Sofia Lourenço; 11/12/2024 às 16:30

Recuperação dos Rios na Amazônia: Rio Negro sobe 12 cm por dia em Manaus

Cota chegou à marca de 15,22 m, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil

Nesta terça-feira (10), a cota do Rio Negro chegou a 15,22 m. De acordo com o 51° Boletim de Monitoramento Hidrológico do Serviço Geológico do Brasil (SGB), o rio mantém o ritmo de recuperação em Manaus (AM), com subidas de 12 cm por dia.

Imagem: SGB/Divulgação

A marca ainda está abaixo da faixa de normalidade para o período, mas já sinaliza uma resposta do rio às chuvas, explica a pesquisadora Jussara Cury, superintendente Regional de Manaus: “A regularidade das chuvas na região de cabeceira, nos últimos dias, está contribuindo para o processo de enchente dos rios da bacia, que registram subidas diárias maiores”.

Caso as elevações continuem, a previsão é que o rio chegue aos 16 m até a próxima semana e saia do intervalo das cotas mínimas para o período. Essa marca foi definida como crítica, considerando a cota mínima de segurança definida pelas autoridades locais para a Praia de Ponta Negra. As projeções do SGB mostram o tempo necessário para recuperação dos níveis, com base no comportamento do rio nos anos mais críticos da história.

Cenário similar é observado no Rio Solimões. Na estação de Tabatinga (AM), foram registradas elevações de 15 cm por dia. Em Itapéua (AM), a cota sobe, em média, 18 cm diariamente e, em Manacapuru (AM), a elevação é de 15 cm. O Rio Madeira já registra subidas de 23 cm por dia em Porto Velho (RO) e de 10 cm em Humaitá (AM). Nessa bacia, os níveis voltaram para a faixa da normalidade para a época.

Nas demais bacias monitoradas, o comportamento é diverso. Na Bacia do Rio Negro, o rio subiu em São Gabriel da Cachoeira, enquanto apresentou pequenas descidas em Tapuruquara e Barcelos, permanecendo um pouco abaixo da normalidade para o período. Já na Bacia do Rio Branco, apesar de estar em recessão em Caracaraí, foram registradas elevações em Boa Vista, ainda aquém do esperado para dezembro.

Os dados de precipitação entre 10 de novembro e 9 de dezembro reforçam a influência das chuvas sobre os níveis dos rios na região. As bacias do Solimões, Negro e Japurá registraram déficits significativos no acumulado do período, enquanto as bacias do Beni e Mamoré apresentaram volumes acima da média, indicando sinais de recuperação em importantes calhas da Amazônia Ocidental. Esse cenário é acompanhado de perto pelo SGB, que utiliza as séries históricas para calibrar suas projeções e auxiliar na gestão hídrica da região.

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