Embora existam diversos métodos contraceptivos disponíveis no mercado, muitas pessoas ainda possuem dúvidas sobre o tema. Segundo dados do Guttmacher Institute, estima-se que, no Brasil, a falta de acesso a esses métodos afeta aproximadamente de 3,5 a 4,2 milhões de mulheres cis em idade reprodutiva.
De acordo com historiadores, os egípcios foram a primeira civilização a fazer uso desse tipo de contracepção. Na época, eram utilizadas esponjas e tampões vaginais encharcados com substâncias que neutralizavam os espermatozoides. Com o passar dos anos, a necessidade de métodos contraceptivos mais seguros e de fácil utilização iniciou a busca pelo desenvolvimento de novos modelos para tal função.
Atualmente, estima-se que existam mais de 20 métodos contraceptivos classificados como de barreira, hormonais e cirúrgicos, que são capazes de evitar gravidez e/ou infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). Em entrevista ao Mercadizar, a ginecologista Pâmela Duarte explica sobre qual o método mais eficaz dentre essas opções:
“Quando falamos em eficácia de métodos contraceptivos, é crucial lembrarmos dos LARCS! Os LARCS são os métodos de longa duração que não dependem do uso diário da mulher ou do casal, e isso dá uma segurança e autonomia muito grande às mulheres de todas as faixas etárias, inclusive às adolescentes que estatisticamente costumam esquecer o uso diário das pílulas anticoncepcionais. Os LARCS incluem: DIUS não hormonais ou hormonais e o implante (implanon), são métodos com a mesma segurança que uma laqueadura tubária ou até menor taxa de falha e que são reversíveis, pois além de durar de 3 a 10 anos a depender de qual for escolhido, eles podem ser retirados a qualquer momento e a fertilidade feminina é imediatamente restabelecida.”
Conheça quais métodos contraceptivos e suas classificações:
Métodos de barreiras – são aqueles que evitam a entrada do esperma no útero.
Quais são eles?
- Preservativo peniano e vaginal
- Diafragma
- Espermicidas
- Dispositivo Intrauterino, o DIU
Métodos hormonais – são os que controlam ou interrompem a ovulação, evitando apenas a gravidez.
Quais são eles?
- Anticoncepcional oral e injetável
- Anel vaginal
- Adesivos cutâneos
- Implante contraceptivo
Métodos cirúrgicos – são aqueles que impedem definitivamente o contato do espermatozoide com o óvulo, evitando a gravidez, mas não prevenindo as infecções sexualmente transmissíveis.
Quais são eles?
- Vasectomia
- Laqueadura
A importância da camisinha
Apesar dos inúmeros métodos conquistados pela ciência, o preservativo continua sendo o único contraceptivo capaz de prevenir gravidez e infecções sexualmente transmissíveis, seu uso é de extrema importância, até mesmo com parceiros sexuais fixos e de longa data.
Sobre isso, a Dra. Pâmela Duarte aponta: “o preservativo, seja ele masculino ou feminino, e aí também incluo o Dental Dam ( um acessório odontológico que podemos usar como preservativo para prática de sexo oral) são fundamentais pra que ‘todes’ possam gozar de uma saúde sexual saudável, pois protege contra a maior parte das infecções sexualmente transmissíveis. Lembrando que é importantíssimo ter essa consciência e estarmos prevenidos com nossos preservativos ao nosso alcance para não colocarmos no outro a responsabilidade da nossa autoproteção no ato sexual.”
Descoberta recente para os homens cis e mulheres trans
Até o momento, métodos para homens cis e mulheres trans são limitados a preservativos, abstinência ou vasectomia. Culturalmente, a tendência é se pensar na contracepção como uma responsabilidade apenas de mulheres cis e homens trans. No entanto, é importante destacar que a responsabilidade, tanto da proteção, quanto da falta dela, é de todos, independente do gênero e do método.
Recentemente, a pesquisadora alemã, Rebecca Weiss, desenvolveu o método “COSO”, uma técnica rápida e indolor que usa o ultrassom para paralisar temporariamente o movimento dos espermatozoides. O efeito pode durar meses e ainda não foram registrados efeitos colaterais.
A pesquisadora que após um câncer no colo do útero possivelmente causado pelo uso frequente de pílulas anticoncepcionais, passou a procurar alternativas pela falta de métodos contraceptivos para os homens. Em seu discurso para o prêmio James Dyson Award, ela explicou: “O problema não é exclusivamente meu. Afeta muitas outras também. Portanto, decidi lidar com o desenvolvimento de uma nova abordagem anticoncepcional para homens em minha tese de mestrado em Desenho Industrial na Universidade Técnica de Munique”.
Você é o ponto de partida!
Cada corpo é um universo específico e singular. Por isso, na hora de escolher o seu método contraceptivo, baseie-se na sua experiência junto ao conselho profissional.
Antes de escolher qual método usar, consulte um ginecologista!
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