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Estudo da agência Mutato mostra como isolamento social tem afetado a vida afetiva

A pandemia de coronavírus mudou o jeito como nos relacionamos, colocou uma nova lente sobre as relações humanas e nos forçou a mudar hábitos cotidianos. De uma hora para outra nos vimos numa quarentena que significou uma mudança brusca na rotina de pessoas que, de forma geral, nunca precisaram passar tanto tempo presas dentro de casa. Os abraços, beijos, a proximidade ao falar em uma conversa presencial se tornaram proibição médica. Até mesmo um simples aperto de mão, tão comum e corriqueiro, ganhou novo significado.

(Foto: Mutato/Divulgação)

Com o objetivo de investigar estes impactos do isolamento social na vida afetiva e ajudar marcas e profissionais da comunicação a pensar em estratégias mais efetivas para datas como o Dia dos Namorados deste ano, a agência Mutato lançou o estudo O Amor em Tempos de Pandemia. A pesquisa trata de como o atual contexto de isolamento social está acelerando transformações na maneira como amamos e fazemos sexo, e ajuda a responder questionamentos de “Como encontrar o amor, sem ser ao vivo?” ou “Como lidar com a saudades de um/a companheiro/a?”.  

Realizada entre março e maio, a pesquisa adotou a metodologia Desk Research e Social Listening. A partir de menções sobre o assunto capturadas nas redes sociais e na imprensa através da definição de tags relevantes (Quarentena, Quando Acabar e Namoro, por exemplo), a equipe decodificou esses resultados e os traduziu em novas tendências de comportamentos. O estudo analisou as transformações a partir de 5 tendências: 

  1. Solidão: “A quarentena tem colocado à prova a necessidade humana de interação social”;
  2. Conexão: “As pessoas estão descobrindo novas formas de se conectar profundamente através do meio digital”;  
  3. Zuera: “Em meio a tudo isso, o que o brasileiro na Internet sabe mesmo é tirar sarro de si mesmo”; 
  4. Tretas: “Ficar isolado afetou em lugares pequenos e a convivência mais intensa tem balançado a vida de casais”;
  5. Tesão: “O isolamento afetou a vida amorosa, claro, mas as pessoas têm encontrado novas formas de se relacionar”. 

Os destaques de cada tendência:

1. Solidão: busca por ligação emocional

No tema da Solidão, o estudo mostra que as pessoas estão buscando conexões por conta da solidão, ansiedade e tédio, questões sérias e que demandam cuidados com a saúde mental. Essa busca não necessariamente é relacionada a sexo, mas a um desejo por conexão emocional, já que todos sentem falta do contato físico.

As pessoas estão apostando mais em apps que promovem esses encontros. Alguns dados mostram isso: em um único dia, o Tinder chegou a ter 3 bilhões de swipes (deslizadas). O volume das conversas em apps de encontros aumentou 20% e a duração 30% (segundo o Tinder e Okcupid). Houve ainda crescimento de 200% na quantidade de pessoas que afirmam ter participado de um encontro virtual (Okcupid).

2. Conexão: mais possibilidades de conversa

A Mutato identificou fenômenos como o “relacionamento sério consigo mesmo” e a conexão mais emotiva e profunda entre os dates com mais tempo de conversa antes de partirem para o encontro físico. Hoje, segundo a Okcupid, 85% das pessoas consideram importante desenvolver essa conexão emotiva, e há um aumento de 30% nas trocas de mensagens em março. No Tinder, houve alta de 20% nas conversas.

Também foram percebidos comportamentos como as chamadas de vídeo entre crushes, que agora são incentivadas para se ter uma relação mais realista. Apps como o Bumble se prepararam para oferecer uma experiência melhor nesse sentido. Também foi notada uma evolução no “jogo da sedução”, já que há necessidade de maior criatividade no flerte: o supermercado virou ponto de encontro, as pessoas enviam recados por drone e adotam diversas ferramentas para ativar o “contatinho”.

A quarentena ajudou as pessoas a assumirem melhor seus relacionamentos, ou percebendo o quanto gostam das pessoas, ou decidindo terminar de uma vez. São inúmeros os tweets com demonstração da vontade de oficializar um relacionamento depois do isolamento.

3. Tesão: nudes, sexo virtual e sex toys em alta

Há uma busca maior por brinquedos sexuais, com oportunidades no incipiente setor de sex tech. Os sex shops tiveram aumento de 50% na vendas em abril e a quantidade de clientes homens saltou 33%.

Formas de sexo virtual como sexting ou camming ganham espaço e os casados se vangloriam por conseguirem transar mais que os solteiros. O Zoom é a plataforma que ganhou espaço para as “sex parties” ou “zoomrubas”, embora conteúdo pornográfico seja proibido na plataforma e algumas festas tenham sido vetadas.

No espaço físico, os motéis tem sido espaço para encontros privados e festas. O envio de nudes e sexting cresceu, com o Reddit registrando aumento no número de posts compartilhados nas comunidades.

No caso específico do grupo gay masculino, apps como o Grindr ganham espaço e o dilema de “furar ou não a quarentena”. A Mutato aponta também a possibilidade de haver um sex boom no pós-quarentena.

4. Tretas: teste intenso para as relações

A Mutato identificou que os casais se conectam mais com a alta convivência, o que pode ser bom ou ruim, sendo que no extremo negativo nota-se o aumento da violência doméstica. Só no Rio de Janeiro houve aumento de 50% nos casos de violência doméstica e crescimento de 40% na chamadas ao 180.

Durante a quarentena, as reflexões ajudaram a se notar situações como o esvaziamento de relações, e o uso de plataformas para se encerrar relacionamentos.

Uma pesquisa mostrou que 32% dos americanos acham que a relação piorou no isolamento.

Embora com mais tempo para fazer sexo, a questão econômica pode ser um impeditivo para quem deseja um bebê.

5. Zuera: porque rir é o melhor remédio

Sem surpresas, notou-se a habilidade do brasileiro de rir de si próprio, e o uso do humor como forma de escapismo. Também o desejo de falar sobre o tema “quando a quarentena acabar” e os inúmeros planos de rever pessoas queridas, sem contar o humor sobre a volta à normalidade.

Os flertes de quarentena também podem evoluir ou não para o mundo físico, com a discussão sobre a responsabilidade emocional. As pessoas passaram a brincar com a própria solidão e falta de “crushes”.

Outro aspecto é a liberdade feminina pela falta de rituais com a beleza e o não uso de maquiagem. A redução no consumo de itens de beleza chegam a a 25% segundo dados de Nielsen e Kantar.

Uma das conclusões do O Amor na Pandemia é o fortalecimento das conexões emocionais entre as pessoas. “O ser humano precisa de amor para sobreviver, somos animais gregários que não vivemos bem sozinhos. Essa necessidade de amor e conexão é suprida quando compartilhamos sentimentos e emoções com outras pessoas, quando damos e recebemos atenção, quando nos sentimos acolhidos e cuidados. O isolamento chegou para tirar todos da zona de conforto, seja quem estava em um relacionamento, quem estava curtindo a solteirice ou quem estava procurando amor”.

Fonte: B9 e Agência Mutato

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