Ariel Bentes, Isabella Botelho e Nayá Costa; 02/03/2020 às 15:37

Mulheres que marcaram a história

Você sabia que há não muito tempo as mulheres não podiam participar de competições de esporte? Ou votar e trabalhar fora de casa? Por muito tempo foi atribuído à mulher um papel exclusivo para o cuidado dos filhos e da casa. Ainda há um longo caminho para que se possa considerar a sociedade igualitária em relação ao gênero, mas muito já mudou graças aos esforços e feitos de mulheres no mundo todo em diferentes épocas. 

Então, hoje, vamos nos inspirar na história e no legado de mulheres incríveis que marcaram a história do mundo com seus grandes feitos e, quem sabe, num futuro não tão distante, outras pesquisadoras, cientistas, professoras, atrizes, jornalistas, presidentas, cantoras, atletas, rainhas, astronautas, advogadas e médicas surjam para entrar para a história.

Joana d’Arc – 1431

De origem de muito simples, Joana D’Arc passou de camponesa analfabeta à chefe de um exército durante a Guerra dos 100 anos. Uma das principais mártires da França, ela foi queimada em praça pública ao ser acusada de heresia e feitiçaria por um tribunal eclesiástico francês e inglês em 1431. Séculos mais tarde, foi canonizada pela Igreja Católica. Hoje, é tida como Santa Padroeira da França.  

Zacimba Gaba – 1690 

Zacimba Gaba foi uma princesa da nação africana de Cabinda, em Angola, que foi escravizada e levada a Fazenda José Trancoso no Brasil. Lá ela foi submetida a diversos castigos físicos e estupros cometidos pelo dono da Fazenda. Com a sua presença na Casa Grande, Zacimba viu a oportunidade de lutar pela sua liberdade e dos outros negros ali presente, assim, ela envenenou o dono da Fazenda e em seguida liderou uma fuga em grupo e fundou um quilombo às margens do Rio Doce. A partir disso, Zacimba se dedicou a organizar ataques noturnos a um porto no Espírito Santo visando a libertação de mais negros. 

Dandara – 1694 

Descrita como heroína, Dandara foi uma guerreira e mulher de Zumbi dos Palmares. A história da heroína é cercada de incertezas, tanto sobre sua vida quando sobre sua morte. A história mais aceita de seu fim é que ela teria se jogado de uma pedreira ao abismo. A decisão extrema foi feita para não se entregar às forças militares.

Dandara dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas batalhas ao lado de Palmares. Ela participava também da elaboração das estratégias de resistência e desafiava o sistema colonial escravista. Assim, Dandara é um dos maiores símbolos de resistência feminina da época colonial brasileira.

Mary Astell – 1694

Escritora e filósofa inglesa, Mary Astell ficou conhecida como a primeira inglesa a se declara e militar abertamente como feminista. Nascida em uma família burguesa anglicana de Newcastle, ela foi uma pensadora que unificou suas perspectivas filosóficas e religiosas em prol do feminismo, sustentando que o uso da intelectualidade, tanto das mulheres quanto dos homens era o melhor caminho para servir a Deus.

Em 1694, publicou a primeira parte da revolucionária obra de caráter feminista intitulada A Serious Proposal to the Ladies for the Advancement of their True and Greatest Interest, em que propõe uma instituição ou monastério secular feminino de educação superior. Astell acreditava que a instrução era uma forma de permitir que as mulheres ficassem livres e longes dos laços familiares e matrimoniais. 

Nísia Floresta – 1832

Um dos maiores nomes femininos do Brasil, Nísia Floresta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, foi precursora do feminismo no país. A educadora, poetisa e escritora fundou colégios para meninas no Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro. 

Seu primeiro livro foi escrito aos 22 anos e teve como título Direitos das mulheres e injustiça dos homens. No decorrer dos anos, até seu falecimento em 1885, Nísia escreveu outras 14 obras prestigiadas mundialmente, defendendo os direitos das mulheres, dos índios e dos escravos. A educadora morreu em Rouen, na França, no dia 24 de abril de 1885, e foi trazida para um mausoléu que foi erguido em sua homenagem, na cidade onde nasceu e que tem o seu nome.

