Patrícia Patrocínio; 18/10/2021 às 11:00

Artistas amazonenses são atrações do Sonora Brasil

Projeto valoriza compositoras brasileiras e grupos indígenas com apresentação pelo YouTube no dia 20 de outubro

O grupo indígena “A miscigenação do Gambá de Maués”, do Povo Sateré Maué, e o quarteto de cantoras Cida Aripória, Cléia Alves, Gabi Farias e Márcia Siqueira, ambos do Amazonas, são as atrações do projeto Sonora Brasil, promovido pelo Sesc, e considerada a maior iniciativa brasileira de circulação musical. As apresentações acontecerão na próxima quarta-feira, dia 20 de outubro, e serão exibidas pelo canal do Sesc Amazonas no YouTube, às 18h30 e às 20h.

Sobre o Grupo “A miscigenação do Gambá de Maués”

O grupo é formado por pesquisadores-músicos e instrumentistas de Maués. Seus trabalhos envolvem pesquisa sobre a diversidade musical e estética do gênero gambá presente nas festividades de algumas manifestações culturais do norte, inclusive em Maués, e transmitidas pelos descendentes do povo Sateré Maué. O gambá também é o nome dado ao principal instrumento usado neste gênero, da família dos tambores afro-amazônicos, e é construído a partir do tronco de uma árvore escavada em que, em uma das extremidades, é colocada uma membrana. Além deste, o ritmo é acompanhado pelo tamborinho e o caracaxá, construído de tronco de árvore e bambu, respectivamente. O grupo desenvolverá um repertório a partir de novas perspectivas artísticas e de sonoridade de representação indígena e a miscigenação amazônica.

Sobre as cantoras Cida Aripória, Cléia Alves, Gabi Farias e Márcia Siqueira

Grupo formado por compositoras, intérpretes, e instrumentistas amazonenses de diferentes estilos e gêneros musicais, unidas pela resistência, autonomia e dedicação à música e à cultura do Amazonas. Trazem em suas composições e produções a representatividade da mulher do norte, passeando do rap ao boi-bumbá de Parintins, à música popular amazonense (MPA), sempre enfatizando o protagonismo da mulher. O grupo é composto por: Cida Aripória, mulher de raízes indígenas do povo Kokama, é cantora de rap (rapper) com 18 anos de atuação na cultura hip-hop e produção cultural, e uma das pioneiras na cultura urbana manauara; Cléia Alves, percussionista e cantora do grupo Malungo Dudu, batuqueira e cantora do Maracatu Pedra Encantada e pesquisadora de danças populares; Gabi Farias, cantora, compositora e instrumentista. Começou a carreira em 2017, como integrante da Orquestra Puxirum, com a qual ganhou o festival de música universitário Manifest, em 2018. Márcia Siqueira é intérprete e se tornou a primeira levantadora de toada oficial do Boi-Bumbá Garantido de Parintins, lugar este de predominância masculina.

Sobre o Sonora Brasil

A maior iniciativa brasileira de circulação musical está de volta. Promovido pelo Sesc, o Sonora Brasil chega em sua 23ª edição com a apresentação de um repertório inédito, composto por músicas de mais de cem compositoras brasileiras e 21 grupos indígenas de diversas etnias, que mostram toda a potência do projeto em divulgar as mais diferentes manifestações musicais do país. Em função da pandemia de COVID-19, o circuito não ocorreu em 2020 e, este ano, todos os espetáculos foram gravados em formato on-line, em mais de 20 estados, e serão transmitidos pelos canais de Youtube do Sesc em cada estado. Ao longo da sua trajetória, o Sonora Brasil já alcançou mais de 750 mil pessoas e realizou mais de seis mil concertos em todo o Brasil.

As abordagens apresentadas terão como temas as “Líricas Femininas – A presença da mulher na música brasileira” e “A Música dos Povos Originários do Brasil”. A temática de 2021 acompanhará a da última edição, realizada em 2019, já que os temas centrais do Sonora Brasil são definidos por biênios. O lançamento será no dia 19 de outubro e as exibições ocorrerão até o dia 12 de novembro, sempre às 18h30 (Povos Originários) e às 20h (Líricas Femininas). O calendário das transmissões está disponível na página do projeto (www.sesc.com.br/sonorabrasil) e todos os vídeos terão tradução para linguagem de libras, incluindo os espetáculos dos povos indígenas.

As apresentações do Sonora Brasil são de caráter essencialmente acústico, como forma de valorizar a autenticidade musical das obras. Uma curadoria formada por profissionais do Sesc é responsável pela seleção dos temas e grupos que integram a programação. Para escolha dos artistas e grupos, foram consideradas questões sociais, ligadas à diversidade de ritmos, de territórios e de artistas. O projeto contempla ainda oficinas, rodas de conversa e exibição de filmes, que serão promovidas, também em ambiente on-line, por unidades do Sesc de todas as regiões do país. Os catálogos de todas as edições estão disponíveis para consulta no site do Sonora Brasil.

Fonte: Assessoria

 

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