No mês de março, a companhia amazonense Ateliê 23 desembarca em Pernambuco com sessões gratuitas do espetáculo “Da Silva” e a oficina de danças urbanas com Lore Cavalcanti. Em Recife, as apresentações acontecem nos dias 5 e 6, às 19h, no Espaço Cênicas (avenida Marquês de Olinda, 199, Recife Antigo) enquanto Caruaru (distante 132 quilômetros da capital) recebe a produção no dia 8, às 17h e 19h, no Teatro Prazeres Barbosa/ Espaço Nerisvaldo Alves (rua Barreiros, 148, Caiuca).
O projeto contemplado no Prêmio Funarte Circulação e Difusão da Dança – 2022 vai circular ainda por Belo Horizonte, com sessões nos dias 10 e 11, e finaliza em Ouro Preto, em 13 e 14 de março. O encerramento, em Manaus, está previsto para abril.
“É a primeira vez que o Ateliê 23 tem estreia de temporada em circulação e começou no interior do Amazonas, com apresentações nos municípios de Itacoatiara e Manacapuru. No total, vamos passar por seis cidades do Brasil”, afirma o diretor Eric Lima. “O ‘Da Silva’ era um espetáculo de dança e a palavra de ordem dele era superação. A partir disso, misturamos a proposta com a ideia de cultura popular e usamos as histórias das nossas famílias como metáfora, para falar das famílias brasileiras”.
Segundo o diretor, a obra passeia por três linguagens, dança, teatro e música em números individuais.
“No palco, somos quatro intérpretes e quase viramos uma representação da sociedade atualmente, trazendo a nossa experiência para a cena dentro da perspectiva da diversidade e dentro desse recorte do racismo, da homofobia, transfobia, misoginia e machismo”, destaca o artista.
Diário de bordo
Eric Lima conta que o público também vai acompanhar a viagem por meio das redes sociais da companhia. Os bastidores serão publicados no Instagram.
“Vamos mostrar como vai ser todo processo por meio de vlogs”, explica o diretor.
Além da direção, Eric Lima assina coreografia e figurino de “Da Silva”. O artista também compõe o elenco junto com Andira Angeli, Guilherme Bonates, Lore Cavalcanti e Taciano Soares.
A assistência de direção é de Fernanda Seixas e Taciano Soares e a assistência coreográfica de Lore Cavalcanti. As composições são de Andira Angeli, Eric Lima, Enos Lopes, Guilherme Bonates, Lore Cavalcanti e Thais Vasconcelos.
A iluminação é de Titto Silva, cenotécnica e costura de Andira Angeli e Lore Cavalcanti e produção executiva de Camila Andrade. O cenário tem assinatura de Taciano Soares, também coordenador de produção.
Ateliê 23
Em agosto de 2024, o Ateliê 23, comandado por Taciano Soares e Eric Lima, completa 11 anos de atuação no cenário cultural amazonense. A companhia tem 30 espetáculos, cinco shows e quatro obras audiovisuais no repertório.
A principal característica do grupo é trabalhar com histórias reais, objeto da tese de Doutorado “Bionarrativas Cênicas: Dispositivos de Comoção em Obras do Ateliê 23”, defendida pelo diretor Taciano Soares na Universidade Federal da Bahia.
Entre obras de sucessos de público e crítica estão “Cabaré Chinelo”, indicado ao 34° Prêmio Shell de Teatro, “Helena”, selecionado para a mostra a_ponte: cena do teatro universitário do Itaú Cultural e indicado ao Prêmio Brasil Musical; “da Silva” e “Ensaio de Despedida”, indicados para o projeto Palco Giratório, do Sesc; “Vacas Bravas” e “Persona – Face Um”. Este último colocou em pauta o tema transfobia e ficou um ano e meio em cartaz.
O Ateliê 23 foi indicado ao 34° Prêmio Shell de Teatro, com o espetáculo “Cabaré Chinelo”, na categoria “Energia que Vem da Gente”. O resultado vai ser divulgado no dia 12 de março, em São Paulo.
A companhia também conquistou o 22º Prêmio Cenym de Teatro Nacional, da Academia de Artes no Teatro do Brasil, com o espetáculo “Cabaré Chinelo”, em duas categorias, entre elas “Melhor Companhia”. A peça foi indicada ainda como “Melhor Elenco” nesta edição.
No 17º Festival de Teatro da Amazônia, o “Cabaré Chinelo” conquistou prêmios de “Melhor Espetáculo” e “Direção”. A obra foi indicada nas categorias “Melhor Atriz”, “Melhor Ator” e “Trilha Sonora”.
Outra conquista foi o prêmio de melhor atuação nacional no 8º Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás, com o personagem Belinho, vivido por Taciano Soares no filme “A Bela é Poc”, primeiro curta do grupo.
*O Mercadizar não se responsabiliza pelos comentários postados nas plataformas digitais. Qualquer comentário considerado ofensivo ou que falte com respeito a outras pessoas poderá ser retirado do ar sem prévio aviso.