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Síndrome da impostora

A síndrome da impostora é uma desordem psicológica que, apesar de não ser classificada como doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é bastante estudada. De acordo com o Instituto de Psicologia, essa síndrome afeta principalmente mulheres, e é caracterizada por pensamentos que reforçam a perda de confiança em si e a sensação de que o sucesso atingido não foi merecido. 

De acordo com a pesquisa “Acelerando o futuro das mulheres nos negócios”, produzida pela KPMG, para 77% das executivas entrevistadas, a diferença entre o que elas esperavam da vida pessoal ou da carreira, e a realidade que elas realmente conquistaram, pode ter desencadeado a síndrome da impostora. 

O levantamento também indicou que 56% das entrevistadas que atuam em cargos de liderança temem que as pessoas ao seu redor não acreditem que elas são capazes de desempenhar suas funções. Ainda segundo o estudo, 57% das mulheres entrevistadas disseram que experimentaram a síndrome da impostora quando assumiram um novo papel de liderança ou ascenderam ao nível de executivas. Outras 47% relataram que sofrem com a síndrome devido ao fato de nunca esperaram atingir o nível de sucesso que alcançaram.

Tomando conhecimento sobre o assunto

Os estudos sobre a síndrome da impostora começaram em 1978, quando duas psicólogas norte-americanas, Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade Estadual da Geórgia, iniciaram uma pesquisa com 150 mulheres em posição de destaque profissional. Com isso, o levantamento revelou que quanto mais respeitadas e bem-sucedidas, mais essas mulheres sentiam-se inseguras e acreditavam ser uma fraude.  

Hoje, não é difícil encontrar informações sobre o assunto. Em alguns sites, é possível até realizar testes de múltipla escolha para verificar se você sofre ou não desse mal que afeta tantas mulheres, especialmente, em cargos de poder.

Afinal, por que tantas mulheres desacreditam da própria capacidade?

De acordo com a pesquisadora Maria da Conceição Uvaldo, psicóloga do Serviço de Orientação Profissional (SOP) e pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre o Trabalho e Orientação Profissional (Labor), do Instituto de Psicologia (IP) da USP, a síndrome da impostora dialoga com vários preconceitos, inclusive o de gênero.

De modo geral, essa síndrome está diretamente relacionada às ideias que o patriarcado construiu sobre a figura da mulher, uma imagem que alimenta o machismo no pensamento social e contribui profundamente para a destruição da autoestima feminina. Para a cultura patriarcal, tudo que remete a mulher é inferior e não tem importância, especialmente se comparada ao que um homem pode desempenhar, por isso, suas habilidades e competências devem ser frequentemente questionadas. 

Dessa maneira, a síndrome da impostora não reforça apenas o impacto psicológico que o machismo pode causar, mas também revela que se trata de uma questão social, sobre os estereótipos de gênero. 

Qual impostora você é?

A especialista em síndrome do impostor, Valerie Young em seu livro categoriza 5 subgrupos com características padrão de pessoas que sofrem com o sentimento de “ser uma impostora”. 

1. A perfeccionista 

Para os perfeccionistas, o trabalho deve ser 100% perfeito o tempo todo. Não há espaços para erros, as expectativas para os resultados acabam sendo tão altas que se tornam irreais e nenhuma conquista é digna o suficiente de ser celebrada. Além disso, elas possuem dificuldades para delegar tarefas, mesmo quando podem fazer isso, porque acreditam piamente no lema “quer bem feito? então faça você mesmo”. Entretanto, as consequências desse tipo de atitude são altos níveis de estresse, burnout e queda da autoconfiança, já que o trabalho que ela mesmo desempenha nunca é bom o bastante. 

2. A super-heroína

São as “workaholics” que acreditam que qualquer tempo não dedicado ao trabalho, é uma perda. Se esforçam para mostrar que estão produzindo, na tentativa de provar que são dignas da posição ou do cargo que conquistaram. Estão sempre em busca da validação do seu trabalho através de outros e não conseguem medir por si mesmas os impactos de suas ações. Ou seja, o que as atrai no trabalho não é o prazer de realizá-lo, mas o reconhecimento que vem de outras pessoas, enquanto elas tentam fazer de tudo para provar que não são farsas. 

3. A gênia 

São aquelas que possuem expectativas tão altas quanto as perfeccionistas, porém elas medem a própria competência baseadas no quão rápido elas podem aprender algo ou conseguem acertar algo de primeira. Caso isso não ocorra, o sentimento de vergonha faz com que elas deixem de tentar, acreditando que não serão boas naquilo e porque não querem admitir a “derrota”. 

4. A instrumentista

Nesse caso, são aquelas que se recusam a pedir ajuda, já que acreditam que devem provar o seu valor sozinhas e que o envolvimento de outros pode apontar uma fraqueza. 

5. A especialista

Essas medem seu valor baseadas ‘no que’ e ‘no quanto’ sabem sobre algum assunto, vivendo constantemente com o medo de serem expostas como inexperientes ou com conhecimento insuficiente. Ou seja, apesar de estarem sempre buscando aperfeiçoamento e por mais informações, nunca é o suficiente. Não saber algo pode ser considerado uma quebra, que culmina no sentimento de impostor. 

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