Na comparação entre março e abril, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em quatro dos sete estados da região Norte: Acre, Amazonas, Rondônia e Tocantins. Já no Pará e em Roraima, a seca se intensificou nesse período, enquanto no Amapá o fenômeno se manteve estável. Com isso, a área com seca extrema na região Norte como um todo caiu de 24% para 20% do total, indicando um abrandamento regional da seca. Por outro lado, o Norte teve a condição mais severa de seca do país em abril, com seca extrema em 2% da região e seca grave em 20% de sua área total.
Em termos de áreas com seca, o Norte teve uma leve redução da área total com seca de 87% para 85% entre março e abril em virtude da diminuição da área com o registro do fenômeno no Pará, Rondônia e Tocantins. Já no Acre e no Amapá a área com o registro do fenômeno aumentou, enquanto os demais estados da região Norte se mantiveram com seca na totalidade de seus territórios: Amazonas e Roraima. Com esse quadro geral, o Norte foi a região com maior percentual de área com o fenômeno em abril entre as cinco regiões monitoradas. A seguir estão os destaques por estado da região Norte em abril.
Cenário nacional
Entre março e abril, em termos de severidade da seca, houve um abrandamento do fenômeno em 12 unidades da Federação, conforme a última atualização do Monitor de Secas: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Já em outros três estados a seca se intensificou nesse período: Mato Grosso do Sul, Pará e São Paulo. No caso do Rio de Janeiro, o fenômeno voltou a ser registrado. Em termos de severidade, a seca ficou estável em sete unidades da Federação: Amapá, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraná e Roraima. Já no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina não houve registro do fenômeno, que deixou de ser verificado tanto na Paraíba quanto no Rio Grande do Norte.
Na comparação entre março e abril, três estados registraram o aumento da área com seca: Acre, Amapá e Paraná. No Rio de Janeiro o fenômeno voltou a ser registrado. Em 14 unidades da Federação houve uma diminuição da extensão da seca: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Em outras cinco unidades da Federação, a área com o fenômeno se manteve estável: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Roraima e São Paulo. Já o Rio Grande do Sul e Santa Catarina seguiram livres de seca em abril, mês em que a Paraíba e o Rio Grande do Norte deixaram de registrar o fenômeno.
Duas unidades da Federação registraram seca em 100% do território em abril deste ano: Amazonas e Roraima. Para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Nas demais unidades da Federação que registraram área com seca, os percentuais variaram de 4% a 98%.
Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, o Amazonas lidera a área total com seca de abril, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás. No total, entre março e abril, a área com o fenômeno caiu de 6,41 milhões para 5,68 milhões de km², o equivalente a 67% do território brasileiro.
O Monitor de Secas
O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar o planejamento e a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.
Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), o Monitor de Secas é desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas.
O projeto tem como principal produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração. Por meio da ferramenta, é possível comparar a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal a cada mês vencido, sendo que o processo de expansão dessa iniciativa foi concluído com a entrada do Amapá no Mapa do Monitor de dezembro de 2023.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
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