Há três anos, o Projeto Florestas Inteligentes se destaca como uma iniciativa inovadora, reunindo universitários de todo o Brasil para criar soluções tecnológicas sustentáveis, voltadas para o desenvolvimento das comunidades da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica.
Com foco em tecnologias sociais, o projeto conta com a parceria entre o Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) e o Centro Universitário Facens, de Sorocaba (SP). Em 2024, o projeto foi reconhecido mundialmente ao receber a premiação máxima do QS Reimagine Education Awards, que aconteceu em Londres nos dias 10 e 11 de dezembro, sendo distinguido com o Global Education Awards e o ouro na categoria “Sustainability in Education Action” (Sustentabilidade em Ação Educacional).
O reconhecimento é uma importante vitória para as instituições envolvidas, especialmente o Cesupa, situado em Belém, que tem sido um elo fundamental para a execução de soluções tecnológicas diretamente impactantes para as comunidades da Amazônia. O prêmio é um reflexo do pioneirismo da universidade paraense, que tem se posicionado na vanguarda da inovação educacional e socioambiental.
Thais Beldi, Diretora de Estratégia e Educação Inovadora do Centro Universitário Facens, ressalta a importância do projeto como uma forma de expandir a consciência socioambiental dos estudantes e interconectar diferentes realidades.
“O Florestas Inteligentes nasce do desejo de oferecer aos alunos do Cesupa uma vivência real da Amazônia, integrando-os com os biomas e culturas locais. As soluções desenvolvidas, como a estufa inteligente e o triturador elétrico, são a materialização do impacto transformador de nossa colaboração”, afirmou.
O Cesupa, que conta com forte vínculo com a região amazônica, desempenha papel decisivo ao incorporar o conhecimento local em cada fase do projeto, fortalecendo as vozes da comunidade e as demandas específicas da região. Entre as inovações de 2024, destacam-se a estufa inteligente para secar a fibra da bananeira e o triturador elétrico para extração de fibras do coco, soluções criadas para promover a sustentabilidade econômica e ambiental para cooperativas de trabalhadores ribeirinhos na Amazônia.
Uma das tecnologias que ganhou destaque é a estufa inteligente, que otimiza o processo de secagem da fibra de bananeira utilizada pelas artesãs da Associação Banarte, em Miracatu, no interior de São Paulo. O projeto foi implementado com apoio do Cesupa, atendendo diretamente a uma demanda das artesãs por melhorias nas condições climáticas, e gerando resultados concretos na produtividade e preservação do meio ambiente. A estufa é alimentada por energia solar, representando uma proposta inovadora de geração sustentável.
No outro extremo, o triturador elétrico, desenvolvido para a Cooperativa de Trabalho Ambiental da Ilha de Cotijuba, em Belém (PA), atua na redução do descarte inadequado de resíduos do coco, um produto abundante na região. Ao transformar esses resíduos em fibras úteis, o equipamento gera um impacto direto na preservação ambiental, contribuindo para a redução de lixo e aumentando a produção local sustentável.
Esse movimento integrador entre o Cesupa e as comunidades da Amazônia reflete um modelo educacional baseado em cooperação e práticas sustentáveis. Em 2023, o projeto já havia sido premiado com a Medalha de Bronze na categoria “Sustainability Education” no QS Reimagine Education Awards, em Abu Dhabi, além de conquistar prêmios internacionais, como o Green Gown Awards, uma distinção reconhecida pela ONU.
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