Luiza Mahin – 1835 

“Uma negra, africana, da Costa da Mina”, é como Luiz Gama começa a descrever a mãe, Luísa Mahin, em uma carta que escreveu. Luísa era quitutera nas ruas de Salvador, ofício que lhe possibilitou atuar como ponto de comunicação e articulação entre escravos e não-escravos revolucionários que compravam seus quitutes e trocavam bilhetes com mensagens sobre a organização da Revolta dos Malês. Ela usou suas habilidades na escrita e na leitura aliado a sua posição que lhe permitia circular pelas ruas livremente para servir seu povo e orquestrar o levante contra o regime escravista.

Ada Lovelace – 1842 

Ada Lovelace era matemática e criou o primeiro algoritmo para ser processado em máquina em meados de 1842, tornando-se a primeira programadora da história. Nascida em Londres, Ada foi incentivada pela mãe, a Baronesa Byron, a estudar matemática. Inicialmente, Ada foi instruída por Augustus De Morgan, conhecido por ter sido o primeiro professor de matemática da Universidade de Londres, depois ela trabalhou com o cientista Charles Babbage, participando de seu projeto sobre a Máquina Analítica. 

A máquina poderia ser programada para executar cálculos matemáticos, mas Ada percebeu que ela tinha um potencial maior. Pensando nisso, ela traduziu um artigo italiano sobre motor e fez as suas considerações sobre ele. Nessas considerações continha um algoritmo criado para ser processado por máquinas, sendo considerado o primeiro programa de computador já criado. 

Marie Curie – 1903 

Cientista polonesa, Marie Curie foi pioneira em vários aspectos: descobriu dois elementos da tabela periódica (Rádio e Polônio), descobriu e cunhou a teoria da relatividade, foi a primeira professora admitida na Universidade de Paris e a primeira pessoa a receber duas vezes o Prêmio Nobel (Prêmio Nobel de Física em 1903 e o Prêmio Nobel de Química em 1911). Além disso, foi a primeira mulher a ser enterrada no Panteão de Paris por méritos próprios. 

Lili Elbe – 1912 

Lili Elbe é a primeira pessoa a fazer a cirurgia de redesignação de sexo na história. Einar Mogens, seu nome antigo, usou salto alto e um vestido pela primeira vez a pedido da sua esposa Gerda, que precisava terminar um esboço de uma ilustração. A partir disso, Einar se encontrou e Gerda passou a apresentá-la como sua irmã. 

Em 1912, elas se mudaram para Paris e Lili tornou-se uma dama. Foi nesse momento também que ela passou por uma castração cirúrgica e diversas outras cirurgias. Infelizmente, Lili não resistiu a cirurgia que implantou um útero e uma vagina artificial e faleceu em 1933.

Amelia Earhart – 1928 

Grande símbolo da aviação, Amelia Earhart, além de ter sido a primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico, também foi a primeira a receber a Cruz de Voo Distinto, condecoração militar atribuída a atos de heroísmo ou conquista extraordinária concedida a pilotos das Forças Aéreas dos Estados Unidos. Ela desapareceu no Oceano Pacífico enquanto fazia uma volta ao mundo.

Bertha Lutz – 1932 

Bertha Lutz foi a segunda mulher brasileira a ingressar no serviço público brasileiro, após ser aprovada em um concurso do Museu Nacional no Rio de Janeiro. A partir disso, ela começou a se destacar na busca pela igualdade de direitos entre homens e mulheres e criou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, participou da assembleia-geral da Liga das Mulheres Eleitoras nos EUA e fundou a Federação Brasileira para o Progresso Feminino, onde lutou pelo direito ao voto feminino. Em 1932, foi estabelecido o direito ao voto às mulheres e em 1936 Bertha tornou-se deputada federal. Nele ela propôs a igualdade salarial, a licença maternidade para as mulheres e a redução da jornada de trabalho.   

