Com a temática “As narrativas climáticas da Amazônia”, a Negritar Filmes e Produções, aliada às lideranças locais, caciques, organizações sociais, comunicadores populares e produtoras independentes, realiza a quinta edição do Telas em Movimento. Este ano, pela primeira vez, o destino escolhido para abrir a programação foi o município de Altamira, localizado no Sudoeste do Pará. Na região, também está sendo realizada a oficina “Da pré a pós produção de audiovisual”, em parceria com o Festival Curta Xingu, promovido pelo coletivo Arte Comunicação Xingu (ACX). A turma é formada por indígenas, ribeirinhos, agricultores familiares e jovens de movimentos sociais da região.
Ao final da oficina, no domingo, 20, será realizada uma mostra com o filme produzido pelos participantes e, logo após, será realizado um bate-papo sobre o processo de aprendizado e construção audiovisual, além de contar com a apresentação cultural do Rap da Transamazônica e da associação dos grupos folclóricos de Altamira (AGFAL). A programação realizada em Altamira está sendo divulgada no Instagram e Twitter do Telas em Movimento e também nas redes sociais do coletivo Arte Comunicação Xingu.
A expansão da realização do Festival de Cinema das Periferias e Comunidades Tradicionais da Amazônia – Telas em Movimento para novos territórios nos estados do Pará e Maranhão tem o intuito de democratizar o acesso ao cinema e incentivar dinâmicas de criação, percepção e distribuição de narrativas plurais em defesa da Amazônia viva, produzidas e narradas por aqueles que vivem seu território e estão na linha de frente dos impactos causados pela crise climática.
Para Val Araújo, produtora cultural e coordenadora do ACX, a crise climática tem atingido a região de forma intensa. “As mudanças climáticas aqui na região do Xingu estão provocando escassez, calor e muita chuva. Os rios não subiam tanto como está agora devido ao aquecimento global, a mudança no clima e também ao empreendimento de Belo Monte, aí sobem muito as águas e os peixes se espalham e fica difícil a pesca para os pescadores, a agricultura familiar tá sentindo muito nesse aspecto de muita chuva e muito sol ao mesmo tempo”.
Diante do cenário de disputas de narrativas acercas deste tema, o audiovisual é uma ferramenta imprescindível para contribuir com esse processo, conforme explica Tamara Mesquita, diretora de produção do festival: “Além das oficinas e das exibições nas comunidades, o Telas em Movimento vai articular com cada comunidade que faz parte da nossa rede, a produção de uma carta compromisso que será entregue para parlamentares estaduais e federais, porque a gente precisa entender que é obrigação e dever de todo mundo para que a gente possa mudar a realidade em relação a crise climática que estamos vivendo”.
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