É como se o corpo e a mente colocassem um ponto final e gritassem “Agora chega!”. Um cansaço arrasador revela a absoluta falta de energia. Todas as reservas estão esgotadas. No trabalho, a pessoa mais competente e atenciosa liga o “piloto automático”. No lugar da motivação, surgem irritação, falta de concentração, desânimo e sensação de fracasso.
Estes são indícios de uma doença cruel e de difícil diagnóstico que avança nos hospitais, nas empresas, nas escolas e num mundo cada vez mais rápido e dinâmico. Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional, segundo cartilha do Ministério da Saúde, é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. O termo burnout, em inglês, significa estar chamuscado, queimado.
Segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, as categorias profissionais mais atingidas pelo burnout são as que lidam com pessoas e se expõem ao sofrimento humano, como professores, psicólogos, advogados, executivos e profissionais da comunicação (jornalistas, publicitários, relações públicas, designers).
O burnout é produto de um mix de fatores pessoais, profissionais e sociais. Entre as causas individuais, o perfeccionismo leva à busca de uma excelência às vezes impossível e o idealismo em relação à profissão, cobrando um engajamento pessoal além dos limites. Algumas práticas de trabalho, muitas vezes presentes no mercado da comunicação, podem agravar quadros de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e burnout.
Muitas vezes, nós, comunicadores, nos pegamos trabalhando em demandas excessivas que ultrapassam a capacidade humana de realização. Impacientes, buscamos a cada dia a perfeição nos jobs, lidamos com frustrações com extrema dificuldade e sentimos a necessidade exagerada de controlar todas as situações ao nosso redor.
De acordo com pesquisa do Internacional Stress Management Association (Isma), o Brasil ocupa o 2º lugar em nível de estresse. Com 70% da população afetada, o país fica atrás apenas do Japão. Por isso, discutir temas delicados como longas jornadas de trabalho, competitividade e ansiedade no mercado se tornou cada vez mais necessário.
Num mundo mediado por plataformas, trabalhar com comunicação significa correr uma maratona sem fim. O burnout se tornou uma prática cada vez mais comum. A saturação de telas e o excesso de conteúdos são responsáveis pela dependência virtual e pelo crescimento do monitoramento de hábitos digitais. Nos tornamos cada vez mais dependentes dos celulares, dos computadores, do virtual.
Para fugir da Síndrome de Burnout:
– Abandone o lema “Meu nome é trabalho”;
– Restabeleça contatos profissionais, o famoso networking;
– Preste atenção aos sinais emitidos pelo seu corpo: a exaustão pode ser várias doenças;
– Cuide de seu estilo de vida: alimente-se bem, sempre em horários regulares, sem exagerar no álcool e na cafeína.
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