Hilana Rodrigues; 18/01/2022 às 14:30

Desmatamento na Amazônia em 2021 foi o maior da última década, afirma o Instituto Imazon

Entre as graves consequências do desmatamento está a alteração do regime de chuvas e perda da biodiversidade

De acordo com dados divulgados na segunda-feira, 17, pelo Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento na Amazônia em 2021 foi o pior em dez anos.

Segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do órgão, que monitora a região com imagens de satélites, 10.362 km² de mata nativa foram destruídos de janeiro a dezembro do ano passado, o que equivale à metade do estado de Sergipe.

A devastação em 2021 foi 29% maior que no ano anterior, quando 8.096 km² de floresta foram destruídos e o desmatamento na Amazônia já havia registrado a maior área desde 2012, aponta o instituto.

Mesmo com a redução de 49% no desmatamento em dezembro de 2021 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em 2020, 276 km² haviam sido desmatados na região, área que foi reduzida para 140 km² em 2021. E entre as consequências graves do desmatamento “estão a alteração do regime de chuvas, a perda da biodiversidade, a ameaça à sobrevivência de povos e comunidades tradicionais e a intensificação do aquecimento global”, aponta o Imazon.

Florestas públicas federais são as mais devastadas

Quase metade da destruição registrada no ano passado ocorreu em florestas públicas federais. Segundo o instituto, após cruzamento de dados das áreas desmatadas com o banco de dados do Cadastro Nacional de Florestas Públicas do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), os pesquisadores observaram que 4.915 km² foram devastados dentro de territórios federais.

Os territórios das unidades de conservação federais também registraram o pior nível de devastação da década. As áreas foram criadas para preservar a biodiversidade e os modos de vida sustentável de povos e comunidades, e tiveram devastação de 507 km² de mata nativa dentro dessas áreas protegidas, ou 10% a mais do que no ano anterior.

Nas florestas e unidades de conservação estaduais, também houve aumento da devastação. Nas florestas públicas estaduais, o desmatamento atingiu o maior nível acumulado da década, com um aumento de 26% em relação a 2020, diz o Imazon.

Ranking de desmatamento

O Imazon apontou ainda que, dos nove estados que formam a Amazônia Legal, somente o Amapá não teve aumento do desmatamento em 2021 em comparação com 2020. Apesar de ficar em segundo lugar em área desmatada, o Amazonas foi o estado que teve o maior aumento na devastação no ano passado em relação a 2020, tanto em áreas federais quanto estaduais.

No ranking de desmatamento em 2021 do órgão, o Mato Grosso foi o terceiro estado que mais desmatou (1.504 km², um aumento de 38% em relação a 2020), seguido por Rondônia (1.290 km²) e Acre (889 km²) em área desmatada. Com 28% a mais de devastação, o Acre, no entanto, registrou o terceiro maior aumento em comparação com 2020.

Fonte: Imazon

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