Isabella Botelho; 10/08/2020 às 16:00

Mulheres no futebol: Novas comentaristas estreiam na Globo e fazem história 

Ao longo dos anos, elas têm ocupado cada vez mais espaço no jornalismo esportivo

No último domingo, 09, Renata Mendonça e Nadine Basttos, contratadas da Rede Globo, fizeram sua estreia como comentaristas em jogos do Campeonato Brasileiro, na transmissão da partida entre Grêmio e Fluminense, que foi exibida pelo SporTV e pelo Premiere. Essa foi a primeira vez em que duas mulheres fizeram parte de uma mesma equipe de transmissão do campeonato pelos canais da emissora.

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Nesses cinco anos de existência, nós sempre acreditamos que o futebol poderia (e deveria) ser mais diverso. Um jogo que deveria ser de todos, mas na TV representava apenas alguns: homens, brancos, heterossexuais. Por muito tempo, isso talvez tenha sido aceito como “normal”. Afinal, os homens representam a maioria das pessoas que gostam de futebol. Mas por que isso acontece? É biológico? É genético? Ou é fruto de um aspecto social, de como fomos criados? Já estava na hora de parar de naturalizar o que não é natural. Neste domingo, vimos um retrato de que essa história finalmente começa a mudar. Na transmissão do futebol da @redeglobo , o @luisrobertoreal narrava e a @anathaismatos comentava Flamengo x Atlético-MG. No campo, a @jujuguimaraes25 trazia as informações do jogo. No intervalo, a @amandakestelman trouxe as últimas notícias do esporte. Em seguida, no @sportv veio uma transmissão com dois homens e duas mulheres. O @jadermrocha narrou, a @renata_cmendonca e o Grafite comentaram e a @dinecb analisou a arbitragem. Estranho? Estranho foi ter passado tanto tempo sem questionar por que todas as transmissões do futebol eram exclusivamente masculinas, exclusivamente brancas. Estranho é, em 2020, ainda ver gente falando em “cota feminina” no Jornalismo Esportivo. Nada que conseguimos nos foi dado, tudo foi conquistado com muita luta das mulheres que, desde que o futebol existe, nunca aceitaram a proibição (e a exclusão) que lhes foi imposta. Não é cota, é direito. É competência. Passamos tempo demais vendo futebol sob o mesmo olhar. Que bom que finalmente estamos percebendo a importância de trazer olhares e perspectivas diversas sobre o jogo. Ainda falta muito, mas identificar um problema é sempre o primeiro passo para começar a resolvê-lo. Há uma mudança em curso e é um orgulho enorme fazer parte dela. Vamos juntas! #juntassomosmaisfortes #mulheresnofutebol #jornalismoesportivo #empoderamentofeminino #futebol #igualdade #girlpower

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Recém-contratada, a dupla já fazia parte da equipe de jornalismo esportivo da emissora e vinha se preparando para o trabalho que terá na maratona de jogos transmitidos em diversas plataformas da Rede Globo. 

A jornalista Renata Mendonça, cofundadora do blog Dibradoras, do UOL Esporte, também passou por ESPN e BBC, e passou a integrar a equipe de comentaristas de futebol da emissora carioca em meados de julho. Antes disso, ela esteve diversas vezes no “Redação SporTV”, do SporTV, sempre como convidada. 

Nadine Basttos, por sua vez, é ex-árbitra assistente de futebol e foi contratada pela Fox Sports em 2017, tornando-se a primeira mulher comentarista de arbitragem do país. Já na Rede Globo, ela também é pioneira: é a primeira mulher a fazer parte da “Central do Apito”, juntamente com nomes como Paulo César de Oliveira, Sálvio Spínola e Sandro Meira Ricci. Ela também passou a participar do quadro “A Regra é Clara”, apresentado todas as segundas-feiras dentro do programa “Seleção”, comandado pelo jornalista André Rizek.

Cada vez mais as mulheres vêm conquistando espaço no meio do futebol. A jornalista Ana Thaís Matos integra o time de comentaristas da Globo desde 2019 e foi a primeira mulher a comentar um jogo de futebol na TV Globo, durante a partida entre Brasil X Jamaica, na Copa do Mundo Feminina. Três meses depois, ela fez história de novo: passou a comentar jogos masculinos na TV aberta. Já o Fox Sports, por exemplo, mantém a tradição de transmitir o mesmo jogo em dois canais, sendo um deles com equipe 100% feminina. 

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