Thaís Andrade; 25/11/2022 às 13:02

Luedji Luna lança versão deluxe de ‘Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água’

Já disponível nas plataformas digitais, álbum é lado B de seu último lançamento e conta com dez composições inéditas

A cantora e compositora baiana Luedji Luna lança a versão deluxe do seu segundo álbum, “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água”.  O novo projeto contém dez faixas inéditas, de autoria própria e em parceria com compositores já conhecidos de seus trabalhos anteriores, como Marissol Mwaba, François Muleka e Ravi Landim. 

O projeto deluxe tem um caráter de lado B do “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água”, com canções que poderiam estar no disco, mas não entraram na lista final. Nesse sentido, o tema do álbum permanece o mesmo: é um disco sobre amor na perspectiva de mulheres negras. Outras vozes são trazidas para construir essa narrativa: Yoùn, Linn da Quebrada, Aza Njeri, Mayra Andrade e Winnie Bueno são alguns dos nomes presentes na versão deluxe. Trabalhos como o da cantora e compositora Solange Knowles e de Cleo Sol foram o mote de inspiração para o disco.

“Quero visitar um lado meu da composição e do canto, pouco explorado por mim. É um disco que com certeza vai surpreender o público que acompanha meus trabalhos, mas ao mesmo tempo acho que vai dialogar com um outro universo. Fazer arte é se arriscar! Tem sido assim desde o meu primeiro disco”, pontua Luedji Luna.

A versão deluxe conta também com participações especiais de artistas nacionais e internacionais, como a cantora, produtora e compositora etíope-estado unidense Mereba, da trilha sonora do filme Queen & Slim (2019) e ganhadora do BET Award (2020), que participa da faixa “Pele”, e também do MC e produtor norte-americano Oddisee, que além de ter assinado a produção do single “Nova Deli” também participa de mais uma track. Do Brasil, o álbum novo conta com a participação da MC carioca N.I.N.A, fenômeno e nome feminino mais expressivo da cena do grime no Brasil, na faixa “Metáfora”.

Com produção executiva de Regiane Silva, Luedji ousa novamente em produzir o próprio álbum ao lado de produtores musicais como um dos expoentes do jazz africano contemporâneo, o queniano Kato Change. Também participa o carioca Theo Zagrae, que traz frescor e bom gosto como sua marca, além das  produções internacionais como as de Odissee, consagrado  rapper americano e produtor musical de Washington, que assina a faixa “Sinais”, e ainda o musicista e produtor musical de New Orleans John Key, baterista e produtor do álbum “When I Get Home”, de Solange Knowles – é ele quem assina as faixas “Pele” e “Tempos Artificiais”.

Além das dez canções inéditas, o álbum vem com três remixes da primeira edição do álbum como bonus track: “Manto da Noite” (produção de Theo Zagrae), “Lençóis” (produção de Be-Atrz) e “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água” foram as faixas escolhidas para serem remixadas, sendo essa última produzida pelo DJ e produtor norte-americano Sango.

Contracapa de “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água Deluxe”. Créditos: Henrique Falci,

Em “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água Deluxe”, Luedji Luna flerta com neo-soul e R&B, além do jazz já presente em seus trabalhos anteriores. O álbum pretende dialogar com o mercado norte-americano, desejo que surge a partir das parcerias internacionais que nasceram da sua primeira viagem a Nova York, e das colaborações para plataformas e projetos globais como Colors e Tiny Desk. Desde então, o público internacional da cantora vem crescendo com os anos. “Minha música desde o primeiro disco nasce com o intuito de dialogar com mundo”, afirma Luedji. 

É nessa perspectiva de internacionalização que a cantora opta por editar o álbum com profissionais de fora. A mixagem é do filipino radicado nos Estados Unidos Russell Elevado, que já trabalhou com artistas como Erykah Badu, Alicia Keys, Kamasi Washington D’angelo e Jay-Z, entre outros nomes da música negra norte-americana. A masterização é do americano Mike Bozzi, que já atuou com Kendrick Lamar, Childish Gambino e Post Malone.

Faixa a faixa

“O que é o amor?” – Participação especial de Linn da Quebrada, Mayra Andrade, Aza Ndjeri e Winnie Bueno. A faixa traz a concepção de cada uma sobre o amor.

“Blue” – Canção de mais ou menos seis anos que nasceu da experiência de Luedji Luna em São Paulo. Diz muito sobre concluir uma história para iniciar outra; deixar as agruras da relação anterior e viver o presente.

“Salto” – Poesia musicada por Ravi Landim, que Luedji escreveu para uma pessoa pela qual estava tão apaixonada que nem entendia qual sentimento estava sentindo. Por isso o questionamento: “O que eu sinto é amor, ou fim do mundo?”. Conta com participação do duo Yoùn.

“Pele” – Primeira música de Luedji, foi escrita quando a cantora tinha 17 anos, após seu primeiro beijo, uma experiência que a mobilizou tanto a ponto de começar a compor. A primeira vez que a cantou publicamente foi no programa “Espelhos”, de Lázaro Ramos. A faixa tem a participação da cantora, compositora e produtora norte-americana Mereba, e produção de John Key.

“Tempos Artificiais” – Música antiga, que Luedji compôs em um réveillon no Rio Vermelho, em Salvador. Enquanto assistia à queima de fogos, criou a frase “fogos de artifício são como estrelas caindo do universo”. É uma música para quem espera algo da noite, da vida: um amor, um futuro, algo de bom. A produção é de John Key.

“Enquanto Durmo” – Música feita após um término de namoro. É uma canção que revela o apego que se sente logo que se termina uma relação. 

“Corpo Tempestade” – “É uma música ótima, que eu fiz pra uma menina que ficou comigo, me levou pra casa dela, dormimos, mas não aconteceu nada além do sono”, comenta Luedji. “Fiquei na vontade, como diz a letra.” Autoria da cantora e de sua parceira em várias composições, Marissol Mwaba.

“Metáfora” – Uma canção de amor, muito literal, sobre querer escrever para e sobre uma pessoa, mas não achar as palavras para fazê-lo. Participação especial da grande revelação do drill, N.I.N.A.

“Sinais” – Canção de Luedji e Zudizilla, com produção do MC e produtor norte-americano Oddisee, que, além de produzir, também canta na faixa. Um house para tocar nas baladas.

“3 Marias” – Fala sobre adultério, sobre se apaixonar por alguém casado. O videoclipe da música será lançado no início de dezembro e é produzido por Joyce Prado, que traz como referência as pombogiras e as profissionais do sexo. Autoria de Luedji Luna, Marissol Mwaba e François Muleka.

“Bom Mesmo É Estar Debaixo D’água” remix – Remix produzido por Sango, produtor e DJ norte-americano. Sango tem produções com os artistas do R&B Tinashe, Ravyn Lenae, e Bryson Tiller; cantoras pop como Pink Panthers e Christina Aguilera; e os rappers Wale, Made in TYO e Smino.

“Manto da Noite” remix – Remixado por Theo Zagrae, que também assina com Kato Change e Luedji Luna a produção geral do disco. 

“Lençóis” remix – Remix produzido por Be-Atrz, cantora, compositora, produtora e multi-instrumentista influenciada por R&B, soul, neo-soul e afrobeat. A autoria da música é de Luedji Luna e Cidinha da Silva, e fala do amor de uma mulher para outra mulher.

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