Na última quinta-feira, 30, o mini documentário “Música de Guerrilha” foi lançado nas plataformas digitais gratuitas. Um dos projetos selecionados no edital “Juventude Ativa” da Lei Aldir Blanc, o conteúdo audiovisual documenta a produção musical independente de jovens periféricos da região metropolitana de Belém e pretende ainda apresentar ao mercado mais uma produção do projeto “Radiola Cabana”, idealizado pelos irmãos Oiran, Uirandê e Maíra Gomes.
Assista:
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Hoje, grande parte da população, principalmente os mais jovens, têm nas mãos um equipamento que pode gravar áudio e vídeos, e com a ajuda de alguns aplicativos, editar e lançar nas redes sociais. O Projeto audiovisual “Música de Guerrilha” conta a trajetória de alguns desses jovens que se juntaram através de seus sonhos e talentos e lançaram suas músicas para o mundo, mesmo que não fosse tecnicamente o ideal, mas por meio desse primeiro contato com o público, proporcionou voos mais altos para alguns desses artistas e produtores musicais da cena do rap e do carimbó em Belém.
O projeto é um registro da resistência e da perseverança de jovens periféricos em construção de sonhos na carreira musical, como explica Oiran Gomes: “É inspirado no conceito de produção de guerrilha que se aplica a vários tipos de produção, como no cinema, que basicamente consiste em ‘fazer com o que se tem nas mãos’ para tentar chegar a um resultado profissional”. Geralmente, essas produções são realizadas em espaços com instalações improvisadas, com o mínimo de equipamento, muitas vezes comprados em cooperação entre dois ou mais artistas do mesmo bairro.
“Esse fazer no dia-a-dia de ‘produção de guerrilha’ na música é um trabalho feito em coletividade, primeiro pela busca de conhecimento através de cursos online e tutoriais grátis para conhecer as etapas dos processos de produção musical utilizados nos mais diversos estúdios e dos mais variados orçamentos. A gente tenta reproduzir esse conhecimento com o que a gente tem na mão, se a gente tiver só um celular ou um computador a gente vai fazer”. E completa: “O impacto que isso causa é que a gente consegue fazer nossa produção de forma independente, de forma artesanal, dentro do nosso quarto, coisas que só eram possíveis fazer com uma gravadora a gente faz em um home stúdio”, relata Oiran Gomes, músico, operador de áudio e produtor da Radiola Cabana.
Dirigido pelos membros da Radiola Cabana, o documentário aborda uma narrativa de fortalecimento cultural e protagonismo juvenil no território urbano, trazendo entrevistas com produtoras e produtores de home studios e artistas independentes que fazem produção musical no formato de guerrilha em Belém. Com legenda e classificação livre tem fala dos produtores: Navi Beatz da Mil Planos Rec do bairro da Pedreira, Camila Loie e Daniel OPS do Ditoca Studio do Parque Verde, do Ariel Silva do conjunto de Carimbó Batucada Misteriosa e do espaço cultural Coisas de Negro em Icoaraci, do Oiran Gomes da Radiola Cabana da Marambaia, do beatmaker Donloconubeat e de alguns artistas gravados na Radiola: Íra, Íris da Selva, Nega Ysa, Ruth Clark Mc, Felipe Alien e Ghostt Mc, de diversos bairros de Belém.
“Eu nem conheço outra forma de fazer que não seja em home studio. Em 2017 compramos um notebook, um amigo que é músico nos emprestou uma placa de áudio e um microfone e começamos a nos gravar em casa, gravar a galera da Marambaia. E um ano depois começamos a gravar como Radiola Cabana. Depois que aprendi as técnicas de áudio comecei a gravar minhas músicas e de outras artistas do rap, como a Gravei Ruth Clark, Nega Ysa e Yara MC”, diz Íra, rapper e produtora musical da Radiola Cabana.
O mini documentário foi realizado com imagens e áudios captados por smartphone como solicitado no edital “Juventude Ativa”, gerido pelo Movimento República de Emaús com recursos da lei federal Aldir Blanc de apoio e fomento à produção cultural. O propósito é inspirar outros jovens que queiram tentar o caminho da auto produção, como contrapartida os proponentes oferecerão um minicurso de introdução a produção de áudio, que abordará: estrutura e os equipamentos fundamentais e mais em conta para homestudio, softwares gratuitos de produção, passo a passo para configurar equipamentos e fazer suas primeiras gravações, finalização de projeto de som e divulgação de materiais nas mídias digitais.
Tanto o mini documentário quanto às aulas serão lançados nas redes sociais do projeto “Radiola Cabana”, pelo Instagram em @_radiolacabana e no Canal do Youtube.
Home studio Radiola Cabana
O projeto surgiu em 2018, dá vontade de Oiran, Uirandê e Maíra Rocha Gomes, em produzir e lançar suas próprias músicas e de amigos artistas. Filhos de dois artistas: Andreia Rocha, atriz e produtora cultural do coletivo Produtores Criativos e Joãozinho Gomes, músico e compositor do Amapá, os jovens acreditaram na coletividade e na experimentação como forma de produção artística e desde então seguem produzindo musicalmente, também no audiovisual por meio de videoclipes.
Fonte: Assessoria
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