A Universidade Federal do Paraná (UFPR) anunciou nesta semana o lançamento de uma história em quadrinhos que retrata a língua indígena de sinais utilizada pelos surdos da etnia terena. Segundo a universidade, a obra, produzida por Ivan de Souza, como trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Letras Libras, tem o propósito de fortalecer o reconhecimento e a preservação das línguas de sinais indígenas.
Além de possibilitar a disseminação e a preservação da língua terena de sinais, a história tem o propósito de evidenciar a cultura e a história desse povo. De acordo com a universidade, todo o processo teve acompanhamento de pesquisadoras que já desenvolviam atividades com os terena. A comunidade indígena também teve participação ativa no desenvolvimento e na validação da obra.
As ilustrações da HQ foram feitas por Julia Alessandra Ponnick, que é acadêmica do curso de Design Gráfico da UFPR. A defesa do TCC de Ivan de Souza está agendada para o final de março junto com o lançamento oficial da história.
Sobre a História
Inspirada na história real do povo terena, a narrativa apresenta a comunidade na época que ela ainda vivia nas Antilhas e era designada pelo nome Aruák. A pajé Káxe, procurada por uma mulher em trabalho de parto, ajuda no nascimento do pequeno Ilhakuokovo. A partir daí, a obra ilustra um pouco da trajetória desses indígenas e da sua instalação no território brasileiro. Buscando caminhos que levasse aos Andes, em meados do século XVI, os espanhóis estabeleceram relações com os terena, à época chamados de Guaná, na região do Chaco paraguaio. A chegada dos brancos acarretou muitas mudanças nas vidas dos indígenas, que procuraram, durante certo período, locais onde pudessem exercer seu modo de vida sem a influência da colonização.
HQs sinalizadas
O projeto da UFPR HQs Sinalizadas trabalha com temas transversais dos artefatos da cultura surda – história, língua, cultura e saúde. O objetivo é criar, aplicar e analisar histórias em quadrinhos sinalizadas como uso de sequências didáticas bilíngues para o ensino de surdos. Além da elaboração de materiais bilíngues capazes de auxiliar na aprendizagem, a proposta permite aprofundar os estudos linguísticos como prática social. Todas as HQs produzidas pelo grupo apresentam vídeos sinalizados, desenhos, ilustrações e escrita do português.
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