Certamente você teve contato com temas relacionados ao meio ambiente enquanto estava na escola, mas já parou para pensar que seus pais, avós e pessoas de outras gerações não tiveram?
No Brasil, por exemplo, a Lei da Educação Ambiental – Lei 9795/99, obrigando todas as instituições de ensino a abordar conteúdos sobre o meio ambiente e como a ação humana interfere nos processos naturais, foi instituída apenas em 1999. Desde então, a poluição da água, do ar e do solo foram compreendidas como ações que afetam diretamente o curso natural do ecossistema e da vida humana.
Outro fato curioso é que cientistas começaram a checar a temperatura do planeta Terra somente em 1940, ou seja, esse tipo de verificação foi um procedimento adotado pela comunidade científica há menos de 1 século. E se levarmos em consideração que desde a 1a Revolução Industrial, em 1760, há aproximadamente 4 séculos, então as ações da nossa sociedade industrializada estão afetando o curso natural do ecossistema há mais tempo do que o fenômeno é estudado.
Mas será esse o motivo para as pessoas não acreditarem no Aquecimento Global?
Nos últimos anos, os cientistas climáticos desenvolveram inúmeras pesquisas relevantes sobre o tema. Tais mudanças climáticas são fruto das ações do homem e são chamadas de mudanças climáticas antropogênicas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, as décadas de 1990 e 2000 foram as mais quentes dos últimos 1.000 anos, segundo o Meet Office, escritório britânico de meteorologia.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) indica que nos próximos 100 anos poderá haver um aumento da temperatura média global de até 4,0°C, e um aumento do nível médio do mar em até 59 cm, o que pode afetar significativamente as atividades humanas e os ecossistemas terrestres. Pode parecer pouco, mas já é suficiente para afetar as gerações dos seus filhos e netos. O órgão alerta sobre a redução da diversidade, cidades e ilhas que desaparecerão e sobre as condições de vida das milhares de pessoas que se tornarão refugiadas climáticas.
Atualmente, de acordo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil é encarregado por 58% das emissões de gases de efeito estufa provenientes de queimadas e desmatamento, o que dificulta cada vez mais a regeneração da Floresta Amazônica. Se continuarmos nesse ritmo, logo tudo se transformará em um grande deserto.
Por outro lado, ainda precisamos falar dos negacionistas climáticos: um grupo de pessoas com um pensamento um tanto contraditório, que acredita no aumento da temperatura do planeta, mas não que o aquecimento global é provocado pelo homem. Tal grupo tenta embasar seus argumentos principalmente na ideia de que a Terra passa por fluxos contínuos de flutuação de temperatura ao longo dos milênios. A linha de “raciocínio” é, basicamente, recortar o problema do aquecimento global e se amparar em argumentos não científicos para sustentar sua posição.
Mas como esse discurso afeta o mundo?
É difícil falar sobre sociedade, desenvolvimento, economia e meio ambiente sem esbarrar na política; afinal, é ela que norteia a organização da sociedade. Interesses geopolíticos como os subsídios dos combustíveis fósseis e o lobby de setores responsáveis por maior emissão de gás carbônico – como, por exemplo, termelétricas – se sobressaem nesse contexto da crise climática. Isso quer dizer que o discurso negacionista climático beneficia os responsáveis pela alta emissão de gás carbônico, principal causador do efeito estufa. Por isso, é importante valorizar e confiar em entidades ligadas à ciência.
O perigo de compartilhar informações falsas sobre o aquecimento global está no atraso que isso representa para a tomada de medidas de emergência, e até mesmo para buscar soluções de desenvolvimento socioeconômico alinhadas ao meio ambiente. Não há dúvidas de que educação de qualidade é o mais poderoso instrumento na luta em defesa ao meio ambiente.
Agora confira algumas fontes que você pode consultar para se aprofundar no tema.
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