Mafê Santana; 18/08/2025 às 10:56

Skamosa: baile de reggae com radiola maranhense ocupa zona norte de Manaus

Evento gratuito reúne DJs, rappers e grafiteiros sob o Viaduto do Manoa para celebrar o reggae e a cultura afro-caribenha na Amazônia urbana

No dia 30 de agosto, a partir das 16h, o Coletivo Rudi promove mais uma edição do Skamosa sob o Viaduto do Manoa, na Avenida Max Teixeira, Cidade Nova, zona Norte de Manaus.

skamosa
Crédito: Divulgação

O evento gratuito e aberto para todas as idades ocupa o espaço público com música afro-caribenha e uma experiência sonora inspirada nos bailes de reggae, ska, rocksteady, dancehall e dub.

O Skamosa faz parte do Edital de Chamamento Público nº 06/2024 – Fomento à Execução de Ações Culturais de Música, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab), via Fundo Estadual de Cultura, e apoio do Governo do Amazonas.

A proposta é fortalecer narrativas de identidade, território e pertencimento artístico das populações negras e indígenas da Amazônia, criando um espaço de diálogo entre a tradição do reggae e as vivências urbanas de Manaus. O evento conta ainda com apoio dos coletivos Mandala Som e Grupo de Acesso Oficial (GAO).

Inspirado pela tradição jamaicana difundida nas radiolas do Maranhão e do Pará nos anos 1970 e 1980, o Skamosa leva para esta edição uma radiola maranhense, recriando a atmosfera das festas de rua e sistemas de som que marcaram gerações.

“Nosso objetivo é recriar a experiência dos sound systems no espaço público para fortalecer conexões culturais e democratizar o acesso dos jovens racializados das periferias, que muitas vezes não têm oportunidades de lazer gratuito e acessível”, explica Nico Ambrosio, coordenadora geral do projeto.

O baile será comandado por DJs e seletores locais: DJ Zulu MC Fino, DJ Ravi Veiga, Nico, Luh Roots e o coletivo Caboclos Sound System.

Arte, resistência e cultura urbana

Além da música, a programação contará com a participação de MCs e rappers amazonenses — RK, Enma Fuzinatto e Lua Negra — que atuarão como toasters, prática tradicional dos sound systems jamaicanos, dialogando com a batida do reggae e o público.

O evento também terá graffiti ao vivo, assinado pelo artista indígena Gnos, que traz uma reflexão sobre a crise climática em Manaus e a urgência de preservar a Amazônia e seus povos.

A produção geral é de Beatriz Mascarenhas e do grafiteiro e produtor cultural Vitor Maia, que também assina a identidade visual do projeto junto ao designer indígena Jaú Ribeiro (povo Tupinambá).

“É essencial ocupar espaços periféricos com cultura, aproximando a comunidade urbana dos artistas locais e criando uma convivência coletiva com a arte”, reforça Vitor Maia.

O coletivo já realizou eventos independentes em praças públicas, reunindo DJs e MCs da cidade, e segue colaborando com artistas e grupos locais.

Mais informações podem ser encontradas no perfil oficial do Instagram.

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