As usuárias da plataforma Mulheres Positivas poderão reportar situações de violência vivenciadas ou presenciadas por meio da funcionalidade ‘Caminho Delas’. A nova funcionalidade une dados compartilhados a partir de geolocalização sobre banco de dados com estatísticas combinadas à inteligência artificial para indicar regiões com maior incidência de casos de violência contra a mulher. Disponível gratuitamente no app Mulheres Positivas, apoiado pela TIM, a ferramenta foi desenvolvida pela agência BETC Havas.
A novidade foi lançada inicialmente na cidade do Rio de Janeiro, na última sexta-feira, 29, durante o Festival TIM Music Mulheres Positivas. Ainda sem dados neste primeiro momento, a plataforma – que atuará como um mapa colaborativo – servirá como um convite às mulheres. A ideia é que elas possam levar cada vez mais informações para dentro do aplicativo e participem, de fato, da construção desse ‘caminho’ seguro. Por isso, é essencial que o maior número de mulheres faça o primeiro acesso e contribua para o início desse mapeamento e, assim, ele se torne um aliado importante na luta contra a violência.
Para criar a ferramenta, o Mulheres Positivas firmou parceria com a startup italiana Wher, de maneira a reproduzir no Brasil e na América Latina o modelo já implementado na Europa, em países como Itália, França e Reino Unido.
“Nosso objetivo é que ‘O Caminho Delas’ forneça mais segurança ao ir e vir das mulheres que utilizam o Mulheres Positivas”, conta Fabi Saad, empreendedora e criadora da plataforma.
A TIM, que promoveu o festival de música, é parceira do Mulheres Positivas há um ano e apoia o lançamento do mapa. A empresa lidera um movimento com mais de 100 companhias que inserem no app Mulheres Positivas suas vagas de emprego e cursos para ampliar a participação das brasileiras no mercado de trabalho. Os conteúdos são gratuitos e clientes da operadora ainda navegam sem gastar seu pacote de internet, benefício que vale também para o uso de ‘O Caminho Delas’.
Segundo Ana Paula Castello Branco, diretora de advertising e branding da TIM, a novidade potencializa o projeto ao contemplar também iniciativas de combate à violência contra a mulher.
“Estamos criando uma grande rede de apoio, formada pelas próprias usuárias e com o suporte das empresas, com o objetivo de empoderar ainda mais as brasileiras e contribuir de alguma forma com a sua segurança, em diferentes aspectos”, explica a executiva.
Uma em cada quatro mulheres brasileiras acima de 16 anos sofreu violência entre maio de 2020 e maio de 2021, de acordo com a última edição do relatório “Visível e Invisível: A Vitimização das Mulheres no Brasil” (2021), elaborado pelo Fórum de Segurança Pública em parceria com o Instituto Datafolha. O estudo mostra ainda que cinco em cada dez brasileiros (51,1%) relataram ter visto uma mulher sofrer algum tipo de violência no seu bairro ou comunidade ao longo dos últimos 12 meses, e 73,5% acreditam que a violência contra as mulheres cresceu durante a pandemia de covid-19. Entre outros dados alarmantes, o relatório afirma que 17 milhões de mulheres sofreram violência física, psicológica ou sexual no ano passado e, para 44,4% dos entrevistados, o período da pandemia significou também momentos de mais estresse no lar.
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