Ariel Bentes; 13/02/2020 às 15:49

#MercadizarIndica: podcast História Preta e a origem do funk carioca

Apresentado por Thiago André, o podcast História Preta irá falar sobre a origem do funck carioca e as suas influências

Esta semana o podcast “História Preta” publicou um novo episódio. Dessa vez, Thiago André, roteirista e apresentador do podcast, contou como o funk de James Brown se tornou o funk carioca que conhecemos hoje. 

Thiago inicia a história através do seu primo Cláudio, que trabalhava no bar do pai e foi convidado a participar de um concurso de funk e galera no Rio de Janeiro. Cláudio resolveu participar e ganhou em primeiro lugar. Com o dinheiro do prêmio ele comprou as suas primeiras roupas de marca e equipamentos para continuar com os seus shows.

Após isso, Thiago volta no tempo e fala sobre a origem do soul music, uma das influências do funk, nos Estados Unidos. O ritmo estava em alta no país e possuía um discurso político e de exaltação da população negra muito forte, pois em paralelo a isso, os EUA vivia a luta dos direitos civis dos negros no país. 

Já aqui no Brasil, o ritmo teve uma grande visibilidade com o cantor Tony Tornado e o Trio Ternura. Em um festival de música da Rede Globo, Tony desbancou outros grandes nomes da música com as suas canções que questionavam o mito da democracia racial propagado pela ditadura no Brasil, e foi o grande vencedor da noite. No dia seguinte, Tony foi preso no festival após levantar o punho fazendo referência ao Partido dos Panteras Negras em sua apresentação.

Ao mesmo tempo, foram criados os bailes da pesada e as equipes de som no subúrbio no Rio. Uma delas era a Som 2000, hoje mais conhecida como Furacão 2000, que lançava as suas próprias gravações e criou um mercado de artistas das comunidades da cidade.

O podcast também fala sobre as outras influências do funk carioca como o disco, o hip hop e o miami bass, uma vertente do hip hop mais frenética e com fortes influências caribenhas. Essa diversidade era possível pois algumas pessoas eram designadas para ir ao EUA e trazer os discos mais tocados no exterior para os bailes. 

Nesse momento os bailes tocavam as músicas originais em inglês ou somente a batida delas. Mesmo sem saber o idioma o público queria cantar junto e criavam frases que foneticamente se assemelhavam para poder acompanhar a música. Além disso, o podcast também conta como os preconceitos contra o funk foram criados pela elite e pela imprensa brasileira e como ocorre a tentativa de criminalização do ritmo até hoje.

Para saber mais sobre a história do funk carioca, ouça “História Preta – Do Funk ao Funk Carioca” abaixo:

Ao final do episódio, o apresentador promete uma continuação da história falando sobre o funk ostentação de São Paulo e o 150 BPM. 

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