Após realização de campanha de arrecadação online, o projeto Telas em Movimento inicia a distribuição de cestas básicas, kits de higiene e de desenho nas periferias de Belém. Já foram entregues mais de 80 cestas nos bairros do Guamá e Terra Firme na primeira semana do mês de maio.
Uma das pessoas beneficiadas com essa entrega foi a Beatriz Chagas, moradora do bairro do Guamá e mãe de dois filhos. Para ela a convivência com os filhos dentro de casa neste período de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 está sendo complicada, “É esquisito ‘né’, porque a gente é acostumado a viver e nesse momento a gente não ‘tá’ vivendo a gente ‘tá’ se prendendo”.
Em conjunto com a cesta básica e o kit de higiene, também está sendo entregue um kit de desenho intitulado “Telas da esperança” com o objetivo de estimular as crianças das periferias, juntamente com as suas mães, a construir a história de um futuro onde a população consegue combater o vírus da Covid-19 e salvar a sociedade.
Para a Beatriz Chagas, é uma oportunidade de combater o coronavírus de forma lúdica e entreter as crianças, “Eu vou ajudar eles e a gente vai criar juntos esse super heroizinho para combater esse vírus”.
A campanha “Telas em Movimento Contra a Covid-19”
Resultado da mobilização do projeto realizada por meio de campanha de arrecadação online proveniente do edital nacional Matchfunding Enfrente e, por via da plataforma de financiamento colaborativo Benfeitoria e o Fundo Enfrente, que triplica o valor doado. Com o apoio do instituto C&A, que doou seis mil reais, e dos mais de 100 benfeitores, a meta da campanha, finalizada no último dia 03 de maio, foi ultrapassada, arrecadando mais de trinta mil reais.
Além disso, a idealizadora do projeto, Joyce Cursino, também submeteu o projeto ao edital de Apoio Emergencial Contra o Coronavírus promovido pelo Fundo Baobá para Equidade Racial e recebeu apoio no valor de R$2,5 mil reais revertidos para a campanha
O projeto irá atender 200 famílias dos bairros periféricos de Belém do Pará: Jurunas, Guamá e Terra Firme, além das comunidades ribeirinhas do Combu, Piriquitaquara, Murutucum, Ilha grande e a Comunidade remanescente de quilombo Pitimandeua, distribuindo cestas básicas de alimento, kits de higiene incluindo álcool em gel e 400 máscaras.
Kit Pedagógico “Telas da Esperança”
Juntamente às cestas, também está sendo distribuído o kit pedagógico “Telas da Esperança”, constituído de lápis, borracha, giz de cera e um caderno de desenho personalizado elaborado pelo coletivo Pretinta, formado pela Gabriela Monteiro, Fernanda Monteiro e Bruno Pedroso que atuam desde 2018 em escolas, associações e comunidades periféricas com aulas de arte. “O diferencial que a gente tem é justamente enfatizar no talento e na autoestima da criança negra. A gente sempre produz o nosso material didático tocando nas questões raciais, que não são tão abordadas no ensino da arte nas escolas, então a gente elabora o material que fala as a duas línguas ensinando as lições de arte e, ao mesmo tempo, ao incluir um personagem negro ou de cabelo crespo, nós dialogamos com essas questões de raça, gênero, etc”, enfatiza Gabriela.
A ideia é, por meio das crianças, estimular esse combate dentro de casa, conscientizando e alimentando a esperança dentro dos lares, conforme explica Joyce Cursino, idealizadora do projeto:
“A proposta é lançar uma nova campanha para que animadores, ilustradores e desenhistas adotem as histórias criadas pelas crianças, que estarão disponíveis nas nossas redes sociais, e as transformem em quadrinhos, ilustrações ou animações visuais. E deste modo, estaremos trabalhando na 2° edição do Telas em Movimento – Festival de Cinema das Periferias da Amazônia, de uma forma inédita”.
O recurso também está sendo utilizado em ações de comunicação comunitária, por meio de faixas, bike’s som, lambes e intervenções urbanas, como grafite e estêncil para a conscientização da população em pontos de grande movimentação nas periferias, como praças e feiras.
Outra frente de ação é o grupo de saúde das periferias do projeto, que nesta primeira etapa está criando um formulário que buscará fazer um raio-x de todas as demandas dessa população. O objetivo é construir informação sobre a realidade de acesso à saúde em áreas periféricas e, baseado nelas, propor estratégias de ação social para diminuir os impactos negativos na nossa população, além de divulgar a real situação da pandemia nesses territórios. O grupo é constituído por psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos e estudantes de medicina.
Para acompanhar as ações do projeto, acesse o Instagram e o Facebook do projeto.
Fonte: Assessoria
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