A cantora amazonense Elisa Maia lançou na última terça-feira, 18 de agosto, o videoclipe da inédita “Luas pra Tantas Faces”. A canção foi composta por Elisa há cerca de três anos e as imagens do videoclipe foram todas captadas em novembro e dezembro do ano passado em sua casa, no bairro Cidade de Deus, local onde passou sua adolescência e início da vida adulta.
A casa foi projetada por ela, que também é formada em Arquitetura e Urbanismo. “Foi um projeto que fiz na época da faculdade e levou cerca de 15 anos pra ficar pronta, é uma casa grande e na época meus pais não tinham dinheiro pra fazer completa, levantaram as paredes e foram fazendo por partes.. depois destes 15 anos voltei a morar aqui”, conta a artista.
Foi nesta casa também que Elisa viveu os últimos meses com seu pai, Rosalvo, ou Seu Baiano como era conhecido, que nos últimos anos vinha debilitado por conta de doença cardíaca. Ele participou das filmagens dando suporte à equipe e seu nome é eternizado na arte da filha, na memória simbólica e também através dos créditos na ficha técnica do videoclipe. O videoclipe é dedicado ao pai da cantora e a todos que perderam pessoas importantes nesse período de pandemia e quarentena e vivem um novo dia a dia onde a presença física é ressignificada.
A música “Luas pra Tantas Faces” logo de cara, fala sobre libertar-se dos desconfortos instalados já pela manhã e o videoclipe acompanha a mensagem exibindo uma Elisa em tons azuis inspirando um banho tomado no início de um dia. Em contraponto, uma implacável cortadora de verduras habita o local, exibindo suas armas, dançando, se deliciando, ritualizando com frutas e café. Para fechar, retratando com alguma fidelidade, o bairro onde vive num entorno cheio de casas em paredes de tijolo sem rebocos e os limites verdes que levam à maior floresta em área urbana do país, a Reserva Florestal Adolpho Ducke, a 100 metros dali.
Produção Musical
A faixa, disponível em todas as plataformas digitais, marca a estreia da cantora como produtora musical, em parceria com o amazonense Bruno Prestes, e tem as participações especiais da baterista carioca Larissa Conforto, que assina atualmente como Àiyé, e do vocalista/pianista amazonense Ian Fonseca, da banda Supercolisor.
A canção reflete sobre uma certa estranheza com os tempos atuais. Na letra, mesmo que sensorialmente a artista fale sobre ‘tentar escapar de desconfortos já instalados pela manhã’, logo em seguida ela decreta: “ou muda a vibe ou muda a atmosfera”. “Mesmo admitindo angústia, seja nessa mensagem literal ou no clima denso que o registro traz, acredito que expor vulnerabilidade fortalece minha humanidade e aponta caminhos para a redenção. Inclusive, como mulher negra que sou. Quero que esse trabalho seja trilha sonora para quando precisarmos pensar em mudanças possíveis ou perceber que uma história ruim também pode ter novas formas – realistas e positivas – de serem vividas e contadas”.
Na estrutura melódica-harmônica, retratos “brincam” com altos e baixos. “Tudo começa com uma sequência simples de acordes menores que vão alcançando novas camadas, reforçando a ideia de que vivermos – em um só dia – inúmeras emoções”.
Somando quase 5 minutos, “Luas pra Tantas Faces” segue um clima anos 90, aliando guitarras pesadas e sujas a vocais com influência R&B, costurados por programações eletrônicas que remontam drum’n’bass e bases de reggae.
Denso, etéreo e transformador, o projeto audiovisual teve direção de Victor Kaleb, fotografia de Robert Coelho e concepção de arte e figurino por Anália Nogueira. Samya Carvalho assina a montagem e Marcelo Rodriguez a correção de cor.
A faixa foi mixada por Rafaela Prestes e masterizada por Fernando Sanches, do Estúdio El Rocha.
Sobre Elisa Maia
Cantora, compositora e produtora cultural, Elisa Maia, nascida em Manaus, capital do Amazonas, é toda feita de música.
