Uma nova história em quadrinhos produzida no Amazonas está reacendendo o interesse por um episódio praticamente apagado da memória nacional: a Batalha de Itacoatiara, que levou a Revolução Constitucionalista de 1932 ao coração da Amazônia.
Com roteiro de Emerson Medina e arte de Romahs, a HQ é uma produção do Black Eye Estúdio e será lançada no dia 14 de novembro, às 19h, em um evento cultural na Banca do Largo, no Centro de Manaus.
A Revolução Constitucionalista foi um dos marcos políticos mais turbulentos da história do Brasil. Nos anos 1930, o governo de Getúlio Vargas rompeu com a política do “café com leite” e prometeu uma nova Constituição e eleições democráticas — promessas que não foram cumpridas, gerando insatisfação em várias regiões do país.
Enquanto o movimento armado ganhou força em São Paulo, o Norte também foi palco de resistência. A revolta começou em Óbidos (PA) e avançou até o Amazonas, culminando em um embate naval em Itacoatiara, município a 270 quilômetros de Manaus.
É nesse contexto que a nova HQ mergulha, reconstruindo em imagens impactantes o confronto entre tropas governistas e forças revolucionárias — uma batalha esquecida que agora ganha forma nas páginas da obra.
Arte, história e ritmo cinematográfico

Além de resgatar um capítulo pouco conhecido da história brasileira, a HQ se destaca pela abordagem visual. O enredo é apresentado com ritmo cinematográfico, mesclando narrativa histórica e arte contemporânea.
O projeto reúne também Beatriz Mascarenhas (revisão), Thais Mannala (edição) e Tieê Santos (arte-final), e traz prefácio assinado por Gonçalo Junior, jornalista e pesquisador reconhecido nas áreas de cinema, imprensa, música e histórias em quadrinhos.
Para o historiador Raphael Russo, membro do Black Eye Estúdio, a obra vai além da reconstituição de um fato esquecido — ela amplia o entendimento sobre o papel da Amazônia na história política do Brasil.
“Mais do que contar uma história esquecida, buscamos mostrar a importância da Amazônia em um momento-chave da formação política do país. A Batalha de Itacoatiara demonstra que o movimento de 1932 não foi restrito ao Sudeste e Sul, mas teve reverberações nacionais”, destaca Russo.

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