Posada, e representa uma crítica social.
Representação no cinema
Em 2017, o filme “Viva – A vida é uma festa”, da Disney, homenageou a festa numa animação divertida e emocionante. Aclamada pela crítica a animação foi a primeira a retratar a cultura mexicana de uma forma aprofundada e é resultado de três anos de estudo da Pixar para respeitar a cultura mexicana.
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