Maria Lenk – 1932 

Maria Lenk foi pioneira em natação feminina no Brasil e a competir em jogos olímpicos. No início dos anos 40, ela era a única mulher de uma equipe de nadadores sul-americanos, onde quebrou 12 dos recordes norte-americanos. A nadadora obteve muitas conquistas ao longo da sua carreira de nadadora e de acadêmica, pois além de ter vencido diversas competições, Maria foi a primeira diretora mulher da Escola de Educação Física da UFRJ.

Maria foi a maior na história da natação brasileira pelos inúmeros títulos que obteve nas piscinas nacionais e internacionais, servindo de exemplo no esporte. A atleta se aposentou das competições em 1942, ano em que ajudou a fundar a Escola Nacional de Educação Física, da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Sempre muito perseverante, Maria viveu até os 92 anos e, até o final da sua vida, nadava aproximadamente 1.500m por dia.

Mercedes Baptista – 1948 

Considerada a precursora do balé e da dança afro, Mercedes frequentou a Escola de Dança da bailarina Eros Volússia em 1945. Em 1948, Mercedes foi a primeira bailarina clássica negra do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro mas, apesar disso, ela sofreu muito preconceito dentro do corpo de baile, pois poucos foram os diretores que selecionaram Mercedes para participar dos espetáculos. Ao mesmo tempo, ela participou de apresentações do grupo Teatro Negro Experimental e ao lado de outros artistas lutou pela integração e pelo reconhecimento de atores e dançarinos negros no teatro brasileiro. 

Mercedes faleceu em 2014 e em 2016 uma estátua de bronze foi inaugurada em sua homenagem na Praça Mauá, no Rio de Janeiro.

Elza Soares – 1951 

Por conta de uma infância pobre, Elza casou-se aos 12 anos de idade e aos 13 já era mãe. Na mesma época, surpreendeu a todos ao cantar num programa de calouros, mas só conseguiu seguir a carreira de artista quando ficou viúva, aos 21 anos. Mesmo com a fama, ela sofreu muito ao ser acusada de manter uma relação com o jogador de futebol Garrincha e supostamente acabar com seu casamento, recebendo, inclusive, ameaças contra a sua vida. Deu a volta por cima e hoje é uma lenda viva da MPB. 

Hebe Camargo – 1955 

Considerada a rainha da televisão nacional, Hebe Camargo esteve ao lado de Assis Chateaubriand durante o nascimento da Rede Tupi, primeira emissora brasileira de televisão. Em 1955, ela passou a comandar o primeiro programa feminino lançado no Brasil, intitulado O Mundo é das Mulheres. Ela se tornou um dos maiores ícones da televisão brasileira, conhecida por seus fortes posicionamentos e opiniões. Trabalhou até o fim de sua vida e faleceu em 2012, aos 83 anos, vítima de um câncer. 

Rosa Parks – 1955 

Rosa Parks tornou-se o pivô de boicotes aos ônibus de Montgomery, o qual acabou com a lei de segregação racial dos transportes públicos da cidade. À época, muitas cidades norte-americanas mantinham esta lei, que dividia os assentos entre “brancos” e “pessoas de cor”, termo utilizado para se referir a afrodescendentes. Em 1955, Parks se recusou a ceder o seu assento para um branco e foi presa. O caso repercutiu no boicote que durou 381 dias com a comunidade negra se recusando a usar o transporte público até que a segregação fosse encerrada.

Valentina Tereshkova – 1963 

Não somente a primeira mulher a ir ao espaço, Valentina Tereshkova é, ainda hoje, a única que realizou um voo solo. A russa destacou-se entre as outras candidatas com mais estudos por ser uma exímia paraquedista, algo fundamental para o voo com a nave Vostok VI. Recebeu as duas maiores condecorações nacionais: a Ordem de Lenin e Herói da União Soviética. 

Katherine Johnson – 1969 

Graduada em matemática, Katherine mostrou talento para os cálculos desde muito cedo, tanto que ingressou no ensino médio aos 10 anos de idade e na faculdade aos 14. Grande nome da NASA, Katherine foi a responsável por calcular a rota da primeira nave americana a ir ao espaço, a Mercury-Redstone 3, e da missão Friendship 7, no qual tornou o astronauta John Glenn o primeiro americano a orbitar o planeta.  Além disso, o seu trabalho considerado mais importante é o cálculo do trajeto da nave Apollo 11, a primeira a pousar na lua em 1969.

