Após a análise de 848 filmes, entre curtas e longas-metragens de documentários e ficção do Brasil e do exterior, 35 foram selecionados para compor as duas exibições competitivas do Festival Pan-Amazônico de Cinema – AmazôniaFIDOC. A Mostra Pan-Amazônia terá filmes de realizadores dos nove países que compõem a região na América Latina, e a Mostra Amazônia Legal apresenta produções de realizadores brasileiros do território amazônico.
A Mostra Amazônia Legal terá oito curtas e sete longas-metragens, e a Mostra Pan-Amazônia, 12 curtas e oito longas. A abertura oficial do festival será no dia 10 de novembro, às 18h30, no Cinema Líbero Luxardo, com entrada gratuita. De 11 a 18 de novembro, das 17h30 às 22h30, os filmes serão exibidos no mesmo local, também com entrada franca. As produções concorrem, em cada categoria, ao melhor filme pelo critério do júri, melhor filme pelo voto popular e um prêmio de Honra ao Mérito para ambas as categorias, de acordo com o Júri Oficial, que será divulgado em breve.
O corpo de curadores para escolha dos filmes foi formado por profissionais com ampla atuação na área de cinema e audiovisual no Brasil. Para análise dos curtas-metragens, o festival contou com Carol Abreu, Manoel Leite, Lorenna Montenegro e Felipe Pamplona. Já para os longas-metragens, os curadores foram Zienhe Castro (idealizadora e diretora-geral do festival), Flavia Guerra, Letícia Simões e Marco Antônio Moreira.
“Recebemos inscrições de realizadores de todos os estados da Amazônia e todos os demais estados brasileiros, com exceção de Sergipe e Alagoas, no âmbito nacional. Já a nível internacional, contemplamos apenas os países da Pan-Amazônia e tivemos inscrições do Peru, Colômbia, Equador, Bolívia e Venezuela; só não tivemos inscrições de Guiana, Suriname e Guiana Francesa (França)”, analisa Manoel Leite, curador e produtor executivo.
Ele explica que excepcionalmente este ano foram aceitas inscrições da Espanha, de Portugal, do Reino Unido e dos Estados Unidos, pois nesses casos todos se tratavam de cineastas amazônicos radicados naqueles países. Os vencedores serão conhecidos no dia 20 de novembro, em cerimônia de encerramento no Cinema Líbero Luxardo.
No cinema: uma região, diversas Amazônias
Abrangendo nove países e com extensão de mais de 4.200 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas, o bioma Amazônia é marcado por sua diversidade biológica e sociocultural, com centenas de povos e paisagens – refletidos na cinematografia contemporânea sobre o local. Os filmes selecionados para o Festival AmazôniaFIDOC 2022 buscam compreender a heterogeneidade deste território sob diversos ângulos, passando pelos complexos problemas ambientais e até mesmo pela luta por direitos humanos.
De acordo com Zienhe Castro, para esta oitava edição há uma diversidade também nos olhares, com a seleção de realizadores distintos. “Há filmes com olhares femininos, dirigidos por mulheres, inclusive mulheres trans; outros com a sensibilidade da autoria indígena, o que mostra o protagonismo dos povos tradicionais em narrarem as suas próprias histórias”, comenta. “Além disso, num momento de retomada da produção, o cinema amazônico mostra sua força e sua maturidade; um senso de compromisso com a floresta em pé – uma bandeira internacional e nosso tema neste ano”, finaliza.
A realização é do Ministério do Turismo, com patrocínio do Instituto Cultural Vale via Lei Rouanet – Secretaria Especial de Cultura, em parceria com a Fundação Cultural do Pará – Cine Líbero Luxardo, do deputado federal Airton Faleiro e do Projeto Paradiso. Apoio cultural: Instituto Goethe, Casa de Estudos Germânicos (CEG), Se Rasgum Produções, Cine Solar, Circuito Jambu Multicultural e distribuidora Estrela do Norte. Apoio institucional: Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT-PA) e Curso de Cinema da Universidade Federal do Pará (UFPA). Produção: ZFilmes Produções e Instituto Culta da Amazônia.
Confira os filmes selecionados – AmazôniaFIDOC
Mostra Amazônia Legal
- Curtas-metragens
O filho do homem – Direção: Filipe Rodrigues
Centelha | Brasil – Direção: Renato Vallone
Jamary | Brasil – Direção: Begê Muniz
Utopia | Brasil – Direção: Rayane Penha
KARAIW A’E WÀ – Direção: Zahy Guajajara
Um céu partido ao meio – Direção: Danielle Fonseca
Vem Pilum: A história do dilúvio – Direção: Thiago Morais
Iauaraete – Direção: Xan Marçall
- Longas-metragens
Dona Raimundinho do Rio Tajapuru – Direção: Chico Carneiro
No vazio do ar – Direção: Priscilla Brasil
Onde fica Nova Esperança? – Direção: Thiago Foresti e Renan Montenegro
Uyra, a retomada da floresta – Direção: Juliana Curi
Os devotos de São Sebastião – Direção: André dos Santos e Artur Arias Dutra
Pistolino e o filme que não acaba nunca – Direção: Anderson Mendes
Maria e Zé Cláudio – Direção: Evandro Costa de Medeiros
Mostra Pan-Amazônia
- Curtas-metragens
Tecido, Sigiloso – Direção: Lucílio Jota
Benzedeira – Direção: San Marcelo e Pedro Olaia
Airão Velho, Sayonara – Direção: Sandro Vilanova
O motor e a melodia – Direção: Juan Antonio Limo Giribaldi e Manuel-Antonio Monteagudo
Itinerário de cicatrizes – Direção: Glória Albues Martins
Ava Kuña, Aty Kuña – Mulher indígena, Mulher política – Direção: Julia Zulian
Deus me livre – Direção: Carlos Henrique de Oliveira e Luis Ansorena Hervés
Shirampari: A herança do rio – Direção: Lucia Florez
Não olhe para trás – Direção: Malu Portela
A nós, solitários – Direção: Guilherme de Oliveira
Mar de azul – Direção: Juan Carlos
O ovo – Direção: Rayane Teles
- Longas-metragens
Segredos de Putumayo – Direção: Aurélio Michiles
Entre cão e lobo – Direção: Irene Gutiérrez
Noites alienígenas – Direção: Sérgio de Carvalho
Amazônia, a nova Minamata? – Direção: Jorge Bodanzky
Samichay, em busca da felicidade – Direção: Mauricio Franco
A garota invisível – Direção: Dorian Fernández
Tudo é rio – Direção: Helen Lopes
Seja água – Do Andes à Amazônia – Direção: Julia Blagny
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