O documentário “Eu Sou Neta dos Antigos”, dirigido por Adriana Miranda, faz sua estreia no Festival do Rio, sendo uma das produções selecionadas para a Mostra “O Estado das Coisas”.
O filme acompanha a trajetória de Kelliane Wapichana, Guardiã de Sementes Nativas e Tuxaua Geral do movimento de mulheres indígenas de Roraima, em sua luta pela preservação de sementes ancestrais e pela defesa da autonomia e segurança alimentar de povos originários. A obra será exibida no Estação Net Gávea, no dia 9 de outubro, em sessão exclusiva para convidados, e em outros dois horários abertos ao público nos dias 10 e 11 de outubro no Estação Net Rio, em Botafogo.
Com uma abordagem sensível e poderosa, o documentário retrata uma jornada por terras indígenas em Roraima, mais precisamente na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, um dos maiores e mais biodiversos territórios protegidos do país. Durante o percurso, Kelliane visita diversas comunidades, como Raimundão, Barro e Pedra Preta, promovendo a troca de saberes sobre agroecologia, colheita e a preservação de sementes nativas, essenciais para a sobrevivência e autonomia dos povos indígenas e para a restauração ambiental.
Além de destacar a importância da preservação ambiental, o documentário também aborda as ameaças enfrentadas por essas comunidades, como o garimpo ilegal e a violência associada a ele. Kelliane e outras lideranças indígenas, como Cacilda da Silva e Pajé Mariana Tobias, compartilham histórias de luta e resistência, enquanto promovem rituais de proteção e celebrações pela colheita.
A diretora Adriana Miranda, em sua estreia no cinema, revela em “Eu Sou Neta dos Antigos” uma profunda conexão com a causa indígena e ambiental.
“Busquei destacar o protagonismo indígena na preservação ambiental. Sem essa preservação, não há futuro sustentável e habitável para o nosso planeta. Kelliane Wapichana exemplifica essa prática em sua essência, ao difundir o uso da agroecologia e contribuir para a restauração da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas.” reflete a diretora.
O filme não apenas apresenta paisagens exuberantes e culturalmente ricas, mas também provoca uma reflexão sobre as urgentes questões sociais e ambientais que afetam as comunidades indígenas e o mundo em geral.
Para Adriana Miranda, a preservação das sementes nativas, guardiãs da biodiversidade, é fundamental para garantir um futuro sustentável.
“Essas sementes garantem a produção de alimentos diversificados e saudáveis, fortalecendo a agricultura familiar e a autonomia das comunidades. Elas são a melhor aposta para uma boa qualidade de vida”, explica a diretora.
A exibição de “Eu Sou Neta dos Antigos” no Festival do Rio marca um importante passo para ampliar a visibilidade das causas indígenas no Brasil, destacando o papel vital dessas comunidades na preservação da biodiversidade e no combate às mudanças climáticas. O documentário apresenta uma poderosa mensagem de esperança e resiliência, mostrando que a defesa dos territórios indígenas é também a defesa de um futuro mais sustentável para todos.
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