Mercadizar; 13/02/2019 às 14:56

No Dia Mundial do Rádio, reveja a história dele no Brasil e Amazônia

Mesmo com as novas tecnologias, o rádio é o principal veículo de comunicação do Amazonas

Hoje, 13 de fevereiro, é comemorado o Dia Mundial do Rádio. A data foi escolhida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011. Inventado pelo italiano Guiglielmo Marcone, a primeira transmissão de rádio foi de um evento esportivo que ocorreu durante a regata de Kingstown para o jornal de Dublin.

No Brasil, a primeira transmissão radiofônica aconteceu em 1922, com um discurso do então presidente Epitácio Pessoa. Já em 1923, foi fundada a primeira emissora de rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize. A audiência do rádio vinha crescendo e em 1941 estreou na Rádio Globo o programa “Repórter Esso”, o primeiro noticiário do país que não se limitava a ler as notícias dos jornais impressos.

As primeiras transmissões de rádio no Amazonas aconteceram em 1927, durante o período da estagnação econômica sofrida após o primeiro ciclo da borracha. Em entrevista ao Portal Amazônia, Ierecê Barbosa, autora do livro “Favor Transmitir ao Destinatário: uma análise semiológica dos avisos de rádio no Amazonas”, afirmou que a rádio surgiu no Amazonas em 1927 impulsionada pela produção do látex.

“Os barões da borracha fizeram grande investimento no Amazonas e o rádio foi um deles, pois atendia não só às necessidades de comunicação devido à geografia da região, mas também aos fins políticos. O ganho social foi a promoção da cidadania do homem do interior que vivia isolado do resto do país. O Rádio até hoje não perdeu a função social de levar a informação à lugares mais distantes, principalmente em nossa região”, explicou Barbosa.

Diferentemente de outros estados do país, o rádio surgiu no Amazonas a partir da iniciativa estatal do governador Ephigênio Sales (1926 – 1930), sendo “A voz de Manaós” a primeira emissora. Ela tinha a periodicidade semanal de três dias, entrando no ar às segundas, quartas e sextas-feiras, e atendia aos interesses comerciais e políticos dos barões da borracha, transmitindo as cotações do látex no mercado internacional, a situação econômica do país e anunciando os feitos do governo e notícias de interesse público.

Após essa primeira iniciativa, o número de “radiófilos” aumentou, o que levou ao maior investimento em receptores de alta qualidade. Porém, com a crise de 1929, que afetou gravemente a economia mundial, a emissora sofreu vários cortes dos governantes e quebrou.

Depois vieram a Voz da Baricéa (1938), a Rádio Baré (1939), a Difusora (1948), a Rio Mar (1954) e ninguém mais segurou o rádio que inovou com FM (Frequência Modulada) e sua moderna Rádio Tropical, inaugurada em 1966.

Apesar dos avanços tecnológicos e das novas plataformas de transmissão surgidas ao longo dos anos, o rádio amazonense, mesmo vivendo um período de redefinições, não perdeu o seu status e ainda é o meio de comunicação mais importante do estado. Para Ierecê Barbosa, além da geografia favorável, outro fator que mantém o rádio vivo e fundamental para grande parte da população é a sua grande capacidade de adaptação às mudanças.

Confira abaixo as rádios mais tradicionais de Manaus:

Rio Mar

A Rádio Rio Mar foi inaugurada em 1954 pelos proprietários Charles Hamú e os irmãos Aguinaldo e Aluysio Archer Pinto, sendo a primeira estação de Onda Média do Amazonas.

A Rádio Rio Mar carrega uma rica história que marcou a vida do povo amazonense, principalmente no período em que eram poucos os meios de comunicação. A emissora é considerada a Escola do Rádio, pois diversos profissionais iniciaram suas atividades por ela.

Hoje a emissora integra a Rede de Notícias da Amazônia (RNA), é afiliada à Rede Bandeirantes de Rádio e à Rede Católica de Rádio (RCR) e é associada à Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Amazonense de Emissoras de Rádio e Televisão (Amert) e ao Sindicato das Empresas de Radiodifusão do Estado do Amazonas (Sinderpam).

Rádio Difusora

Fundada em 1948 por Josué Cláudio de Souza Josué, que acabara de receber de Assis Chateaubriand a missão de dirigir a única estação de rádio de Manaus, a Rádio Baré, e o tradicional Jornal do Commercio, recentemente incorporados a rede Diários e Emissoras do Brasil, o império da comunicação da época.

Hoje, a Rádio Difusora é uma das mais conhecidas e tradicionais da cidade de Manaus, sendo homenageada no Prêmio Amazonense de Propaganda e Marketing (PMKT) pelos seus 70 anos de existência.

Rádio Tiradentes

A Tiradentes FM pertence ao grupo ”Rede Tiradentes de Rádio e Televisão” do jornalista e empresário, Ronaldo Tiradentes. Ela iniciou as suas operações em 2005 e de 2006 até 2012 foi filiada da Rede Globo.

Rádio A Crítica

A rádio ”A Crítica FM” fazia parte do grupo Rede Calderaro de Comunicação. Pensando em reformular o jornalismo radiofônico, em 2017 a rádio A Crítica transformou-se em ”FM O Dia”. Tendo sede na cidade do Rio de Janeiro, com essa mudança a rádio passa a ter a sua primeira filiada no estado do Amazonas.

Rádio Amazonas FM

Constituindo o Grupo Amazônia Cabo, a rádio ”Amazonas FM” deixou de ser transmitida em agosto de 2015 e passou a ser chamada de ”CBN Amazônia”, tornando-se afiliada da Central Brasileira de Notícias (CBN).

Rádio RBN

Em 1993, líderes da igreja Evangélica Assembleia de Deus decidem comprar uma rádio. Logo em seguida, optam pela compra da rádio Rede Brasil Norte (RBN) que na época pertencia ao Grupo Simões.

A sigla “RBN’’ permanece até hoje, mas agora o significado da mesma é “Rede Boas Novas”. Com 25 anos de existência, toda a programação é de cunho gospel.

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