Filha de pais que cantavam na igreja, assim que pôde já reproduzia as canções com eles em números especiais aos domingos. Aos 8 anos. iniciou seus aprendizados no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas – CAUA, onde durante 10 anos estudou piano, flauta e violão. Também participou desde criança de corais, mais tarde sendo regente. Aos 21 anos, iniciou sua trajetória artística, integrando a banda amazonense de reggae Johnny Jack Mesclado. Com o grupo, circulou por diversos Estados brasileiros e gravou dois álbuns (“Que Jah Abençoe” e “Luz de Raíz”).
Ainda compondo o projeto, Elisa cursou a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, chegando a atuar na área. Mas, em 2010, deixou a Arquitetura definitivamente e além de se dedicar à carreira musical, passou a integrar o grupo Coletivo Difusão, com quem até hoje desenvolve projetos na área da cultura como o Festival Até o Tucupi que há 14 anos acontece ininterruptamente e o Festival Somas Parada Musical de Mulheres, que em 2018 e 2019 propôs um espaço de reflexão e difusão das artes, 100% protagonizado por mulheres na cidade de Manaus/AM.
Em 2013, já em seu trabalho solo, lançou o EP “Ser da Cidade”, com 05 músicas, todas compostas por ela, gravadas e produzidas em Belém/PA, pelo inventivo produtor Leo Chermont (guitarrista do duo Strobo). O EP também contou com mixagem e masterização por Alex Moreira (RJ), da banda Bossacucanova. Ainda em 2013, Elisa Maia saiu em turnê apresentando seu ‘Ser da Cidade’, numa circulação inédita, percorrendo 06 capitais da região norte – Belém/PA, Macapá/AP, Porto Velho/RR, Rio Branco/AC, Boa Vista/RR e Manaus/AM -, numa jornada de 10 dias e quase 15 mil quilômetros percorridos. Desde 2017 a artista vem compondo e produzindo músicas novas que serão lançadas ainda em 2020.
Ficha Técnica
Direção – Victor Kaleb
Roteiro – Victor Kaleb, Elisa Maia e Anália Barros Nogueira
Direção de fotografia – Robert Coelho
Direção de arte – Anália Barros
Figurino – Anália Barros e Paulo Oberdan
Operação de drone – Rodrigo Duarte
Montagem – Samya Carvalho
Finalização e cor – Marcelo Rodriguez
Produção geral – Elisa Maia
Produção – Felipe Saraiva
Apoio de produção – Regina Maia, Rosalvo Assis e Eliel Assis (pais e irmão)
Maquiador – Felipe Oliveira
Concepção e execução do vestido azul – Hellen Bentes
Assistente de execução do vestido azul – Valéria Oliveira
Cabelo (trança) – Carlota Maia
Unhas – Tatiana Brandão
Fotografia Still – Larissa Martins, Robert Coelho e Anna Suav
Making of – Anna Suav/Caribé Filmes
Design: Paulo Trindade
Apoio: Artrupe Produções / Coletivo Difusão / Centro Popular do Audiovisual – CPA / Caribé Filmes
‘Luas pra tantas faces’ foi composta por Elisa Maia
Direção artística e produção executiva – Elisa Maia
Produção musical – Bruno Prestes e Elisa Maia
Guitarras e programações digitais – Bruno Prestes
Piano acústico, piano elétrico e órgão – Ian Fonseca
Contrabaixo – Sílvio Neto
Bateria – Larissa Conforto
Mixagem – Rafaela Prestes
Masterização – Fernando Sanches/Estúdio El Rocha
Projeto gráfico: Paulo Trindade
Foto de capa: Robert Coelho
“Luas pra tantas faces” foi gravada por Bruno Prestes (homestudio), com gravação de bateria por Beto Montrezol, no Estúdio Supersônico, em Manaus/AM e os pianos foram gravados por Ian Fonseca (homestudio), em São Paulo/SP.
Fonte: Assessoria
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