Katherine trabalhou na NASA até 1986 e em 1997 ela recebeu o título de matemática do ano pela National Technical Association. Em 2015, aos 97 anos, ela recebeu a medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria civil dos EUA.

Madre Teresa de Calcutá – 1979 

Albanesa naturalizada indiana, Madre Teresa de Calcutá nasceu Anjezë Gonxhe Bojaxhiu e dedicou sua vida a cuidar dos mais pobres. Um dos principais nomes quando falamos em caridade, a beata recebeu o Nobel da Paz em 1979 e foi canonizada pelo Papa Francisco em 2016. Fundou a Congregação Missionárias da Caridade que está presente em ao menos 139 países.

Margaret Thatcher – 1979 

Conhecida como “Dama de Ferro”, Thatcher foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira-Ministra do Reino Unido e foi a pessoa que passou mais tempo na posição durante o século XX, tendo cumprido três mandatos de 1979 a 1990. Grande defensora das ideologias do liberalismo clássico, Thatcher teve como grande obstáculo em seu mandato o grande número de desempregos causado pela recessão. 

Roberta Close – 1980 

Apesar de ter sido registada como Luiz Roberto, a artista Roberta Close sempre se identificou com o sexo feminino, além de ter traços femininos por ter nascido hermafrodita. Durante a infância, Roberta sofreu com sua família, que não aceitava que ela se vestisse com roupas femininas. Assim, a jovem se tornou independente aos 14 anos e foi morar com sua avó.

Roberta sempre foi admirada por sua beleza, se tornando modelo muito cedo. De modelo, ela passou a trabalhar como atriz e fez sucesso em sua carreira. O sobrenome artístico surgiu por conta de um ensaio que a artista fez para a extinta revista “Close”, que fez com que Roberta ficasse conhecida nacionalmente. Ela lutou contra o preconceito nos anos 80 e conseguiu se tornar uma mulher respeitada, com visibilidade e representatividade. 

Princesa Diana – 1981 

A Princesa Diana, conhecida como Diana de Gales, foi casada com o príncipe Charles e morreu em um acidente de carro em 1997. Com a morte de seu avô, o pai de Diana tornou-se o oitavo Conde Spencer, e assim, Diana e suas irmãs receberam o título de Lady. Desde 1978, Diana participava do cotidiano da família real britânica. A partir de então, Diana e Charles eram vistos sempre juntos, até que no dia 29 de Julho de 1981, Lady Diana e o príncipe Charles se casaram na Catedral de St Paul’s em Londres em uma cerimônia para 3500 convidados. 

Lady Di, como era conhecida, tinha uma personalidade forte e opiniões próprias que iam contra as regras da realeza. Atuante em causas sociais, a princesa bateu de frente com a monarquia, atraindo olhares do mundo todo e principalmente dos paparazzi. Por ter dito “não” às formalidades, Diana foi julgada pela família real, que discordava de sua postura. Porém, a princesa se manteve firme em seus posicionamentos até o fim de sua vida, em 31 de agosto de 1997. O acidente que tirou a vida da princesa da mídia é repleto de mistérios, mas sua memória é lembrada sempre por sua generosidade e altruísmo.

Oprah Winfrey – 1986 

A apresentadora Oprah Winfrey é considerada a mulher mais poderosa da TV americana. Sendo a única negra entre as 70 mulheres mais poderosas do mundo, ela também está na lista das mulheres mais ricas dos Estados Unidos. Com uma infância e uma adolescência marcada pela violência sexual, Oprah conseguiu uma bolsa de estudos em comunicação na Tennessee State University e em 1986 nasceu o seu programa The Oprah Winfrey Show, que ficou no ar durante 25 anos e teve recordes de audiência no país.  Em 2011, ela anunciou o fim do programa e lançou a sua própria emissora de TV a OWN – Oprah Winfrey Network.

