A 15ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (MCDH) será realizada em Manaus entre os dias 26 e 29 de novembro, com uma programação gratuita no Cine Teatro Guarany. Com o tema “Direitos humanos e emergência climática: rumo a um futuro sustentável”, o evento apresenta filmes, debates e reflexões sobre a crise climática, a justiça ambiental e os modos de vida de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos — comunidades historicamente vulnerabilizadas, mas detentoras de práticas fundamentais de preservação ambiental.
Neste ano, a Mostra acontece em 12 capitais brasileiras, em diálogo com a COP 30, Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, realizada em Belém (PA) neste mês.
A homenageada desta edição é a cineasta Sueli Maxakali, liderança do povo Tikmũ’ũn e referência no cinema indígena brasileiro. Seu filme mais recente, “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2025), abre a programação simultaneamente em todas as cidades participantes.
O longa retrata a busca da diretora por seu pai, separado da família durante a ditadura militar, e já foi premiado nos festivais de Brasília, Cachoeira Doc e na Mostra Ecofalante.
Filmes e sessões temáticas
A Mostra reúne 21 filmes selecionados pelas curadoras Beatriz Furtado (UFC) e Janaina de Paula, compondo uma programação que dialoga com ancestralidade, território, memória e enfrentamento à devastação ambiental.
Entre os destaques está “Curupira e a Máquina do Destino”, da diretora Janaína Wagner, que revisita a história recente da Amazônia ao conectar o mito da curupira à personagem Iracema, do clássico “Iracema, uma transa amazônica” (1974).
A obra revisita a chamada Estrada Fantasma, construída durante a ditadura militar, e aborda impactos causados pela exploração desenfreada.
Outros títulos em exibição incluem:
- “Pau D’Arco”, de Ana Aranha — luta por justiça no Pará
- “SUKANDE KASÁKÁ | Terra Doente”, de Kamikia Kisedje e Fred Rahal — contaminação de terras indígenas
- “Amazônia sem Garimpo”, de Tiago Carvalho e Julia Bernstein — impactos do garimpo ilegal
A programação será distribuída em quatro seções principais:
- Terra / Nêgo Bispo
Filmes sobre resistência quilombola, violência no campo e desastres ambientais.
- Águas / Antônia Melo
Conflitos hídricos e grandes projetos que pressionam comunidades ribeirinhas e amazônicas.
- Floresta / Raoni
Obras sobre ameaças à Amazônia, disputas territoriais e imaginários originários.
- Sessão infantil
Produções para aproximar crianças da cultura amazônica e da educação ambiental. Entre os filmes está “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, de Fernando Fraiha.
Oficinas

Como parte da programação, a Mostra promoveu a oficina “Imagens do comum: cinema, educação e direitos humanos”, realizada em Manaus nos dias 8 e 15 de novembro no Ifam, conduzida pela pesquisadora Laísa Maida.
Com 9 horas de formação, o curso estimulou o uso do audiovisual como ferramenta de afirmação cultural, preservação de saberes tradicionais e defesa de direitos territoriais, tendo como público prioritário agentes culturais, professores e lideranças comunitárias.
Programação completa
Dia 1 – 26/11 (quarta-feira)
Sessão de abertura – 18h às 21h
Classificação indicativa: 12 anos
- Coffee break
- Solenidade e falas institucionais
- “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” (2024, 90’)
Dia 2 – 27/11 (quinta-feira)
Sessão infantil 1 – 14h às 16h30
Classificação indicativa: Livre
- “Amazônia sem Garimpo” (2022, 6’50”)
- “No Início do Mundo” (2025, 7’46”)
- “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa” (2025, 90’)
Sessão Nêgo Bispo (Terra) – 17h às 19h30
Classificação indicativa: 12 anos
- “Eu Sou Raiz” (2022, 7’)
- “Ainda Há Moradores Aqui” (2025, 42’50”)
- “Pau D’Arco” (2025, 89’)
Dia 3 – 28/11 (sexta-feira)
Sessão infantil 2 – 14h às 16h30
Classificação indicativa: Livre
- “Ga vī: A Voz do Barro” (2021, 10’40”)
- “Òsányìn: O Segredo das Folhas” (2021, 22’)
- “Do Colo da Terra” (2025, 75’)
Sessão Antônia Melo (Águas) – 17h às 19h30
Classificação indicativa: 10 anos
- “Kutala” (2025, 5’)
- “Rio de Mulheres” (2009, 21’)
- “Cerrado, Coração das Águas: Conexão Caatinga” (2025, 16’46”)
- “As Lavadeiras do Rio Acaraú Transformam a Embarcação em Nave de Conduçã” (2021, 12’)
- “Volta Grande” (2020, 27’)
- “Rua do Pescador, Nº 6” (2025, 72’)
Dia 4 – 29/11 (sábado)
Sessão Raoni (Floresta) – 14h30 às 16h30
Classificação indicativa: 14 anos
- “SUKANDE KASÁKÁ | Terra Doente” (2025, 30’)
- “Faísca” (2025, 12’)
- “Grão” (2020, 16’)
- “Curupira e a Máquina do Destino” (2025, 25’)
Sessão de Encerramento – 17h30 às 19h30
Classificação indicativa: 12 anos
- “Sede de Rio” (2024, 72’)

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