Tuane Silva; 26/05/2022 às 15:30

Longa UÝRA – A Retomada da Floresta fará parte do 46th Frameline Internacional Film Festival

46th Frameline International Film Festival é o mais importante Festival LGBTQIA+ do mundo

Uýra – A Retomada da Floresta, dirigido por Juliana Curi e escrito por Martina Sönksen e Uýra Sodoma, fará sua estreia mundial na seleção oficial do 46th Frameline International Film Festival, o mais importante Festival LGBTQIA+ do mundo. Fundado em 1977, o Frameline International Film Festival é o evento de exibição de filmes LGBTQ+ mais antigo, maior e mais amplamente reconhecido do mundo, e a edição de 2022 acontece de 6 a 26 de junho em San Francisco. 

A cinebiografia acompanha Uýra, entidade híbrida amazônica vivida pelo artista trans indígena e biólogo Emerson Pontes, que viaja pela Floresta Amazônica em uma jornada de autodescoberta usando arte performática para ensinar jovens indígenas e ribeirinhos que eles são os guardiões das mensagens ancestrais da Floresta Amazônica.

O longa traz a participação de artistas, ativistas e lideranças indígenas, como Zahy Guajajara e a liderança Kambeba Dona Babá, além das performances de Uýra, que são uma metáfora inspirada no ciclo ecológico e espelha as lutas sociais.

Uýra – A Retomada da Floresta é uma coprodução Brasil e Estados Unidos, com direção de Juliana Curi e produção de Uýra Sodoma, João Henrique Kurtz, Lívia Cheibub e Martina Sönksen, e distribuição da Olhar Distribuição. O filme tem estreia comercial prevista para o 2º semestre de 2022.

Foto: Divulgação

Juliana Curi é diretora, roteirista e artista visual brasileira. Influenciada pelo Cinema Novo e com uma forte formação em jornalismo, iniciou sua carreira no departamento de criação da MTV Brasil desenvolvendo campanhas de impacto sociocultural sobre justiça climática, HIV e movimentos micropolíticos direcionada para a juventude brasileira. 

Desde então Juliana foi premiada pela ONU Mulheres com a campanha da P&G que visa derrubar estereótipos de gênero na América Latina, e com o 2021 Bric Brooklyn Film+TV Resident. Ela também assina o filme-manifesto Estereótipos para lançar More Grls, a primeira plataforma para talentos femininos no Brasil que visa combater a desigualdade de gênero, e assina as exposições Pink Intervention (Galeria Spotte Art NY, Artsy) e A Batalha do Corpo (Centro Cultural São Paulo). 

Foto: Reprodução/ Instagram

Uýra Sodoma (1991, Santarém, Pará) é uma entidade híbrida que entrelaça o conhecimento biológico científico e a sabedoria ancestral dos povos indígenas. Ele chama as plantas por seus nomes populares e latinos, mas evoca suas propriedades medicinais, sabor, cheiro e poderes. O resultado é uma compreensão intrincada e complexa da floresta, uma teia de conhecimento e pesquisa. Uýra se apresenta como “uma árvore que anda” e nasceu em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, quando o biólogo decidiu expandir suas pesquisas acadêmicas e buscar formas de trazer o debate sobre meio ambiente, conservação e direitos LGBT para comunidades nos arredores de Manaus. Através de aulas de biologia ou performances fotográficas, usando maquiagem e camuflagem, textos e instalações, Uýra fala sobre e com a floresta.

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