Maria da Penha – 1994 

Natural do Ceará, Maria da Penha Maia Fernandes sofreu constantes agressões por parte do ex marido e duas tentativas de assassinato que a deixaram paraplégica. Quando tomou forças para denunciá-lo, Maria teve que enfrentar grandes barreiras impostas na justiça brasileira. Em 1994, ela lançou o livro “Sobrevivi…posso contar”, no qual ela conta as violências sofridas por ela e pelas filhas e, em seguida, ela acionou o Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) sobre o seu caso.

O caso de Maria da Penha só foi solucionado em 2002 quando o Brasil foi condenado por omissão e negligência pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, onde o país teve se comprometer a reformular as suas políticas de violência doméstica. Assim, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) entrou em vigor em 2006 para tornar mais rigorosa a punição para agressões contra a mulher quando realizadas no âmbito familiar.

Deena Abdulaziz – 1998 

Deena Abdulaziz Al-Saud é uma princesa da Arábia Saudita. Ela se tornou princesa quando se casou com o príncipe Abdulaziz Bin Nasser Bin Abdulaziz Al-Saud, em 1998. Dona da boutique D’NA, a princesa esbanja estilo e personalidade em uma cultura que nem sempre vê isso com bons olhos.

Diferente do resto das mulheres de seu país, ela não é obrigada a usar hijab e nem burka. Em 2016, a princesa assumiu o comando da Vogue Arábia na primeira edição do Oriente Médio. Deena foge das limitações impostas às mulheres árabes e incentiva que elas lutem por seus direitos.

Fernanda Montenegro – 1999 

Uma das maiores atrizes do cinema nacional, Fernanda Montenegro é hoje a única mulher brasileira a receber uma indicação ao Oscar e também a única, entre homens e mulheres, a ser nomeada em uma categoria de atuação. Ela foi indicada em 1999 por sua atuação no filme Central do Brasil, que também concorreu a Melhor Filme Estrangeiro. Fernanda recebeu o Emmy Internacional como melhor atriz estrangeira por seu papel na série Doce de Mãe

Rainha Rania – 1999 

Rainha da Jordânia, Rania é uma das mais conhecidas entre as mulheres do oriente médio. Casada com rei Abdullah II e mãe do herdeiro do trono, Rania foi coroada rainha em 1999. Aos 28 anos, Rania tornou-se a rainha mais jovem do mundo. Ativa em suas redes, Rania foi também a primeira rainha com Twitter. 

A rainha está longe de ser uma típica mulher do Oriente Médio. Diferente do que muitos esperam, Rania não usa apenas vestidos fechados e usa o típico véu árabe apenas em mesquitas. Ao assumir o troco, imediatamente dedicou-se às questões sociais, cuidando de escolas, hospitais e fundações de caridade. Desde sua coroação, ela é envolvida em questões humanitárias, ambientais e sociais. Assim, Rania é constantemente comparada à princesa Diana, sendo considerada uma das mulheres mais influentes do mundo.

Marta – 2006 

Eleita seis vezes pela fifa como melhor jogadora do mundo, Marta é orgulho nacional e mundial. O interesse por futebol surgiu ainda na infância, quando a jogadora já se mostrava apaixonada pelo esporte, mas era impedida de jogar por sua família. 

Marta lutou contra todos os preconceitos e hoje conquistou até a marca dos pés impressos no Maracanã. De origem humilde, a jogadora não mediu esforços para alcançar seu sonho: o futebol. Seu primeiro título de melhor do mundo veio em 2006, e desde lá Marta é a maior representante mulher do esporte. Hoje, Marta incentiva outras meninas à ingressarem no futebol feminino, além de apoiar campanhas contra o machismo que existe no universo futebolístico. 

Laerte Coutinho – 2009 

Em 2009, Laerte Coutinho assumiu a sua transgeneridade. Cartunista, ilustradora, roteirista e formada em jornalismo, Laerte recebeu em 1988 o prêmio como Melhor Roteirista Nacional no 1º HQ Mix e foi roteirista de programas como TV Pirata e Sai de Baixo, ambos da Rede Globo. Em 2004, ela iniciou uma reflexão sobre sua identidade de gênero e passou a se engajar mais em debates sobre gênero e sexualidade e, assim, em 2009 ela assumiu a sua transgeneridade e em 2012 fundou a Associação Brasileira de Transgêneras.

