Hilana Rodrigues; 12/01/2022 às 12:00

BBC produz documentário sobre doenças em animais da Amazônia

A produção monitora animais ameaçados e as mudanças causadas neles decorrentes da pandemia de Covid-19

Novo documentário produzido pela rádio britânica BBC aborda os estudos realizados pela pesquisadora Alessandra Nava, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), sobre o monitoramento de animais silvestres e o novo coronavírus.

Intitulado de “Forest fear(O medo da floresta, em português), o documentário é conduzido pela jornalista ambiental, Lucy Jordan, e tem como narrativa o surgimento de novas doenças e ressurgimento de outras por meio do desmatamento da floresta, linha de estudo das pesquisas desenvolvidas por Alessandra Nava.

De acordo com a pesquisadora Alessandra, o monitoramento é desenvolvido com morcegos, primatas e roedores, coletados na floresta Cetas, áreas da Ufam, florestas preservadas, no assentamento Rio Pardo, na BR-174 (Boa Vista) e no município de Presidente Figueiredo.

De cada espécie são coletadas amostras para detecção de bactérias, vírus e patógenos diversos. O material integra o biobanco da vida silvestre, que dispõe de mais de 200 animais amostrados, sendo eles de difícil acesso e espécies ameaçadas.

A pesquisadora destaca que o primordial é saber quais patógenos circulam nos animais, e como as alterações ambientais estão contribuindo para isso.

“A Amazônia é um lugar de alta biodiversidade, desde fauna e flora, e com grandes alterações ambientais, como desmatamento, redução das florestas urbanas, no caso de Manaus, e isso traz consequências para a saúde. A nossa linha de pesquisa é voltada ao one health (saúde única), ou seja, no entendimento de que a doença dos animais e dos humanos está associada”, explica Nava.

Evidências

De acordo com a pesquisadora, nos últimos dois anos as pesquisas de monitoramento de animais silvestres e o novo coronavírus ganharam visibilidade em inúmeras televisões do mundo, segundo Alessandra Nava.

“A mídia especializada e os cientistas sabem que a próxima pandemia pode vir de um local com alta biodiversidade e alta pressão antrópica, e aqui a gente sabe que o desmatamento aumentou muito, por vários motivos. Aqui temos vários fatores que podem contribuir para isso. Daí essa procura pelos estudos que estamos realizando, por saber que estamos fazendo algo pelo planeta”, conclui.

Fonte: Em Tempo

 

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