Nayá Costa; 16/12/2019 às 18:00

A sustentabilidade como tendência em 2020

Transparência, sustentabilidade, tecnologia e mudança de hábitos serão o foco no marketing 

Você já parou para pensar de onde vem tudo o que você usa? A sustentabilidade será um importante aliado das marcas em 2020, que deverão mais do que nunca trabalhar de forma transparente e ecológica. A mudança de hábitos relacionados à produção de lixo e o uso de recursos naturais é parte do cotidiano de muitas pessoas, fazendo com que elas busquem empresas mais conscientes.

Assim, apostar na vertente Eco-friendly, isto é, a produção com materiais sustentáveis e sem riscos ao planeta, é uma das tendências para as marcas no próximo ano. Para quem adota a nova vertente, como a Geração Z, é preciso de fato ser amigo do meio ambiente e buscar alternativas sustentáveis, buscando sempre causar o mínimo de impacto e manter a natureza viva.

Seja eco-friendly!

Diante do cenário de conscientização não só do público, mas também das empresas, o Eco-friendly ganha mais visibilidade. Hoje podemos ver a aplicação conceito nos mais diversos produtos, seja em roupas, objetos de decoração e até ambientes, como hotéis e supermercados. 

No ramo da arquitetura, cada vez mais profissionais estão interessados em lares ecológicos e decorações recicladas. De acordo com a arquiteta Heloísa Sílvio, relacionar sustentabilidade com tecnologia será chave para o sucesso em 2020. Para Heloísa, “é importante pensar em cidades inteligentes, com espaços que atendam às novas necessidades das pessoas e do planeta. As tendências para o próximo ano serão tecnologia, sustentabilidade e compartilhamento para casas e cidades”.

Em cidades mais afastadas de metrópoles como São Paulo, a questão da sustentabilidade ainda é pouco trabalhada no ramo da arquitetura. Em Manaus, por exemplo, são poucas empresas que de fato investem em materiais ecológicos e ações socioambientais. E quando se trata de tecnologia atrelada com sustentabilidade, o número cai mais ainda. “Em Manaus, esta demanda é recente. Começou primeiramente com algumas iniciativas de indústrias e de clientes particulares (residencial) e, em seguida, com algumas construtoras e empreendedoras que estão lançando seus primeiros projetos com este foco”, pontua a arquiteta. 

A transição também ocorre quando se trata de produtos de higiene. A venda de acessórios biodegradáveis, ecológicos e utensílios de silicone têm sido sucesso entre o público, que opta por escolhas sustentáveis. Como afirma Lucenilde da Silva, proprietária da loja Coisas de Vó, a mudança de hábitos contribui ecologicamente para cidades como Manaus, onde fica localizada sua loja, pois “apesar de ser uma mudança pequena, a diminuição de descarte de lixo por cada indivíduo é fator relevante para a manutenção da fauna e flora da nossa cidade”. Para a proprietária, é esperado que a tendência vire rotina. “Ainda que exista pouca mobilização social, o desenvolvimento sustentável deve estar sempre presente na filosofia dos cidadãos”, comenta Lucenilde. 

Transparência em primeiro lugar

No mundo da moda, a marca com as melhores práticas sustentáveis segundo o Índice de Transparência da Moda é a maior fast-fashion do país: a C&A. Fundada na Holanda, a empresa têm as melhores práticas em relação às metas socioambientais, com plantio de matérias primas, rastreamentos florestais e escolha de fornecedores eco-friendly.

Sabemos que a indústria fashion peca em diversos aspectos, e o ecológico é um dos principais. Assim, a pesquisa realizada busca ampliar o debate sobre sustentabilidade e reforçar a transparência que as empresas devem ter com seu público. Outros pontos analisados no Índice foram questões como o descarte inadequado de resíduos, a falta de reciclagem e o uso de carbono em excesso na indústria da moda.

A questão do uso de água, por exemplo, é um dos pontos da indústria de moda que mais impacta negativamente o meio ambiente. Para produzir um quilo de algodão, por exemplo, são utilizadas em média cerca de 20 mil litros de água, além dos gastos com energia e os outros diversos impactos que a produção pode causar.

A moda, no entanto, pode sim caminhar lado a lado com a sustentabilidade. Os brechós são um importante aliado do meio ambiente, pois além de possibilitarem a diminuição de lixo por meio da “reciclagem” (ou o Upcycling – transformação de tecidos descartáveis em novas peças) de roupas, não utilizam mais recursos naturais para a produção das peças. 

Investindo na sustentabilidade

Existem diversas marcas que já apostam na questão da sustentabilidade em suas ações. Um exemplo é a empresa O Boticário, que este ano lançou um perfume feito com álcool do bagaço de cana-de-açúcar. Este foi, segundo Paulo Roseiro, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Boticário, o primeiro passo para impulsionar mais ações sustentáveis feitas pela marca. 

A Simple Organic, marca brasileira de cosméticos, é adepta do movimento Eco-friendly. Com embalagens e produtos de base natural, a Simple promove maquiagens e produtos de skin care 100% veganos, além de produzir ações socioambientais nas regiões de atuação da marca.

A ação #PorUmSó foi recentemente promovida pela Natura em parceria com a PepsiCo. Sustentabilidade, inovação e empreendedorismo foram os três pilares usados para interagir com o público, dando assim, abertura para novas idéias e opiniões sobre os temas. Desenvolver a economia circular e trabalhar com ações ambientais são dois grandes destaque das marcas.

Espera-se assim que no próximo ano as questões socioambientais ganhem mais destaque ainda. A nova geração de consumidores pede também por transparência e inovação, portanto, invista em sustentabilidade e pense fora da caixinha!

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