Patrícia Patrocínio; 25/10/2021 às 15:00

Facebook remove live em que Bolsonaro relaciona a vacina à Aids

A alegação de Bolsonaro foi refutada pela OMS e criticada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)

No último domingo, 24, o Facebook tirou do ar uma live em que o presidente Jair Bolsonaro associa a vacina contra a Covid-19 à Aids. Na transmissão realizada na quinta-feira, 21, o chefe do executivo afirmou que pessoas do Reino Unido estavam adquirindo a doença causada pelo vírus HIV após a vacinação. Esta informação já foi desmentida por autoridades de saúde.

Após remover o conteúdo, o Facebook explicou que as políticas da plataforma “não permitem alegações de que as vacinas contra a Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”. O Instagram — que pertence ao Facebook — também removeu o vídeo.

A alegação de Bolsonaro foi refutada pela OMS e criticada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). Em comunicado, o Comitê de HIV/Aids da SBI afirmou: “não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra Covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]”.

Médicos, infectologistas e cientistas classificaram a fala de Bolsonaro como absurda. Nas redes sociais, os especialistas reforçam que não existe possibilidade de que uma das vacinas liberadas para uso contra a covid-19 cause Aids.

A SBI também reforça a importância da vacinação para pessoas que vivem com HIV. “Destacamos, inclusive, a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias”, disse a sociedade médica.

Em março de 2020, a rede social tirou do ar um outro vídeo em que Bolsonaro promovia aglomerações em meio à pandemia. No entanto, esta é a primeira vez que uma live semanal é removida.

 

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