Na segunda-feira, 22, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou um recorde: 3.358 focos de incêndio na Amazônia. Nos últimos sete dias, 13.217 focos de incêndio consumiram a floresta. O número é 50% maior do que o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 8.906 focos de incêndio.
Em entrevista para OECO, Ane Alencar, diretora de ciência do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, informou:
“Estamos passando uns anos atípicos na Amazônia no que diz respeito à chuva. Ano passado tivemos o La Niña, e ela [o fenômeno] não foi embora, trazendo umidade para o bioma. Mais no sul da Amazônia tivemos algumas frentes frias, que acabaram por reduzir a temperatura, reduzindo também a aptidão para a queimada. No norte da Amazônia também estava chovendo. Não tem como saber se foi ‘ah, vamos botar fogo todo mundo junto’, mas pode ter sido alguma coisa assim, para aproveitar a estiagem que chegou a partir do dia 17, porque, se você não queimar no tempo certo, perde o investimento.”
Na última sexta-feira, 19, completaram-se três anos que o céu de São Paulo ficou preto de fumaça e fuligem por consequência dos incêndios na Amazônia. Segundo o monitoramento do INPE, este ano, os focos se concentram no arco do desmatamento na Amazônia, o que não foi diferente no interior e capitais do bioma, como Altamira e Novo Progresso, no Pará, chegando até Manaus no Amazonas.
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.