Matheus Menezes; 31/10/2025 às 19:14

Residência ‘Voo Livre – História’ encerra programação em Manaus com apresentações gratuitas no Buia Teatro

O projeto da ‘Companhia Brasileira de Teatro’ finaliza passagem na capital manauara com performances que celebram a pluralidade da história amazônica, neste sábado (1) e domingo (2)

Neste sábado (1) e domingo (2), Manaus recebe o encerramento das ações da “Voo Livre – História”, projeto da Companhia Brasileira de Teatro, apresentado pela Petrobras, por meio da Lei Rouanet e do Ministério da Cultura do Governo Federal.

As apresentações acontecem a partir das 16h e 19h no sábado e às 18h no domingo, na sede do Buia Teatro, localizado na Rua Dona Libânia, 300, Centro. A entrada é gratuita, por ordem de chegada. 

Foto: Divulgação

Por duas semanas, o projeto reuniu diversos artistas para abordar as relações entre memória coletiva e história íntima, propondo uma experiência de criação, formação e partilha com o público. Entre os dias 23 e 26 de outubro, foram realizadas diferentes atividades formativas e artísticas dentro do projeto “História”, promovido pelo grupo teatral. 

Os encontros contaram com a participação de nomes relevantes, como a pedagoga indígena Wanda Witoto, os historiadores Maud Chirio e Ernesto Bohoslavsky, o poeta Rafael César, o artista Beto Oliveira e outros convidados. 

“Reunir pessoas pra contar e ouvir histórias, compartilhar memórias. Quais são as possíveis relações entre história íntima e história coletiva? Como cada pessoa, individualmente, pode interferir na grande História, e como temos aspectos das nossas vidas determinados por ela? Estas foram algumas perguntas que nortearam nosso trabalho”, explicam os artistas em nota de divulgação.

A direção e coordenação geral são de Marcio Abreu, com colaboração artística de José Maria, Nadja Naira e Cássia Damasceno, assistência de produção de Giselle Jardim e técnica de Esaú Evandro. Participam das performances Felipe Storino, Gabi Miranda, Idylla Silmarovi, Key Sawao, Lay Amorim, Mariellen Kuma, Mirian Laphaeth, Nathalia Gama, Rafael Bacelar e Victoria Fernanda.

Em entrevista, Marcio Abreu detalha que a plataforma Voo Livre é estruturada em quatro eixos: criação, troca, formação e apresentação, destacando que a passagem por Manaus tem sido marcada pela diversidade e intensidade.

“Percebo que em Manaus há uma potencialidade muito grande de aprendizado e de criação, na medida da diversidade da sua cultura e dos desafios e ambiguidades na formação de sua História. Temos trabalhado com jovens artistas da cidade ou residentes nela. E os diferentes pontos de vista e vivências, se abrem também para percepções que se ampliam sensivelmente”, afirma.

O artista também ressaltou a troca com nomes locais, interação que fortalece os talentos da cena cultural da região.

“Realizamos encontros no contexto de um seminário performativo, no qual tivemos a chance de conhecer os trabalhos e as ações de dois artistas visuais da cidade: Beto Oliveira (Margem do Rio) e Christian Braga, ambos através da linguagem da fotografia e da criação de narrativas nesse suporte. Além de encontros com historiadores que atuam em Manaus e também convidados de fora. Tem sido uma experiência concentrada e intensa”, complementa.

Foto: Divulgação

“O Voo Livre é uma experiência autônoma, baseada nos quatro eixos que mencionei anteriormente. O que interessa é potencializar vozes plurais e gestos artísticos autônomos e que venham de cada artista participante”.

Ele explica que as ações não configuram um espetáculo convencional. “Importante dizer que não se trata de um espetáculo, mas de um conjunto de performances criadas e articuladas a partir dos princípios que mencionei anteriormente e orientadas por uma série de dispositivos de pesquisa e de criação, pensados e dirigidos por mim, junto com os artistas convidados da companhia brasileira. A convivência entre artista daqui e artista de fora, entre jovens e mais experientes, tem sido uma experiência vibrante”, ressalta o diretor.

Parte de um projeto de maior abrangência, o “Voo Livre – História” já esteve em cidades como Paris e Brasília e segue para Salvador, reunindo artistas e pensadores locais e nacionais.

“Cada uma dessas experiências tem autonomia e se afirmam em si mesmas. Mas também alimentam a criação de um espetáculo original programado para 2026″, conclui Marcio Abreu.

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