Tuane Silva; 14/04/2022 às 16:30

Movimentos negro e indígena pedem que STF inclua questões de raça em julgamento de litígio climático

“Racismo ambiental” é o termo utilizado para descrever as injustiças ambientais que afetam grupos marginalizados

Organizações do movimento negro e povos da floresta entregaram uma carta aberta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que o racismo ambiental seja colocado como pauta central nos julgamentos das ações socioambientais que, desde o final de março, têm acontecido na Suprema Corte.

Racismo ambiental é o termo utilizado para descrever as injustiças ambientais que afetam, de forma desproporcional, os grupos marginalizados, como negros, periféricos, favelados, ribeirinhos, quilombolas e indígenas. As situações de injustiça ambiental incluem a falta de acesso a recursos naturais, como água potável, e a exclusão na tomada de decisões sobre territórios tradicionais, por exemplo.

A expressão também se refere ao fato de que são essas as comunidades mais afetadas pela degradação ambiental e por eventos climáticos extremos, como poluição, queimadas, exposição a resíduos tóxicos, ausência de saneamento básico, inundações e deslizamentos de terra.

O pedido dos grupos é para que, ao julgar os processos ambientais em pauta no “Pacote Verde”, muitos deles relacionados à falta de ação do governo em promover políticas que minimizem os impactos das mudanças climáticas no Brasil, a realidade desses grupos não deixe de ser considerada.

Eles também solicitam que, ao obrigar o Governo Federal a colocar em ação as políticas ambientais, estas políticas sejam “racializadas”, isto é, voltadas especificamente para a realidade de cada grupo.

*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.