Dilma Rousseff – 2011 

Nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, Dilma Rousseff participava de atividades políticas do movimento estudantil durante o ensino médio e com 16 anos ela combatia a ditadura militar instaurada no Brasil a partir de 1964. Ativa nas causas políticas, ela cumpriu pena de 1970 a 1972, em São Paulo, e sofreu torturas durante o período encarcerada. Após sua libertação, retomou os estudos na Faculdade de Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Eleita em 2011, foi a 36ª presidente da República Federativa do Brasil e a primeira mulher a ocupar o cargo. 

Malala Yousafzai – 2014 

Malala Yousafzai ficou conhecida internacionalmente pelo seu empenho para que mulheres e crianças paquistanesas recebessem educação, mesmo sendo algo contra as ordens do talibã. Ela recebeu o Nobel da Paz em 2014, aos 17 anos de idade, tornando-se a pessoa mais jovem premiada. Seu ativismo começou muito cedo, com apenas 11 anos, quando já escrevia relatos sobre a ocupação do talibã. 

Marielle Franco – 2018 

Marielle Franco foi uma vereadora da cidade do Rio de Janeiro, filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol), assassinada aos 38 anos no dia 14 de março de 2018. Nascida e criada no Complexo da Maré, Marielle se graduou em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio, era mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e foi a quinta vereadora mais votada da cidade nas eleições de 2016.

Ativista dos direitos humanos e bissexual, ela foi presidente da Comissão da Mulher da Câmara do Rio e coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Marielle lutava pelos direitos das mulheres, negros e comunidade LGBT+, além de denunciar casos de violência e abuso cometidos pela polícia nas periferias do Rio de Janeiro. Após o seu falecimento, “Marielle vive” e “Marielle virou semente” são frases usadas até hoje para reforçar o legado deixado por ela.

O assassinato de Marielle Franco ainda permanece em investigação. 

Meghan Markle – 2018 

Em 2017, foi anunciado que o príncipe Harry, filho de Charles e da popular Diana, se casaria com Meghan Markle, uma mulher negra, feminista, norte-americana, atriz e divorciada – tudo aquilo que a monarquia britânica nunca representou. No ano seguinte, eles subiram ao altar na Capela de St. George, no Castelo de Windsor, e encantaram o mundo com um casamento fora dos padrões da realeza. Na cerimônia, pela primeira vez, um membro da congregação dos Estados Unidos participou de um casamento real, Markle caminhou sozinha metade do percurso até o altar e o coral gospel The Kingdom Choir, formado apenas por cantores negros, emocionou os convidados. 

Sônia Guajajara – 2018

Em 2018, Sônia Guajajara foi a primeira candidata a vice presidência do Brasil de origem indígena. Especialista em educação especial pela Universidade Estadual do Maranhão, Sônia luta pelos direitos indígenas e organiza protestos e  mobilizações no Brasil e no mundo. Em 2017, ela fez um discurso no Rock in Rio pela demarcação de terras indígenas na Amazônia, além disso, ela tem voz no Conselho de Direitos Humanos da ONU e já levou denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP) e ao Parlamento Europeu.  

Greta Thunberg – 2019 

Em 20 de agosto de 2018, Greta Thunberg, à época cursando o nono ano, decidiu não frequentar mais a escola até as eleições gerais da Suécia, em 9 de setembro do mesmo ano, após ondas de calor e incêndios atingirem o país. 

Desde que deixou de ir às aulas para protestar contra as mudanças climáticas, Thunberg fomentou uma rede mundial de jovens ativistas que, inspirados por ela, passaram a pedir um mundo mais consciente. A jovem, que deu início ao movimento #FridaysForFuture (Sextas-feiras pelo futuro), desbancou personalidades como Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, e Donald Trump, presidente dos EUA, e foi eleita, em dezembro de 2019, a personalidade do ano pela Revista Time. 

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