Nas últimas décadas, o movimento feminista tem se tornando cada vez mais popular e conhecido, por isso, não passa despercebido pela indústria da publicidade. Nos últimos 25 anos, os marqueteiros aperfeiçoaram o conceito de ‘femvertising’ – palavra formada pela junção dos termos ‘feminist’ (feminista) e ‘advertising’ (propaganda) – que nada mais é do que a “propaganda que usa pessoas, mensagens e imagens ligadas ao movimento pró-mulheres para promover o protagonismo de mulheres e garotas”.
Hoje, o mundo da propaganda é muito menos machista do que era há cerca de 50 anos atrás, mas, mesmo assim, ainda falha ao tentar entender e representar os desejos e aspirações das mulheres. Por isso, o Mercadizar listou três campanhas do Dia da Mulher que não foram bem recebidos pela sociedade. Confira:
Saraiva
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher de 2017, a rede brasileira de livrarias decidiu fazer uma promoção que oferecia 50% de desconto na compra de livros, exclusivamente para mulheres que efetuarem o cadastro no site oficial da livraria.
Mas, o que era uma boa campanha de marketing para elevar as vendas e fidelizar clientes se tornou um problema. Isso porque os livros postos em promoção ficaram restritos a temas específicos: ‘românticos’, ‘culinária’, ‘religiosas’, ‘geek’, ‘atitude’, ‘cuidados com o corpo’.
Diageo – Jane Walker
A Diageo é a maior produtora de bebidas destiladas do mundo e dona das principais marcas desse tipo de bebida. Recentemente, se envolveu em uma polêmica ao lançar uma edição limitada do famoso uísque Johnnie Walker em homenagem ao Mês da Mulher: a empresa criou a Jane Walker, versão feminina do personagem que rotula as garrafas de Red e Black Label.
Jane Walker foi anunciada como ‘mais um símbolo do compromisso da marca com o progresso’ e a Diageo prometeu doar U$ 1 de cada garrafa vendida para a caridade, mas, mesmo com as ‘boas intenções’, a marca foi alvo de muitas críticas de clientes que questionaram a necessidade de criar um novo rótulo para que o público feminino se identificasse com a bebida.
https://twitter.com/JohnnieWalkerUS/status/968246615378153476
McDonald´s Brasil
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher de 2018, o McDonald’s resolveu divulgar que 20 de seus restaurantes estavam sendo operados apenas por funcionárias mulheres, mas a repercussão não foi nada boa. Internautas e clientes acusaram a rede de lanchonetes de dar folga aos funcionários homens justamente no dia em que se comemora as conquistas femininas. Após toda a repercussão negativa, a marca se posicionou através de nota oficial e afirmou que os funcionários homens teriam sido realocados para outros restaurantes e não dispensados.
Isso é muito hilário (e uma amostra da confusão entre direitos e privilégios) !! Dia internacional da Mulher e quem ganha folga? Os Homens!! #DiadaMulher #McDonalds pic.twitter.com/YOH1XMNsH5
— Dio 🏴☠️♠️🌻 (@Dionisius) March 8, 2018
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